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Fortuna at Risk

Fortuna at Risk

Maranhão city undergoes research for potential natural gas exploration in its territories

 

What is fracking?

Fracking – also known as hydraulic fracturing – is a process that involves injecting large volumes of water, chemicals, and sand at high pressure into underground rock layers to release trapped natural gas. Although this technique is already used in several countries, it is controversial due to its environmental and ecological damage, including groundwater contamination, greenhouse gas emissions, induced earthquakes, etc.

The municipality of Fortuna, Maranhão, received a visit from the COESUS team – No Fracking Brazil Coalition for Water and Life, a campaign by the Arayara International Institute, on September 9, 2022. A technical inspection was conducted in two blocks where the petroleum company ENEVA is conducting gas exploration research. The extraction method used by the company could not be identified, but it was found that gas extraction does not bring wealth to the municipality.

 

Research wellheads for shale gas extraction in Fortuna/MA.

No Fracking Brazil was received by the advisor to the presidency of the council, Tonni Rodrigues, who received campaign materials and an anti-fracking bill. When asked if the municipality was aware of locations for shale gas exploration, Rodrigues affirmed and indicated the research site to the team.

COESUS went to the City Council, where they noted the lack of maintenance in the building. The state of the “people’s house” shows the absence of development caused by gas exploration in the city.

While walking through the streets, squares, and other places in the municipality, it is possible to observe white signs with numbers that identify the exploration blocks of the petroleum company. This practice is also common in Argentina, a country that already adopts the hydraulic fracturing technique known as fracking.

A little-known phenomenon called “environmental racism” affects various cities in Maranhão, including Fortuna. Petroleum companies prefer to carry out their operations in municipalities that suffer from this type of racism, as it facilitates the use of seductive strategies and deceptive promises to deceive the population, further contributing to the marginalization of these localities.

 

White signs with numbers identifying gas exploration blocks.

Environmental racism occurs when the population of a particular region is disproportionately harmed by the installation of polluting industries or extractive activities that compromise the environment. These communities, usually composed of low-income individuals and minority ethnic groups, face negative environmental impacts in their daily lives, from water and soil contamination to degradation of health and quality of life.

In the case of Fortuna, gas extraction is not bringing the promised economic benefits to the city. The lack of maintenance in the municipal council is just a visible example of neglect and lack of investment in local infrastructure. While the petroleum company seeks to profit from gas exploration, the population of Fortuna suffers from the negative consequences of this activity.

 

Room inside the City Council of Fortune/MA.


The technical visit by COESUS raises important questions about the development model adopted in the municipality. It is essential to have a broad and inclusive debate about the social and environmental impacts caused by gas exploration and other extractive activities in the region. It is necessary to seek sustainable alternatives that value the well-being of local communities, promoting development in a fair and equitable manner.

COESUS is engaged in raising awareness and mobilization against fracking and other environmentally harmful extractive practices affecting communities. The coalition seeks to expand the debate and promote actions that aim to preserve natural resources and protect populations affected by these activities.

Fortuna at Risk

Fortuna em risco

Cidade maranhense passa por pesquisas para possível exploração de gás natural em seus territórios

 

O que é o fracking?

O fracking – também chamado de fraturamento hidráulico – é um processo que envolve a injeção de grandes volumes de água, produtos químicos e areia, a alta pressão, em camadas de rocha do subsolo para liberar o gás natural que está preso. Apesar de ser uma técnica já utilizada em vários países, ela é controversa por causar danos ambientais e ecológicos, incluindo contaminação da água subterrânea, liberação de gases de efeito estufa, terremotos induzidos etc.

 

O município de Fortuna, Maranhão, recebeu a visita da equipe da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pela Água e Vida, uma campanha do Instituto Internacional Arayara, em 09 de setembro de 2022. Foi realizada uma vistoria técnica a dois blocos onde a empresa petrolífera ENEVA está conduzindo pesquisas de exploração de gás. Não foi possível identificar o modelo de extração utilizado pela empresa, mas se verificou que a extração de gás não traz riqueza para o município.

 

Cabeças de poços de pesquisa para extração do gás de xisto em Fortuna/MA.

A Não Fracking Brasil foi recebida pelo assessor da presidência da câmara, Tonni Rodrigues, que recebeu o material da campanha e um projeto de lei contra o fracking. Ao ser questionado se o município sabia de locais de exploração de gás de xisto, Rodrigues afirmou que sim e indicou para a equipe o local de pesquisa.

A COESUS foi até a Câmara Municipal, onde constatou a falta de manutenção do local. O estado da “casa do povo” mostra a ausência de desenvolvimento causada pela exploração de gás na cidade.

Ao percorrer as ruas, praças e demais locais do município, é possível observar placas brancas com numerações, que identificam os blocos de exploração da empresa petrolífera. Essa prática também é comum na Argentina, país que já adota a técnica de fraturamento hidráulico, conhecido como fracking.

Um fenômeno pouco conhecido, chamado “racismo ambiental”, afeta diversas cidades do Maranhão, inclusive Fortuna. As empresas petrolíferas têm preferência por realizar suas operações em municípios que sofrem com esse tipo de racismo, pois isso facilita o uso de estratégias sedutoras e promessas enganosas para iludir a população, contribuindo ainda mais para a marginalização dessas localidades.

Placas brancas com numerações identificando os blocos de exploração de gás.

O racismo ambiental ocorre quando a população de determinada região é prejudicada desproporcionalmente pela instalação de indústrias poluentes ou por atividades extrativistas que comprometem o meio ambiente. Essas comunidades, geralmente compostas por pessoas de baixa renda e grupos étnicos minoritários, enfrentam impactos ambientais negativos em suas vidas diárias, desde a contaminação da água e do solo até a degradação da saúde e qualidade de vida.

 

No caso de Fortuna, a extração de gás não está trazendo os benefícios econômicos prometidos para a cidade. A falta de manutenção na câmara municipal é apenas um exemplo visível do descaso e da falta de investimento na infraestrutura local. Enquanto a empresa petrolífera busca lucrar com a exploração de gás, a população de Fortuna sofre com as consequências negativas dessa atividade.

 

Ambiente dentro da Câmara Municipal de Fortuna/MA.

A visita técnica da COESUS levanta questionamentos importantes sobre o modelo de desenvolvimento adotado no município. É fundamental que haja um debate amplo e inclusivo sobre os impactos sociais e ambientais causados pela exploração de gás e outras atividades extrativistas na região. É necessário buscar alternativas sustentáveis e que valorizem o bem-estar das comunidades locais, promovendo o desenvolvimento de forma justa e equitativa.

A COESUS tem o trabalho de conscientização e mobilização contra o fracking e outras práticas extrativistas prejudiciais ao meio ambiente e às comunidades. A coalizão busca ampliar o debate e promover ações que visem a preservação dos recursos naturais e a proteção das populações afetadas por essas atividades.