+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

O apagão no Amapá e as lições sobre energia, riscos e soluções

Depois de mais de 20 dias, foi concluída a instalação do 2º transformador e a energia voltou – por enquanto – no Amapá. Mas todos acompanhamos a situação do estado com angústia, tristeza e o sentimento de que muita coisa está errada.

Além da eletricidade, da água e da comida, faltou também fiscalização, responsabilidade, competência e conhecimento para entender que outras formas de energia não só são possíveis, como são necessárias.

Você sabe por que Laranjal do Jari está entre as poucas cidades do Amapá que não foram afetadas pelo apagão? Porque as comunidades da região foram abastecidas a partir de um sistema de energia solar.

A SS Solar, em parceria com a SMA Solar, instalou um sistema fotovoltaico com armazenamento de energia.

Os sistemas de armazenamento de energia podem ser usados em diferentes aplicações, podendo melhorar a estabilidade da rede, aproveitar a geração fotovoltaica para carregar as baterias ao longo do dia e ainda fornecer energia nos momentos de pico de demanda. Para este tipo de aplicação, a segurança é maior na rede de distribuição, pois diminui incidência de apagões como o que está acontecendo no estado do Amapá”, disse o Pedro Alvez, country manager da SMA Brasil, ao Canal Solar.

O Brasil é um dos poucos países no mundo a receber incidência solar superior a 2000 horas por ano. No nordeste, a incidência média diária varia de 4,5 a 6 kWh.

São números importantes, que colocam nosso país em destaque em termos de potencial solar, e em ótimas condições para investimento em energia solar.

Precisamos de energia eficiente e sustentável

Sabemos que a eletricidade de recursos renováveis é uma importante aliada no combate às mudanças climáticas e poluição do ar local.

A queima de combustíveis fósseis representa cerca de três quartos das emissões globais de gases de efeito estufa.

No Brasil, a falta de planejamento no setor elétrico reina e leva ao uso de usinas térmicas e geradores a diesel, que não só são extremamente poluentes, mas também mais caros, refletindo diretamente na conta de luz dos brasileiros.

A energia que polui e encarece os bolsos também deixa milhares sem luz e sem perspectivas.

Comunidades viram exemplos de energia limpa

Na Vila Restauração, uma reserva extrativista no Rio Juruá, no Acre, tem 750 moradores que hoje usam gerador a diesel para ter energia elétrica.

A Energisa está desenvolvendo um projeto no local que vai substituir o diesel caro e poluente pela energia solar e, ao mesmo tempo, garantir o suprimento contínuo de energia.

A unidade terá armazenamento em baterias e poderá ser operada à distância, além de contar com um sistema reserva à base de biodiesel.

Em comunidades ribeirinhas da Amazônia, placas solares vêm transformando a realidade. A energia limpa foi levada à região pelo programa Soluções Inovadoras, da Fundação Amazonas Sustentável.

Os geradores movidos a combustível foram substituídos pelas placas solares, o que resultou não só na economia financeira, mas em uma redução significativa dos impactos ambientais.

É mais do que hora de se pensar na população, na gestão e em mudanças. O nosso papel, como sociedade, é cobrar solução, responsabilidade e planejamento.

Junte-se a essa campanha. Precisamos exigir que seja traçado um plano de energia descentralizada renovável. A transição para uso de energia limpa precisa ser colocado em pauta. Já.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Governo contradiz compromissos climáticos e tenta ressuscitar UTEs carvão às vésperas da COP30

Organização exige a retirada imediata do carvão mineral do Leilão LRCAP 2026 Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, o governo federal se distancia dos compromissos assumidos no Acordo de Paris ao manter o apoio à indústria fóssil, em especial ao carvão mineral. O Instituto Internacional ARAYARA denuncia que o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP 2026), lançado

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: O Cerrado comemora seu dia, mas o Bioma está ameaçado por quatro termelétricas à gás e um mega gasoduto (por Instituto Arayara)

Há um ano, o Arayara vem denunciando os impactos e os riscos de quatro usinas térmicas a gás que pretendem se instalar em Goiás e no Distrito Federal Por Instituto Arayara  O Cerrado é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo, e estima-se que possua mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves. Acredita-se que mais

Leia Mais »

XI Encontro e Feira dos Povos do Cerrado destaca luta por território e direitos no bioma mais ameaçado do Brasil

Por quatro dias, entre 10 e 13 de setembro, a sede da FUNARTE, em Brasília, se transforma em um espaço de celebração, resistência e mobilização. O XI Encontro e Feira dos Povos do Cerrado reúne centenas de representantes indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, extrativistas e outros povos e comunidades tradicionais do bioma.  Promovido pela Rede Cerrado e parceiros, o evento é

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Legislativo sedia lançamento do programa nacional de proteção a ativistas ambientais

Ação foi realizada em parceria do Instituto Internacional Arayara com a Frente Parlamentar Mista Ambientalista e em Defesa de Territórios dos Povos e Comunidades Tradicionais, coordenada pelo deputado Marcelino Galo (PT). A Assembleia Legislativa sediou, nesta quinta-feira (11), o lançamento do programa nacional Defensores dos Defensores na Bahia. A iniciativa tem como objetivo oferecer proteção a ativistas engajados em causas

Leia Mais »