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Green Economy: entenda por que esse é o futuro do capitalismo

No Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, um dos pontos mais discutidos, surpreendentemente, tem envolvido as mudanças climáticas, as declarações da ativista Greta Thunberg e o fim do uso e exploração dos combustíveis fósseis. Em função dessas discussões, China e boa parte dos países da União Europeia, têm falado muito no que chamamos de “Green Economy” ou “capitalismo verde”. Com as discussões em Davos, o mercado financeiro e as bolsas de valores serão muito impactados nos próximos tempos.

Para entender

Hoje, o plástico está em praticamente tudo. Mas você lembra quando aconteceu a entrada do plástico no seu dia a dia? E quando o mundo começou a discutir o fim do uso dos canudinhos e copos plásticos? Difícil precisar as datas, né?

O mesmo deve acontecer com a Green Economy. Em pouco tempo pessoas do mundo inteiro passarão a questionar a origem dos produtos que consomem. A empresa polui? Há plástico sendo vendido e consumido? A empresa responsável pelo produto tem ações voltadas à proteção do meio ambiente? Sua linha de produção utiliza combustíveis fósseis ou usa energia limpa? Eles respeitam os direitos humanos?

Toda mudança gera turbulência. Não será diferente com a Green Economy. Mas uma coisa é certa: o futuro do capitalismo, das sociedades e das gerações vindouras está diretamente à economia verde (apesar de governos lobby da indústria fóssil e outras mais).

Você pode começar desde já!

Tragédia em MG mostra que os eventos climáticos serão cada vez mais extremos

Nos últimos dias, cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo têm sofrido com as fortes chuvas, enchentes, inundações e fortes ventos. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Nabil Bonduki, falou sobre esses episódios, relacionou-os às mudanças climáticas e citou a urgente necessidade de o Estado brasileiro tomar consciência de que os “eventos extremos gerados pelas mudanças climáticas vieram para ficar e ficarão cada vez mais intensos”. Chega de negligenciar o tema!

Segundo Bonduki, é “o país não pode continuar assistindo a essas tragédias como se fossem inevitáveis. Muito pode ser feito, desde que se tome consciência de que as cidades precisam ser mais resilientes aos eventos extremos e que as mudanças climáticas precisam ser mitigadas com medidas estruturais”.

ARTIGO – Carvão Mineral: investimento?

ARTIGO – Carvão Mineral: investimento?

Artigo do arcebispo de Porto Alegre na Zero Hora de hoje (27/01/20) sobre a Mina Guaíba

A possibilidade de exploração de carvão mineral às portas de Porto Alegre traz à tona o tema da sustentabilidade ambiental.
Pensar a Casa Comum, como o papa Francisco chama o meio ambiente em sua primeira carta encíclica, a Laudato Si, publicada em maio de 2015, reflete atenção para com a continuidade da vida nas suas diversas manifestações e consideração para com as futuras gerações.

Os recursos naturais são limitados. A exploração dos mesmos não pode guiar-se por formas imediatistas de entender a economia e a atividade comercial e produtiva.

Somente uma ética sólida é capaz de promover limites ao poder do mercado e da economia.

O uso indiscriminado dos recursos naturais não renováveis promovido pelos poderes econômico e político, os quais tendem a transformar tudo em mercadoria, mascarando e ocultando suas implicações e consequências, necessita ser estudado, para que sejam encontradas alternativas viáveis e saudáveis.

O atual modelo de desenvolvimento industrial e econômico dá sinais de exaurimento. É tempo de reunir as melhores forças da sociedade para promover cooperação e solidariedade, cuidado e responsabilidade coletiva.

O projeto de exploração do carvão mineral no Rio Grande do Sul, e de forma particular na região metropolitana de Porto Alegre, gera preocupações. Se por um lado promete oportunidade para os cidadãos, por outro não garante – e não há como garantir! – a preservação do solo, da água e do ar. O debate em torno das vantagens ou desvantagens, conveniências ou inconveniências do projeto não pode ser balizado somente pelo que é permitido ou não pela legislação vigente, mas pela sinceridade e verdade científica e política.

DOM JAIME SPENGLER
Arcebispo metropolitano de Porto Alegre, primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)