O Instituto Internacional ARAYARA anunciou uma nova atualização do Monitor Amazônia Livre de Petróleo, plataforma digital que reúne dados sobre a expansão da exploração de petróleo e gás em uma das regiões mais biodiversas e sensíveis do planeta: a Amazônia.
A ferramenta, que já era referência em transparência ambiental, ganhou agora novas funcionalidades que ampliam sua capacidade de análise sobre a fronteira fóssil no Brasil. Uma das principais novidades é a atualização da base de dados com todos os blocos exploratórios em vigor no território nacional, incluindo os mais recentes lançamentos da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Além disso, a plataforma passa a contar com novos filtros de visualização: um específico para os blocos situados na Margem Equatorial Brasileira — zona costeira de altíssima sensibilidade socioambiental — e outro que permite identificar blocos sobrepostos a Áreas Protegidas, conforme os dados da base global WDPA (World Database on Protected Areas).
Outra melhoria relevante foi a integração dos limites oficiais da Área do Pré-Sal, o que amplia o escopo de análise sobre os riscos das atividades offshore e seus impactos nos ecossistemas marinhos.
Acesse o Monitor Amazônia Livre de Petróleo e Gás e explore suas funcionalidades.
Dados que geram impacto
Segundo George Mendes, Gerente de Geociências, Geomática e Clima da ARAYARA, a atualização dos dados revela um cenário ainda mais preocupante. “É alarmante o número de blocos que avançaram para a fase de estudo nas bacias de Pelotas e do Amazonas, evidenciando uma pressão crescente sobre áreas de altíssima relevância ecológica e climática”, alerta.
Com base nas informações do Monitor, a ARAYARA elaborou estudos técnicos que foram decisivos para impedir a assinatura de contratos de exploração de petróleo na Amazônia durante o 4º Ciclo de Oferta Permanente da ANP, em 2023 — uma vitória significativa na defesa do bioma.
No 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, também promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apenas 34 dos 172 blocos ofertados foram arrematados — uma adesão de cerca de 20%, considerada mais uma conquista dos movimentos socioambientais. Em termos de território, o resultado representa uma preservação expressiva: dos 145.597,8 km² em oferta, aproximadamente 117 mil km² permaneceram livres da exploração.
Nova versão
O novo Monitor Amazônia Livre de Petróleo permite que qualquer pessoa — ativistas, pesquisadores, tomadores de decisão ou cidadãos interessados — visualize, em tempo real, os riscos que ameaçam o bioma amazônico, tanto em terra quanto no mar.
A plataforma é gratuita, será atualizada periodicamente e conta com o apoio de uma rede de parceiros nos nove países que compõem a Pan-Amazônia.