+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Com ritmo atual de desmatamento, Amazônia chega a ‘ponto de não retorno’ em até 30 anos

O desmatamento pode estar levando a floresta amazônica para uma situação na qual o bioma não consegue mais se regenerar diante das agressões provocadas pelo homem. Se o ritmo atual de devastação for mantido (ou aumentar), este “ponto de não retorno” pode chegar já em algum momento entre 15 a 30 anos. O alerta é de um dos principais estudiosos do tema no país, o climatologista Carlos Nobre.

Nobre conversou com a BBC News Brasil depois que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou um aumento de 29,5% no ritmo do desmatamento da Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019.

Segundo o sistema Prodes, do Inpe, o país perdeu 9.762 km² de floresta neste período — ante 7.536 km² desmatados na medição anterior. A taxa divulgada nesta segunda (18) é a maior desde 2008, quando quase 13 mil km² de floresta foram destruídos.

Os dados do Prodes levam em conta o período de agosto a julho por conta do ciclo de chuvas da região.

Segundo Carlos Nobre, há evidências de que o “ponto de não retorno” está prestes a ser atingido em alguns locais da floresta, especialmente nas regiões sul e leste — a estação seca do ano está ficando mais longa nesses locais, e a temperatura está subindo.

“Nossos cálculos indicam que se o desmatamento continuar nesta taxa — em toda a Amazônia, não estou falando apenas da (floresta) brasileira — ou se subir, temos de 15 a 30 anos no máximo antes disso, antes de ultrapassarmos irreversivelmente este ponto”, disse ele na entrevista à BBC News Brasil.

Carlos Nobre é doutor em meteorologia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), e já presidiu o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, além de ter integrado o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC.

Leia a entrevista completa aqui.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

DF avança em soluções climáticas em conferência ambiental, mas enfrenta polêmica sobre instalação da UTE Brasília

Caso seja instalado, o empreendimento não só agravará a qualidade do ar no DF, como também causará uma perda significativa de recursos hídricos, equivalente a mais de 105 mil caixas d’água de 500 litros por ano O Distrito Federal avançou na luta contra a crise climática com a realização da 5ª Conferência Distrital do Meio Ambiente, que aconteceu nos dias

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Florestas tropicais, uma lenta adaptação às mudanças climáticas

Pesquisa feita por mais de 100 cientistas de diferentes países, incluindo brasileiros, mostra que as árvores têm reações distintas às mudanças climáticas. Fatores como espessura das folhas e da casca influenciam fortemente na resiliência As florestas tropicais, vitais para a regulação do clima mundial e para preservação da biodiversidade, enfrentam sérios desafios de adaptação às mudanças climáticas. Um estudo publicado,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Fim da Usina de Candiota III aprofunda disputa entre economia e meio ambiente no RS

Paralisação da termelétrica expõe as contradições entre o discurso e a prática da transição energética O fim do Carnaval traz aos trabalhadores da Usina Termelétrica (UTE) de Candiota III uma grande expectativa. O sentimento é de que, passada a festa popular que movimenta o Brasil, o governo federal editará uma Medida Provisória que renove os contratos de venda de energia

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Governador considera que Medida Provisória seja opção mais provável para continuidade de Candiota 3

Apesar da retomada da atividade da termelétrica a carvão Candiota 3 poder vir através da derrubada de vetos no Projeto de Lei (PL) 576 no Congresso Nacional, não é essa atualmente a possibilidade mais provável, conforme avaliação do governador Eduardo Leite. Ele considera que as maiores chances para a usina a carvão gaúcha, inativa desde o começo do ano quando

Leia Mais »