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Bancos centrais defendem taxonomia global para finanças verdes

Relatório publicado na terça (27/4) pela Rede para Tornar o Sistema Financeiro mais Verde (NGFS, na sigla em inglês) defende padrões obrigatórios de divulgação global com métricas específicas do setor financeiro para garantir o alinhamento dos investimentos com a meta de emissões líquidas zero.

O grupo que reúne 114 bancos centrais alerta para a necessidade de critérios claros e comparáveis internacionalmente para avaliar os benefícios e custos ambientais para os investidores em diferentes jurisdições.

“Revisões externas confiáveis desempenham um papel importante na mitigação do risco de greenwashing, ou tentativas de declarar atividades como ecologicamente corretas quando não o são”, destaca o documento.

Além de analisar os diversos padrões e práticas adotadas pelo mundo para identificar os principais desafios em relação a taxonomias, métricas e estruturas de transição climática, o estudo traz três recomendações para os formuladores de políticas:

Aumentar a transparência do mercado sobre os objetivos verdes e de transição de emissores e investidores: Taxonomias e estruturas de transição climática são mais eficazes quando estão vinculadas a objetivos claros e metas líquidas zero baseadas na ciência.

Facilitar a comparabilidade e a interoperabilidade de taxonomias, estruturas e princípios: Um entendimento comum de critérios, metas e metodologias é fundamental para evitar divergências nas avaliações em revisões externas verdes.

Acelerar os esforços de divulgação e relatórios: Divulgação e relatórios aprimorados, baseados em padrões globais de divulgação com métricas específicas do setor, formarão a base para dados climáticos, planos de transição e produtos de investimento consistentes, comparáveis e confiáveis.

“O aquecimento global e a geopolítica tornam cada vez mais importante reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis. Para fornecer o financiamento necessário para a transição, os investidores precisam de critérios claros e comparáveis internacionalmente para avaliar os benefícios ambientais e os custos de seus investimentos”, comenta Sabine Mauderer, vice-presidente do NGFS e membro do Conselho Executivo do Deutsche Bundesbank.

“Em poucas palavras, precisamos de taxonomias harmonizadas e estruturas de transição, bem como padrões globais de divulgação de linha de base”, completa.

“Os agentes financeiros devem eliminar o financiamento da indústria fóssil, pois o único caminho é o de cortarmos as emissões de gases de efeito estufa, eliminarmos financiamentos para novas termelétricas a Carvão e minimizar o investimento de novas Termelétricas a Gás, e disponibilizar intensamente recursos e fundos para geração de energia eólica, solar, biomassa, Bioetanol, hidrogênio verde e a indústria da eficiência energética, bem como compromissos e relatórios de governança e certificados ESG que sejam ¨verdadeiros e reais¨e não apenas um empacotamento ¨do sustentável FAKE ou do Greenwashing” é uma necessidade urgente¨, comenta Juliano Bueno de Araujo, Diretor de Programas e Técnico do Instituto Internacional ARAYARA e Conselheiro da Rede Brasileira de Energias Renováveis e da Sustentabilidade.

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