Na tarde de sexta-feira (29), o engenheiro ambiental John Wurdig, Gerente de Transição Energética do Instituto Internacional ARAYARA, participou ao vivo do programa Ponto de Conexão, exibido pelo canal Rede RS — novo veículo de jornalismo regional no Rio Grande do Sul, disponível no 11 da NET/CLARO e no 55.1 da antena digital.
O tema do debate foi “Mobilidade Limpa: Alternativas Sustentáveis”, com foco em estratégias para enfrentar a crise climática e promover transportes mais sustentáveis, especialmente em Porto Alegre.
Além de John Wurdig, participaram do debate Irineu Fernando Guarnier Filho, âncora do programa; os engenheiros elétricos Juliano Arce e Marcus Marcelo; e Francisco Cardoso, presidente da Fretransul.
O programa foi transmitido ao vivo do TECNOPUC, em Porto Alegre, e destacou a importância de soluções sustentáveis para a mobilidade urbana, bem como a urgência de investimentos em energia limpa na região.
Transporte elétrico em Porto Alegre
Durante a participação, Wurdig ressaltou os avanços da cidade na eletrificação do transporte público. Segundo ele, as três linhas 100% elétricas da capital — E178 (Praia de Belas), E378 (Integradora) e E703 (Vila Farrapos) — transportaram 1.240.375 passageiros em 71.819 viagens, percorrendo 656.982 km em 12 meses.
Segundo Wurdig, o projeto integra o Programa Mais Transporte e gerou uma economia aproximada de R$ 1 milhão em combustível, além de evitar a emissão de 874 toneladas de gases poluentes, equivalente à queima de 263 mil litros de diesel. Os ônibus também utilizam freios regenerativos, que reaproveitam energia durante a frenagem, aumentando a eficiência e reduzindo impactos ambientais.
O secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, reforçou a importância da iniciativa:
“A eletrificação do transporte coletivo é fundamental para reduzir a poluição e tornar o sistema mais moderno, sustentável e eficiente, beneficiando diretamente o passageiro. Com operação cerca de 65% mais barata que a movida a diesel, continuaremos a investir na eletromobilidade coletiva urbana.”
Plano de ação climática e metas de Porto Alegre
O Plano de Ação Climática de Porto Alegre identifica o setor de transportes como o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE), priorizando ações de mobilidade urbana de baixo carbono. O plano prevê a substituição gradual da frota de ônibus por veículos elétricos, híbridos ou movidos a hidrogênio, ampliação da frota e das linhas em áreas com menor cobertura, além da modernização de terminais e pontos de parada, integrando transporte coletivo, ciclovias e trens metropolitanos.
As medidas incluem ônibus acessíveis a pessoas com deficiência, climatizados e com sistemas de segurança, incentivos ao transporte coletivo, como gratuidades pontuais, e estudos contínuos de novas tecnologias para ampliar a eficiência e a sustentabilidade do transporte público.
O plano reforça as metas do Plano de Mobilidade Urbana (PMU) 2022–2032, visando aumentar o uso do transporte coletivo, reduzir a dependência do transporte individual e alcançar uma frota de baixa emissão.
Em paralelo, Wurdig destacou desafios na transição energética no RS, citando a resistência à redução do uso de carvão mineral na região da Campanha, onde estão as usinas Candiota III e Pampa Sul, com perspectivas de manutenção da mineração e queima de carvão até 2050, sem compromissos climáticos claros.