+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Sem divulgar riscos, ANP autoriza Perenco a reiniciar produção na Bacia de Campos

A ANP autorizou a Perenco Óleo e Gás a retomar a operação do Polo Pargo, localizado na Bacia de Campos. Segundo a ANP, a permissão foi dada depois de análise que constatou o atendimento de condicionantes de segurança operacional. O Polo Pargo compreende os campos de Pargo Carapeba e Vermelho, adquiridos pela Perenco em 2019.

Segundo a Marinha do Brasil, as plataformas Vermelho 1 (PVM-1) e Vermelho 2 (PVM-2) foram retiradas de operação em novembro do ano passado. Mas nem a ANP, nem a Perenco informaram as razões da desativação temporária das atividades. A falta de informações claras sobre o corrido desperta medo em função riscos que a exploração do petróleo e gás geram.

O portal PetróleoHoje apurou que a suspensão aconteceu após a operações de fiscalização terem constatado não-conformidades nos equipamentos.

Segundo o portal, ainda, uma fonte de um órgão de governo revelou que, inicialmente, o plano era estabelecer um cronograma da transição dos ativos, com metas a serem atingidas. “A interdição foi desnecessária. Se for assim, as transições de operações do plano de desinvestimentos da Petrobras serão desastrosas”, alertou.

Mar Sem Petróleo

Em agosto de 2019, o Instituto Arayara e a 350.org iniciaram uma forte campanha (#MarSemPetróleo) após o maior vazamento de óleo da costa brasileira iniciar.

Arayara e 350.org defendem o fim da exploração dos combustíveis fósseis (carvão mineral, o petróleo e o gás natural) e o início imediato da transição energética. Eles tem apontado para a sociedade, em todos os leilões realizados pela ANP, os riscos da exploração do petróleo e pedem o fim dos leilões.

Os combustíveis fósseis estão entre os principais responsáveis pelas mudanças climáticas em função da emissão de dióxido de carbono.

O diretor do Instituto Arayara, Juliano Bueno, questiona: “Quem garante a segurança desta operação? Quais são os reais riscos de vazamento? Existe algum plano de contingência para eventual acidente? A Perenco possui recursos para um eventual acidente ambiental? Quem é responsável pelas vidas humanas e não-humanas que são impactadas pela ação da empresa?”. Segundo Bueno, os recorrentes acidentes envolvendo combustíveis fósseis no Brasil expõem a incapacidade governamental e das empresas envolvidas em ações de contigenciamento. “No vazamento que iniciou em agosto de 2019 vimos o caos. Estamos em 2020 e sequer sabemos a origem do vazamento. Milhares de pessoas seguem sem poder se sustentar porque seu ganha pão foi comprometido pela ação exploratória do petróleo. O homem sabe dos riscos e ainda assim insiste em explorar óleo. Quem paga essa conta?”, questiona.

Foto: Marcelo Sayão/EFE/VEJA

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Curitiba propõe revisão participativa do Plano Diretor

Reunião inicial organizada pela prefeitura de Curitiba mobilizou conselheiros e conselheiras municipais de diversos segmentos na tarde desta quinta-feira (3). A prefeitura de Curitiba, através do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPUC), realizou, na tarde desta quinta-feira (3), uma apresentação das etapas e cronograma previstos para a elaboração da revisão do plano diretor da cidade, que deve estabelecer novas

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Gás importado por dona de termelétricas e novo bloco leiloado trazem evidências de fracking

Instituto diz que empresa importou 233 mil toneladas de combustível, e relatórios mostram conexão com técnica danosa; área arrematada em MT também tem recursos não convencionais Belém A importação de gás natural pela empresa norte-americana que constrói duas termelétricas em Barcarena (PA) e o bloco concedido para exploração de combustível fóssil em Mato Grosso têm em comum evidências de associação ao fracking, uma técnica controversa que

Leia Mais »

Mais de mil pessoas cobram garantias socioambientais em audiência final sobre revisão do PDOT no DF 

Mais de mil pessoas se reuniram no último sábado (28) na audiência pública final da revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do Distrito Federal, realizada no auditório da Câmara Legislativa do DF (CLDF). Organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), o evento marcou a apresentação da versão final da minuta do Projeto de Lei Complementar (PLC)

Leia Mais »