Nesta segunda-feira, dia 16 de novembro, a luta pela justiça climática inicia um capítulo importante: mais de 70 organizações de todo o mundo assinarão o Acordo de Glasgow, assumindo o compromisso de criar planos nacionais para alcançar cortes de 50% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030.
O acordo será assinado por organizações de mais de 30 países e 5 continentes diferentes, às 12h, tanto offline como online, na iniciativa “From the Ground Up” da Coalizão COP26.
A Arayara é uma das três instituições representando o Brasil na iniciativa, que conta com mais de 50 organizações de mais de 20 países e 3 continentes diferentes.
Há uma necessidade urgente de ação climática por parte de nossos governos? Sim, são suas responsabilidades. Mas não dá mais para continuar aguardando decisões institucionais e burocratizadas.
Assim, o Acordo de Glasgow visa retomar a iniciativa de governos e instituições internacionais sobre ação climática.
Um compromisso da sociedade civil com a mudança
Essas organizações se comprometem com o uso adequado de táticas para conseguir alcançar metas concretas e reconfigurar a economia que os governos e as instituições internacionais fracassaram totalmente em realizar.
O Acordo de Glasgow, que pode ser lido aqui, foi elaborado durante 2020 por várias organizações de todo o mundo.
Ao assinar este acordo, o movimento de justiça climática assume a necessidade de cortar coletivamente as emissões de gases de efeito estufa por meio de uma estrutura política de justiça climática.
Para alcançar esses cortes necessários, as organizações irão produzir inventários territoriais dos principais setores e emissores de gases de efeito estufa e projetos futuros.
A partir disso, eles vão criar uma agenda climática com prioridades de ação para desligamento, transformação e justiça social.
Globalmente, o Acordo de Glasgow propõe a criação de uma agenda climática mais ampla, baseada em prioridades territoriais, para o movimento pela justiça climática.
Cooperação entre organizações mundiais pela justiça climática
Nacional e internacionalmente, as organizações do Acordo de Glasgow apoiarão umas às outras com táticas e conhecimento, a fim de cumprir as agendas climáticas locais e globais.
Entre as mais de 70 organizações inscritas, você pode encontrar nomes como ATTAC Maroc (Marrocos), Justiça Ambiental (Amigos da Terra em Moçambique), Earthlife África (África do Sul), Fridays For Future Uganda, Jovenes por el Clima (Fridays for Future Argentina), Plataforma Bolivariana frente al Cambio Climatico (Bolívia), Arayara (Brasil), MOCICC – Movimiento Ciudadano frente al Cambio Climático (Peru), Alianza Mexicana contra el fracking (México), Make Rojava Green Again (Rojava, norte da Síria), Youth Advocates for Climate Action (Filipinas), Youth for Climate France, An Taisce (Irlanda), Climáximo (Portugal), Divest Strathclyde (Escócia), Ecologistas en Acción (Espanha), Climatestrike Suíça, Code Rood e Extinction Rebellion NL (Holanda ), Global Justice Now (Reino Unido) ou XR Cymru (País de Gales).
Três meses após a assinatura do Acordo de Glasgow, os membros terão produzido seu primeiro inventário nacional dos principais emissores de gases de efeito estufa e futuros projetos que aumentem as emissões, a fim de criar a agenda climática correspondente.