+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Instituto Arayara amplia sua mobilização contra o Plástico e apoia a Campanha “Pare o Tsunami de Plástico”

A campanha tem por objetivo cobrar medidas do Congresso Nacional e do governo federal para combater efetivamente a poluição por plástico no Brasil.


O Instituto Internacional ARAYARA assina, ao lado de aproximadamente 60 organizações, o manifesto “Pare o Tsunami de Plástico”, uma campanha liderada pela ONG Oceana Brasil. No texto, destaca-se que o Brasil chega à reta final do Tratado Global Contra a Poluição por Plástico, na segunda fase da quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-5.2) da ONU, em Genebra, que ocorreu em 15 de agosto, sem apresentar propostas de solução à altura da crise que enfrentamos.

“Somos o oitavo maior poluidor de plástico do mundo e o maior da América Latina, mas seguimos sem políticas nacionais efetivas e sem protagonismo na arena internacional”, apontam as organizações signatárias do documento.

O manifesto foi entregue a membros do Congresso Nacional e do governo federal no final de agosto por mais de 20 representantes de organizações que compõem a campanha para combater a poluição plástica, que é considerada pela ONU a segunda maior crise ambiental do planeta. A produção do plástico diretamente relacionada aos combustíveis fósseis, sobretudo ao petróleo, contribui para a contaminação por microplásticos detectada em diversos órgãos humanos, o que demonstra um grave risco não somente ambiental, como de saúde pública iminente.

Segundo a ONG Oceana, “mais de 140 países já adotaram leis que reduzem ou substituem plásticos de uso único – mas o Brasil não é um deles”. O atraso brasileiro coloca nosso país como um dos causadores do problema quando poderia posicionar-se enquanto um solucionador.

“Não temos mais tempo. Nosso oceano já está contaminado, nossa saúde e a de milhares de espécies já foi comprometida. Precisamos urgentemente reduzir a produção e o consumo de plástico no planeta. Isso passa, sem sombra de dúvidas, pela realização de uma transição energética justa que considere a redução progressiva da exploração de petróleo em mar ou em terra”, afirma Juliano Bueno, diretor técnico do Instituto ARAYARA.

A mobilização das organizações signatárias do manifesto “Pare o Tsunami de Plástico” é impulsionada pelo tanto fracasso nas negociações em Genebra, quanto pelo posicionamento do Brasil diante desta emergência. A principal reivindicação é por uma Ação Urgente do Brasil contra a Crise da Poluição por Plásticos.  

 

O Brasil já tem uma solução para mitigar os impactos do plástico

O Projeto de Lei 2524/2022 busca enfrentar o atraso do Brasil frente a outros países que já adotaram medidas rígidas para reduzir ou eliminar plásticos de uso único. A proposta, apresentada pelo senador Jean-Paul Prates (PT-RN), define diretrizes de economia circular para o plástico, com metas de reuso, reciclagem e conteúdo reciclado. Também prevê a eliminação gradual de itens descartáveis como canudos, talheres e sacolas, a partir de dois anos após sua vigência.

O texto estabelece ainda que, a partir de 2029, todas as embalagens plásticas em circulação no mercado sejam obrigatoriamente retornáveis ou compostáveis, além de prever incentivos fiscais e a integração dos catadores ao Programa de Pagamento por Serviços Ambientais.

Apesar da relevância e do parecer favorável recebido em 2023 na Comissão de Assuntos Sociais, o PL permanece parado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) há mais de um ano e meio. O senador Otto Alencar (PSD-BA), relator da matéria, ainda não apresentou parecer.

Na foto, um pequeno trecho do Projeto de Lei 2524/2022. Captura de tela realizada em 4 de setembro de 2025 / ARAYARA.org.

Enquanto isso, o Brasil segue colocando no mercado milhões de itens plásticos descartáveis por segundo. A aprovação imediata do PL 2524/2022, somada a ações executivas complementares, representaria um passo concreto para reposicionar o país como protagonista na luta global contra a poluição plástica e reforçar sua credibilidade às vésperas da COP-30.


JUNTE-SE a nós nessa luta

Captura de tela do site oficial da campanha “Pare o Tsunami de Plástico” realizada em 4 de setembro de 2025.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Welcome to the planet’s newest oil frontier

Off Brazil’s northeastern coast, where the sediment-heavy water of the vast Amazon River tips out into the Atlantic, are two very different types of treasure. The first is an ecological gem: a 3,600 square-mile deepwater coral reef discovered less than a decade ago. The second treasure puts the first in immediate danger. Billions of barrels of oil may lie in the ancient

Leia Mais »

Silêncio Judicial: Lançamento de Pesquisa Inédita na COP30 Expõe Assédio Contra Defensores Climáticos

O ARAYARA Amazon Climate Hub sediou, nesta terça-feira (11), o lançamento da pesquisa inédita “Mapeamento da Litigância Estratégica contra a Participação Pública no Brasil”, que revela como grandes atores utilizam o sistema de Justiça para intimidar, silenciar e criminalizar defensores ambientais, indígenas e quilombolas. O evento, com o tema “Litigância Estratégica contra a Participação Pública (LEPPs): tendências, impactos e caminhos

Leia Mais »

Surfistas na COP 30: a luta pelo clima desde o oceano e as pororocas

Roda de conversa no ARAYARA Amazon Climate Hub reflete sobre o surf enquanto forma de observação crítica e expressão cultural das relações entre as pessoas e o mar.   A rede EcoSurf, em parceria com a Associação Alternativa Terrazul realizou, na tarde de hoje (11), no Pátio Yard do Amazon Climate Hub,  roda de conversa Diálogos da Floresta e do

Leia Mais »

Autoproteção e Aliança: Lideranças Indígenas da América Latina se defendem em autogestão

A necessidade de fortalecer a autonomia e a autoproteção indígena diante da crise climática e da violência territorial foi o tema central do evento “Justiça Climática e Autonomia Indígena: Integrando a Defesa Territorial, a Proteção e as Estratégias de Resiliência nas Políticas Globais e Nacionaisl”, realizado no ARAYARA Amazon Climate Hub, nesta terça-feira (11). Organizado pela Alianza Latinoamericana de Defensores

Leia Mais »