+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org
energia nuclear brasil

Leis estaduais pró-energia atômica são questionadas no STF

Crédito: USP |

Demorou, mas finalmente o Procurador-Geral da República resolveu cumprir seu papel como define a Constituição Brasileira.

Na quinta (17), Augusto Aras, que tem se omitido em denunciar Jair Bolsonaro pelo cometimento de dezenas de crimes de responsabilidade, finalmente puxou para si a responsabilidade institucional de coibir dezenas de abusos cometidos por parlamentos e governos estaduais no campo da energia atômica.

Aras ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) 19 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI). As ADI requerem a anulação de dispositivos das Constituições de 18 estados e da Lei Orgânica do Distrito Federal que de alguma forma permitam ou sejam lenientes com a implantação de usinas nucleares, o tratamento de material radioativo ou a construção de depósitos de lixo atômico em seus territórios.

É um passo e tanto para coibir essa série de ilegalidades que há décadas vêm sendo cometidas por vários entes federativos. A última palavra agora cabe ao STF, que por sua vez também tem demonstrado alternâncias na avaliação de questões estruturantes, como as ações contra a Covid-19 em populações indígenas e outras.

A argumentação constante em todas as ADI é a de que somente o governo federal – a União – tem competência legal para editar leis sobre atividades nucleares de qualquer natureza, transporte e utilização de materiais radioativos e localização de usinas nucleares.

O impacto da decisão do STF é enorme. Afinal, somente nos estados e no Distrito Federal acionados vivem perto de 146 milhões de brasileiros, que estão mais diretamente expostos a toda cadeia de produção e utilização de artefatos nucleares – sem contar as demais pessoas, que acabam atingidas em desastres com esse tipo de material.

O procurador-geral aponta a Lei federal 4.118/1962, que instituiu a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Lei federal 6.189/1974, que regula as normas sobre instalações nucleares e transporte de material nuclear, e a Lei 10.308/2001, que regula aspectos relacionados aos depósitos de rejeitos radioativos e à seleção dos locais de armazenamento.

Para o diretor do Instituto Arayara, Juliano Bueno, efetivamente, “há um conflito de interesses públicos nas casas legislativas estaduais que têm o contato direto com as populações e que proibiram dezenas de estados brasileiros nas suas constituições estaduais proibindo a instalação de usinas nucleares nos Estados. A população orientou os seus deputados, dizendo: ´olha, não aceitamos usinas nucleares, não aceitamos depósitos de lixo radioativo e não confiamos nessa tecnologia”.

A entrevista completa de Juliano Bueno está aqui.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Projeto Conexões Oceânicas Sudeste em Vila Velha (ES) reforça compromisso com a justiça climática e a proteção dos oceanos

Entre os dias 6 e 8 de junho, o Instituto Internacional ARAYARA participou da oficina presencial do projeto Conexões Oceânicas Sudeste, realizada em Vila Velha (ES). O encontro marcou o encerramento do ciclo de oficinas virtuais e presenciais do projeto, reunindo representantes de comunidades tradicionais, pescadores, surfistas, pesquisadores, ativistas e organizações da sociedade civil comprometidas com a defesa dos ecossistemas

Leia Mais »

Audiência Popular em Garopaba rejeita petróleo e clama por transição energética justa e segura

Audiência Pública e Popular promovida pelo Instituto Internacional ARAYARA reuniu representantes de pescadores e pescadoras, ativistas ambientais, parlamentares, comunidade científica e ativistas socioambientais da região.     Na noite desta segunda-feira (9), a comunidade de Garopaba (SC), reunida em audiência pública e popular na Câmara de Vereadores do município, manifestou seu repúdio a toda e qualquer tentativa de expansão da

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Justiça suspende uso da água do Rio Melchior na instalação da Usina Termelétrica Brasília

Impactos ambientais como a captação do uso de 110 mil litros de água por hora do rio Melchior foi um dos argumentos para embasar a decisão Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) suspendeu as outorgas de uso de água concedidas à Usina Termelétrica Brasília (UTE Brasília), megaprojeto da empresa Termo Norte Energia, atualmente em licenciamento.

Leia Mais »