por Nicole Oliveira | jan 31, 2020 | Brasil, Energia limpa |
Projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) apontam que a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 120 mil novos empregos aos brasileiros em 2020. Segundo a avaliação da entidade, os novos investimentos privados no setor poderão ultrapassar a cifra de R$ 19,7 bilhões este ano, somando os segmentos de geração distribuída (sistemas em telhados e fachadas de edifícios) e centralizada (grandes usinas solares).
As perspectivas para o setor são de encerrar 2020 com um total acumulado de mais de 250 mil empregos no Brasil desde 2012, distribuídos entre mais de 15 mil empresas de todos os elos produtivos do setor. A maior parcela destes postos de trabalho deverá vir das mais de 14 mil pequenas e médias empresas do segmento de geração distribuída, responsáveis por mais de 162 mil empregos acumulados.
A entidade projeta, ainda, que o setor solar fotovoltaico brasileiro será responsável por um aumento líquido na arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais de mais de R$ 5,3 bilhões este ano. Isso contribui para o fortalecimento dos orçamentos públicos e a prestação de melhores serviços para a sociedade brasileira. O valor já contabiliza a economia dos consumidores em suas contas de eletricidade, mostrando que o benefício econômico do setor é favorável também para o poder público.
por Nicole Oliveira | out 25, 2019 | Notícias |
Enquanto o carvão gera 370 empregos, a energia fotovoltáica pode gerar de 29 mil a 107 mil empregos
O estado do Rio Grande do Sul, como muitos estados brasileiros, vive uma das mais graves crises financeiras da história. Em momentos como o que vivem os gaúchos, alguns empreendimentos surgem como tábuas de salvação para a economia local e a geração de emprego e renda. Cifras vultosas, muitas, escondem grandes riscos e erros. É o caso da Mina Guaíba, um projeto que promete criar a maior mina a céu aberto de exploração de carvão mineral do Brasil.
Segundo a Copelmi, a maior mineradora privada de carvão no País e
que lidera o projeto Mina Guaíba,“trata-se de um projeto estratégico para o
Estado do Rio Grande do Sul, visto que nosso Estado tem forte dependência da
importação de energia gerada em outras regiões do País, fato que interfere
diretamente no desenvolvimento econômico, social e tecnológico da nossa região
Sul.
O projeto apresentado pela Copelmi fala em investimentos da ordem de R$
4,4 bilhões e promete gerar, durante a implantação do empreendimento, 331
empregos diretos e 83 empregos indiretos ao longo dos três anos da obra. Ou
seja: 414 empregos.
A Mina Guaíba, localizada nos municípios de Charqueadas e Eldorado do
Sul, teria uma área de mais de 4 mil hectares, ou seja, 4.373 campos de
futebol. Toda essa área explorada para gerar 414 empregos.
Agora vejamos uma comparação simples entre os empregos gerados pela
mineração do carvão e os empregos gerados por energias renováveis. Segundo o
Délcio Rodrigues e Roberto Matajs:
Fonte
| Postos de trabalho anuais por Terawaat-hora |
Nuclear
|
75
|
PCHs
|
120
|
Gás natural
|
250
|
Hidroeletricidade
|
250
|
Petróleo
|
260
|
Petróleo Offshore
|
265
|
Carvão
|
370
|
Lenha
|
733 – 1.067
|
Eólica
|
918 – 2.400
|
Álcool
|
3.711 – 5.392
|
Solar (fotovoltaica)
|
29.580 – 107.000
|
Na contra-mão do Rio Grande do Sul, especialistas apontam que até 2030,
as fontes de energia limpa devem substituir as fósseis. As projeções já apontam
até mesmo quando as fontes renováveis se tornarão mais baratas. Ainda
assim, em outubro de 2017,
a Assembleia Legislativa gaúcha aprovou a Lei 15.047/2017, que cria a Política
Estadual do Carvão Mineral e institui o Polo Carboquímico do Rio Grande do Sul.
A lei inclui, claro, isenção fiscal.
O Rio Grande do Sul tem uma escolha a fazer: incentivar o
desenvolvimento sócio-econômico a partir de uma matriz energética limpa (que
gera de 29.580 – 107.000 empregos postos de trabalho anuais por Terawaat-hora),
ou a partir do carvão (que foi o grande motor energético da Revolução
Industrial no século 18).
É preciso pensar estrategicamente em todos os aspectos que envolvem a
geração de energia. A geração de emprego é um desses aspectos. Quantos empregos
podem ser gerados? Qual a qualidade dos empregos que cada setor gera? Nos EUA,
por exemplo, a geração de emprego no setor de energia limpa cresceu 12 vezes do
que a economia norte-americana em 2017. Aqui no Brasil, o mesmo setor
gerou, de 2012 a 2018, 72 mil empregos diretos. Em 2019, serão mais de 37
mil novos empregos, totalizando 109 mil empregos diretos.
Especificamente no Rio Grande do Sul, investindo metade do valor que promete investir a Copelmi, o Consórcio Chimarrão, formado pela empresa de origem espanhola Cymi Construções e Participações e pelo Brasil Energia Fundo de Investimentos, da Brookfield, anunciou que vai antecipar em quase dois anos o cronograma dos R$ 2,4 bilhões de investimentos em estruturas de transmissão de energia eólica no Estado. As informações são do Governo do Estado. Serão 1,2 mil quilômetros de linhas de transmissão e duas novas subestações e 6.088 empregos diretos.