+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Evento sobre litigância climática para transição energética justa fortalece alianças e estratégias jurídicas coletivas

Organizações, juristas e movimentos sociais se reuniram na PUC-Rio em encontro nacional para discutir caminhos jurídicos e políticos diante do avanço dos combustíveis fósseis e da crise climática.

Nos dias 25 e 26 de agosto de 2025, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) sediou o Encontro Nacional sobre Litigância Climática para a Transição Energética Justa e o talk show “O Clima tá Tenso! Um retrato Legal do Brasil na COP 30”, que reuniram especialistas, organizações socioambientais, acadêmicos e representantes da sociedade civil. A atividade faz parte da Rio Climate Action Week (RCAW) que acontece pela primeira vez no Rio de Janeiro com uma programação colaborativa e descentralizada.

O objetivo foi nítido: fortalecer a litigância climática como ferramenta de resistência frente aos retrocessos ambientais, à nova lei do licenciamento e à insistência do governo brasileiro em manter a dependência de combustíveis fósseis. Foram analisadas ameaças como os leilões de petróleo e o risco de exploração na foz do Amazonas, além de outras medidas preocupantes no cenário internacional.

Litigância climática como ferramenta-chave

A experiência compartilhada entre as organizações e representantes presentes demonstrou que a litigância climática não é apenas uma frente jurídica, mas também um mecanismo de pressão política e social por uma transição energética justa, capaz de enfrentar desigualdades e proteger ecossistemas estratégicos como a Amazônia e os oceanos.

A Arayara teve participação de destaque com a presença de Lucas Kannoa, Gerente Jurídico da organização e coordenador do Programa Defensores dos Defensores, que integrou mesa de debate sobre litigância e resistência à expansão petroleira no país. “A litigância climática é um instrumento indispensável, e uma aliança estratégica fortalece a defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e da justiça socioambiental”, pontuou.

Em sua fala, ele apresentou o histórico da Arayara como uma das principais litigantes climáticas da América Latina, além das iniciativas Monitores Amazônia e Oceanos e o Programa Defensores dos Defensores, que atua na proteção de lideranças ameaçadas por grandes empreendimentos.

Redes de resistência e inovação jurídica

Os debates reforçaram a importância de alianças institucionais e estratégias jurídicas inovadoras para enfrentar a crise climática e impedir retrocessos. Representantes de organizações como AIDA, JUMA, LACLIMA, WWF, ISA, Ministério Público Federal e Observatório do Clima estiveram presentes, ampliando a troca de saberes e consolidando uma rede de resistência frente às ameaças ambientais que avançam no Brasil e no mundo.

O encontro deixou evidente que a articulação entre sociedade civil, academia e órgãos de controle é hoje um caminho potente para barrar retrocessos ambientais e pressionar por soluções efetivas. Nesse cenário, a atuação da Arayara se coloca como um pilar estratégico para consolidar a litigância climática como instrumento de transformação e de defesa do futuro socioambiental do país.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Belém em Alerta: Painel na COP30 Expõe Racismo Ambiental e o Legado de Violações em Grandes Eventos

A crise climática não é apenas ambiental, é uma crise de direitos humanos, e o seu impacto recai de forma desproporcional sobre populações negras, periféricas e de baixa renda. Essa foi a tese central do debate “Racismo Ambiental e os Impactos Locais de Grandes Eventos: O Caso de Belém e a Justiça Climática Territorial”, promovido pela Anistia Internacional Brasil no

Leia Mais »

Falsa Transição: Debate no Amazon Climate Hub Denuncia Lobby do Gás e a Criação de “Zonas de Sacrifício”

A expansão do gás natural liquefeito (GNL) e as manobras políticas para consolidar a indústria fóssil foram o foco do debate “Zonas de Sacrifício e Falsa Transição: impactos da Infraestrutura de GNL e dos jabutis do gás” no ARAYARA Amazon Climate Hub. O evento, promovido pela Coalizão Energia Limpa, IEMA e Equal Routes, reuniu especialistas para desmascarar a narrativa de

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Ibama arquiva último projeto de usina a carvão mineral no país

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou, nesta segunda-feira (10/11) o arquivamento em definitivo do processo de licenciamento para a construção da Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro, em Pedras Altas, no Rio Grande do Sul. Este era, até então, o último projeto para um empreendimento fóssil de carvão mineral no país em análise pelo

Leia Mais »

COP30: CNDH recomenda suspensão do licenciamento da UTE Brasília por riscos socioambientais e violação de direitos humanos

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) emitiu a Recomendação nº 14/2025, acolhendo pedido do Instituto Internacional ARAYARA para suspender o licenciamento ambiental da Usina Termelétrica (UTE) Brasília, em Samambaia (DF). A deliberação, aprovada por unanimidade na 93ª reunião do colegiado, ocorreu após sustentação oral de John Wurdig, gerente de Transição Energética da ARAYARA, que representou a entidade durante a

Leia Mais »