+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org
bomba de combustível

Subsídios de combustíveis fósseis estão destruindo o mundo, diz ONU

A polêmica sobre a possível taxação da energia solar no Brasil reacendeu um importante debate: os subsídios. Em meio à mais grave emergência climática do mundo, os subsídios que fomentam o uso de combustíveis fósseis estão ajudando a “destruir o mundo”.

No Brasil e no mundo, bilhões de dólares de recursos públicos têm sido usados para fomentar um setor que deveria ter, ao invés de subsídios, um fim. Para o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, esses bilhões são uma maneira ruim de aplicar o dinheiro dos contribuintes.

Guterres defende que a poluição deveria ser taxada e que os subsídios para petróleo, gás e carvão deveriam acabar: “Muitas pessoas ainda pensam que dar subsídios a combustíveis fósseis é uma maneira de melhorar as condições de vida das pessoas. Não há nada mais errado do que isso. O que estamos fazendo é usar o dinheiro dos contribuintes – o que significa nosso dinheiro – para fortalecer furacões, para espalhar inundações, para derreter geleiras, para descolorir corais. Em uma palavra: para destruir o mundo”.

Segundo a Agência Internacional de Energia, os subsídios globais para o consumo de combustíveis fósseis foram de mais de 300 bilhões de dólares em 2017. Em 2016 foram 270 bilhões.

No Brasil, em 2018 o governo federal concedeu R$ 85,1 bilhões em subsídios à produção e ao consumo de combustíveis fósseis, segundo estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). O levantamento considera petróleo, carvão mineral e gás natural.

A cifra abrange recursos que saíram diretamente do Orçamento da União para incentivar o setor (R$ 11,8 bilhões, ou 14%) e também quantias que o governo deixou de arrecadar em impostos, devido a regimes de tributação especiais e programas de isenção.

Segundo reportagem do portal G1, o valor equivale a mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2018 (de R$ 6,8 bilhões), a 2,8 vezes o orçamento do Bolsa Família (R$ 30 bilhões) e 2 vezes o total de recursos disponíveis para o seguro-desemprego (R$ 40,6 bilhões).

Dos R$ 85 bilhões em subsídios:

  • R$ 62,24 bilhões foram para incentivar o consumo
  • R$ 22,89 bilhões foram para a produção

Um relatório produzido por centenas de cientistas alertou que até 1 milhão de espécies estão em risco de extinção devido à busca humana incansável por crescimento econômico.

É preciso dar um fim à exploração dos combustíveis fósseis e iniciar urgentemente uma transição energética.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Manifesto pela volta dos refrigerantes ao imposto seletivo

Nós, especialistas e entidades listados abaixo, repudiamos a retirada dos refrigerantes do imposto seletivo na Reforma Tributária. Na contramão da proposta do governo, que já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados, o Senado Federal derrubou os refrigerantes desse imposto, destinado a desestimular o consumo de produtos nocivos à saúde. Refrigerantes são bebidas adoçadas ultraprocessadas nocivas à saúde e ao meio

Leia Mais »

Exploração de petróleo na Foz do Amazonas gera tensão e ameaça ativistas ambientais

A Foz do Rio Amazonas, uma das áreas mais ricas em biodiversidade do Brasil, está no centro de uma intensa disputa ambiental. Em meio ao debate sobre a liberação do bloco petrolífero FZA-M-59, comunidades locais, pescadores e ambientalistas têm buscado apoio para tentar barrar a expansão da exploração predatória de petróleo na região. Diante desse cenário, o Instituto Internacional ARAYARA,

Leia Mais »

Congresso aprova marco da eólica offshore com incentivo ao carvão

Câmara ressuscitou “jabutis” da privatização da Eletrobras e assegurou a contratação, até 2050, de termelétricas movidas a gás e carvão. Governo estuda veto Originalmente publicado em O Eco, por Ellen Nemitz em 19/12/2024.  O urgente projeto de tornar o setor elétrico brasileiro mais verde sofreu um importante revés no Congresso Nacional. O Projeto de Lei n. 576/2021, que traz uma

Leia Mais »

Jabuti’ para térmicas a carvão beneficia diretamente estatal do RS, diz Arayara

Entidade aponta que emenda somam cerca de R$ 4 bilhões até 2050, “beneficiando diretamente a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) O Instituto Internacional Arayara realizou o lançamento oficial do Monitor de Energia, uma plataforma digital voltada para disseminar informações sobre a matriz energética brasileira. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e marcou também a divulgação

Leia Mais »