+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

#SalveNoronha: O que está sendo feito para evitar um desastre ambiental em Fernando de Noronha?

A 17ª rodada do leilão de blocos para a exploração de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP) está sendo debatida por todo o país. Previsto para acontecer em outubro, o leilão vem sendo desenvolvido em meio a polêmicas, já que atinge áreas extremamente sensíveis, como o Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, e não envolveu nenhum estudo dos graves impactos ambientais.

Nestas áreas propostas no pré-edital da 17ª Rodada de Concessão da ANP vivem pelo menos 89 espécies em risco de extinção, incluindo o maior animal do planeta: a baleia-azul.

Desde que foi realizada a primeira – e única – audiência pública referente à 17ª rodada, o Instituto Internacional Arayara e o Observatório do Petróleo e Gás, com o apoio da Coalizão Não Fracking Brasil e do Observatório do Clima, vêm desenvolvendo estudos e ações para suspender o leilão.

Além de apresentar um relatório técnico que aponta os riscos e inconsistências do leilão, as organizações entraram com duas ações civis públicas nas varas federais em Pernambuco (2ª Vara, Comarca de Recife) e Santa Catarina (6ª Vara, Comarca de Florianópolis) -, denunciando os graves erros no processo da 17ª Rodada de Concessão.

PARTICIPE DA CAMPANHA E ASSINE A PETIÇÃO PARA SALVAR NORONHA E DEZENAS DE ESPÉCIES EM EXTINÇÃO.

Com o suporte técnico do Instituto Internacional Arayara, o deputado federal David Miranda (PSOL), deu entrada no projeto de decreto legislativo para sustar os efeitos da 17ª Rodada de Concessão da ANP.

Após mencionar o vazamento de petróleo ocorrido no ano de 2019, e que gerou uma série de desastres ambientais e econômicos, o PDL aponta os perigos da exploração em áreas sensíveis.

“O governo agora vai permitir a exploração petroleira em regiões que incluem três unidades de conservação marinhas federais protegidas por lei: o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, a Área de Proteção Ambiental em seu entorno e a Reserva Biológica do Atol das Rocas – entre a costa dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Desta forma, a decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) ameaça diretamente a bacia Potiguar (RN e CE) a qual possui paraísos ecológicos muito sensíveis para a conservação da biodiversidade marinha brasileira”.

O PDL ainda menciona a fala do diretor técnico do Observatório do Petróleo e Gás e da Arayara, Juliano Bueno de Araújo, referindo-se ao processo em curso. “Depois que o vazamento acontece, depois que o acidente acontece, depois que o dano acontece, não há mais o que fazer. O dano vai estar estabelecido e infelizmente corremos, sim, o risco de termos bilhões em prejuízos da natureza desses setores que vão ser, provavelmente, afetados por possíveis vazamentos”.

O deputado federal Túlio Gadêlha e o presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Carlos Lupi, também entraram com pedido de medida liminar de urgência no Supremo Tribunal Federal (STF).

O objetivo da manifestação conjunta – baseada no relatório técnico desenvolvido pelo Instituto Internacional Arayara em conjunto com o Observatório do Petróleo e Gás (OPG), além de outros pareceres oficiais que foram ignorados – é suspender o leilão de blocos de petróleo da Bacia Potiguar e também da bacia de Pelotas, situada no extremo sul do País.

O pedido reforça os riscos de acidentes ambientais que podem prejudicar de forma irreversível a biodiversidade e um dos maiores santuários naturais do Brasil. “Em razão do alto grau de lesividade ao meio ambiente, é necessário que todos os atos preliminares à efetivação do leilão sejam suspensos com urgência”. ressalta o deputado Gadêlha.

As ações estão em andamento e processo de avaliação.

O deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT) também denunciou esta semana, no plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que o relatório técnico sobre os impactos ambientais, sociais e legais para as bacias Potiguar e Pelotas, previstos na 17ª rodada, não apresenta estudos ou simulações em caso de acidentes, como a legislação em vigor determina.

“E o que é mais grave: a própria ANP substituiu estudos ambientais criteriosos por meras manifestações conjuntas do Ministério de Minas e Energia e do Meio Ambiente. Os dois ministérios, que deveriam ser os defensores do ecossistema e do meio ambiente, dão amparo a desastres e dizem que não é necessário nenhum estudo aprofundando garantindo a vida nestas regiões, infelizmente é assim que eles pensam, como dizia o ministro, quer aproveitar o momento para passar a boiada”, destacou.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Contradições e colapso: o que a Guiana ensina para o Brasil?

A InfoAmazonia, em parceria com o Instituto Internacional ARAYARA, realizou uma importante expedição à Guiana em dezembro de 2024. Durante a viagem, diversas contradições foram testemunhadas de perto pelo engenheiro climático e de geociências Joubert Marques, que compartilha sua experiência e reflete sobre como a Guiana pode servir de exemplo do que não fazer na condução das políticas ambientais e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Leilão tem 19 blocos arrematados

O leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana terminou com 34 blocos de exploração de petróleo arrematados nas bacias do Parecis, Foz do Amazonas, Santos e Pelotas: uma área de 28.359,55 quilômetros quadrados. No total, 172 áreas de exploração foram colocadas em leilão. Nove empresas vencedoras — duas nacionais e sete estrangeiras —

Leia Mais »

ARAYARA fortalece representação da sociedade civil no Conama com presença ativa em câmaras técnicas

O Instituto Internacional ARAYARA amplia sua atuação no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) ao integrar oficialmente duas câmaras técnicas fundamentais para a formulação de políticas públicas ambientais no Brasil. A decisão foi aprovada por consenso pela Bancada de Entidades da Sociedade Civil durante a 146ª Reunião Ordinária do Plenário, realizada em 11 de junho na sede do Ibama, em

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brazilian activists vow to fight Amazon oil auction in court, hail ‘partial victory’ over unsold blocks

Brazil has faced criticism over last week’s auction of exploration blocks just months before it hosts COP30 talks focused on shifting away from fossil fuels   Amanda Magnani Editing: Helen Popper and Sebastián Rodríguez   A controversial auction of oil blocks in the Amazon by COP30 host Brazil drew bids on only 20% of the areas offered, a result that

Leia Mais »