+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Ambientalistas e indígenas protestam contra leilão de petróleo da ANP

Um grupo de mais de 200 manifestantes protesta contra a realização do leilão de blocos de petróleo realizado na manhã desta terça-feira pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O certame vai oferecer 172 blocos para concessão de petróleo de gás, dos quais 63 ficam na Margem Equatorial, região que desperta interesse da Petrobras e em torno da qual a petroleira trava uma disputa com o Ibama para obter licença ambiental.

A Margem Equatorial, que se estende pelo litoral do país entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, é considerada a nova fronteira do petróleo brasileiro, com reservas potenciais de 10 bilhões de barris. A região guarda, porém, um ecossistema marinho suscetível a danos em caso de vazamento de óleo.

Mapa da oferta de blocos para exploração de óleo e gás no 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) da ANP, marcado para o dia 17/06/2025 — Foto: Editoria de Arte/Reprodução O Globo

Diversas organizações entraram com ações na Justiça para tentar suspender o leilão. O Ministério Público Federal do Pará abriu processo na Justiça Federal, contra a União e a ANP, para impedir a oferta dos 47 blocos da Foz do Amazonas, uma área localizada na Margem Equatorial.

Argumenta que o trâmite será realizado antes do cumprimento de “uma série de medidas previstas na legislação socioambiental”.

Também a Federação Única dos Petroleiros (FUC) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) iniciaram uma ação popular na Justiça no início deste mês com o mesmo foco.

Entre os organizadores do protesto de hoje estão o Instituto Internacional Arayara, Sindipetro-RJ, Sindipesca, representantes de comunidades de localidades nas áreas dos blocos ofertados no certame, como Fernando de Noronha e Amapá.

– Gostaríamos que o leilão nem começasse. Infelizmente, não conseguimos falar com representantes da ANP e fomos impedidos de entrar – disse Vinicius Nora, gerente de Operações do Arayara.

O Arayara deu início a cinco ações civis públicas pedindo a exclusão de 118 blocos do leilão, sob o argumento de que a operação de exploração de óleo e gás nessas áreas colocam em risco territórios indígenas, áreas com alta sensibilidade ambiental ou unidades de conservação.

Nora destacou que três etnias de povos indígenas que vivem em áres vizinhas ao setor Parecis, em Mato Grosso, estão presentes na manifestação.

Protesto contra leilão da ANP, que vai licitar 172 blocos, dos quais 63 na Margem Equatorial — Foto: Guido Moretto/Reprodução O Globo

Remoção de blocos do leilão

Ao anunciar o cronograma do leilão, ainda em fevereiro, o Ministério de Minas e Energia (MME) alertou que 145 blocos poderiam ser excluídos do edital por contarem com manifestação ambiental da pasta e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que venceriam neste mês de junho. As bacias Tucano e Paraná (terrestres), que se encaixavam nesse caso, por exemplo, não estão no certame.

Juliano Bueno, diretor do Instituto Internacional Arayara, atuante na defesa do meio ambiente, alerta que na quarta-feira as notas conjuntas das duas pastas irão vencer.

— Quando da assinatura do contrato, a empresa contratante já não terá estudos válidos para o seu licenciamento. Isso nunca aconteceu antes — alerta ele, explicando que outras bacias ficaram de fora do leilão em razão da falta de interesse das empresas em áreas sensíveis, como ao sul de Abrolhos, na Bacia de Espírito Santo-Mucuri.

Fonte: O Globo, Por Glauce Cavalcanti — Rio de Janeiro

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: STJ:audiência pública discute fracking e impactos ambientais na exploração de gás de xisto

Por Gabriela da Cunha Rio, 8/12/2025 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisará nesta quinta-feira, 11, a possibilidade de uso do fraturamento hidráulico (fracking) na exploração de óleo e gás de xisto, durante audiência pública convocada pela Primeira Seção sob relatoria do ministro Afrânio Vilela. No primeiro bloco, apresentarão argumentos o Ministério Público Federal, a Agência Nacional do Petróleo,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: After COP30, Brazilian oil continues its rush towards the global market

A decision to drill at the mouth of the Amazon drew criticism at the UN summit. But Brazil’s oil production still soars, as it hopes to consolidate its role as an exporter decision to approve oil exploration off the coast of Brazil weeks before the country hosted the COP30 climate conference signals the country’s intention to increasingly target the international market, despite

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brasil escolhe trilhar o mapa do caminho do carvão mineral

Enquanto defende no plano internacional a transição para longe dos combustíveis, o Brasil segue aprovando medidas que dão sobrevida à indústria do carvão mineral Segunda-feira, 24 de novembro, primeiro dia útil após o fim da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas. Dois dias depois de lançar ao mundo o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis, o Brasil sancionou a Medida

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Leilão expõe contradição da política energética e afasta Petrobras da transição justa

Oferta de áreas do pré-sal pela PPSA ignora tendência global de queda do petróleo e compromete estratégia climática brasileira O Primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do pré-sal representa mais um passo na contramão da transição energética que o Brasil afirma liderar, ampliando a entrega de recursos estratégicos a empresas privadas nacionais e estrangeiras. Enquanto o mundo se prepara para

Leia Mais »