+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Ação na Justiça pede suspensão imediata da usina Candiota 3

O Instituto Internacional Arayara protocolou uma Ação Civil Pública contra as operadoras da Usina Termelétrica (UTE) Candiota 3, que utiliza carvão mineral como fonte de energia, exigindo a paralisação imediata e definitiva das atividades da planta, localizada no município de Candiota, no Rio Grande do Sul.

Conforme nota da entidade, a ação tem como alvos a empresa Âmbar Sul Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a União Federal, que “são denunciadas na Justiça por cometerem diversos crimes ambientais e graves infrações à legislação brasileira”.

Segundo estudos realizados pelos especialistas e doutores em ciências ambientais da Arayara, a usina acumula uma trajetória de inconsistências ambientais, ineficiência operacional e desrespeito sistemático à legislação, gerando sérios impactos à saúde da população, à biodiversidade e ao clima. A decisão pela judicialização ocorreu após a produção de um parecer técnico que, com base em dados públicos e documentos oficiais, revela a fragilidade estrutural do modelo de monitoramento e responsabilização ambiental no Brasil. Emissões acima do permitido colocam a população em risco.

Desde o início de suas operações, a termelétrica Candiota 3 figura entre as principais fontes de poluição do ar na região Sul do País. Apenas no ano de 2019, a usina violou 4.746 vezes os limites de emissão de poluentes atmosféricos estabelecidos pela Licença de Operação, incluindo dióxido de enxofre (SO₂), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP). Esses poluentes estão associados a doenças respiratórias graves, cardiovasculares e ao agravamento de quadros de asma, especialmente entre crianças e idosos.

O engenheiro ambiental da Arayara, Urias Neto, esteve à frente dos estudos e demonstrou surpresa com os resultados. “Identificamos mais de 6 mil violações dos limites de emissão atmosférica apenas nos anos de 2019 e 2021, sem que houvesse qualquer medida corretiva eficaz. Além disso, o processo de licenciamento carece de dados sobre qualidade do ar, impossibilitando a avaliação precisa dos impactos sobre a saúde pública”, comenta o engenheiro.

O Instituto também aponta que, entre 2017 e 2022, a então operadora da usina, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica – Eletrobras (CGTEE), entregou ao Ibama relatórios ambientais anuais com conteúdo repetido. Segundo o Arayara, os documentos relativos ao 13º e 14º anos de operação são cópias exatas, sem qualquer atualização de dados.

Em nota, a Âmbar Energia afirmou que “a usina Candiota 3 opera em total conformidade com a legislação e possui todas as licenças exigidas, inclusive as ambientais. A usina é fundamental para a segurança energética do País, com capacidade equivalente a 9% do consumo do Rio Grande do Sul e posição estratégica no centro das maiores reservas de carvão mineral do País”.

Fonte: Jornal do Comércio

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Programa de apoio a ambientalistas chega à Bahia nesta semana

O Instituto Internacional Arayara irá expandir o apoio que dá a ativistas ambientais por meio do programa Defensores dos Defensores. As atividades, que já foram apresentadas em Brasília e em São Paulo, chegam nesta quinta-feira (11) a Salvador. Por meio dele, defensores dos direitos humanos e do meio ambiente que estejam sofrendo ameaças recebem gratuitamente auxílio psicológico, financeiro, jurídico e humanitário. O programa é

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Justiça autoriza continuidade da Usina Candiota 3 e de minas de carvão no RS durante recurso judicial

Decisão do TRF-4 suspende efeitos de sentença que determinava paralisação; organizações ambientais alertam para impactos climáticos e de saúde A Justiça Federal derrubou a decisão de primeira instância que havia suspendido as licenças de operação da Usina Termelétrica Candiota 3 e das minas de carvão em Candiota, na região da Campanha, no Rio Grande do Sul. O Tribunal Regional Federal

Leia Mais »