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Religiosos de terreiro do Distrito Federal  se mobilizam contra impactos da UTE Brasília

Em visita ao Terreiro do Vô Congo, tradicional casa de Umbanda localizada há 22 anos na região do Sol Nascente, representantes da sociedade civil dialogaram com lideranças religiosas sobre os impactos ambientais e sociais de empreendimentos que avançam sobre territórios sagrados e áreas de preservação ambiental. 

 

O terreiro é liderado por Mãe Zenith de Oxum, também integrante da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO). A visita ocorreu em um contexto de crescente preocupação com a instalação da UTE Brasília, termoelétrica que poderá impactar diretamente comunidades tradicionais e o meio ambiente local.

 

“É tudo muito chocante, ainda mais com essas coisas vinculadas à termoelétrica, gasoduto, linha de transmissão… temos que nos posicionar”, afirmou Mãe Zenith, ao relatar que não havia sido informada sobre o empreendimento. A região já sofre com grilagem de terras e supressão de veredas, agravando a vulnerabilidade dos espaços de tradição e resistência cultural.

 

Durante o encontro, Livia, a mãe pequena do terreiro, expressou apoio ao trabalho realizado pela ARAYARA, que atua na defesa de comunidades afetadas por projetos poluidores. “Seguiremos fortalecendo a autonomia das lideranças locais na defesa de seus direitos, prestando suporte técnico e informações sobre o processo de licenciamento da UTE Brasília”, declarou Raíssa Felippe, mobilizadora da ARAYARA.

 

A visita também reforçou a importância do reconhecimento legal dos terreiros como povos e comunidades tradicionais, conforme previsto no Decreto nº 6.040/2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, e no recente Decreto nº 12.278/2024, voltado especificamente às comunidades de terreiro e de matriz africana.

 

“Empreendimentos como termoelétricas e gasodutos representam uma ameaça não apenas à natureza, mas também aos modos de vida ancestrais que resistem em territórios urbanizados”, afirmou Felippe Segundo ela, a mobilização conjunta entre lideranças religiosas e organizações da sociedade civil é essencial para garantir que esses espaços sejam respeitados e protegidos.

 

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