+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Instalação de termoelétricas em Macaé é questionada por ONGs e cientistas

ARAYARA vai contestar dados na audiência pública sobre complexo e entrará com ações na justiça

A Câmara de Vereadores de Macaé realiza nesta segunda, dia 4 de abril, às 18h, a audiência pública híbrida “Complexo Termoelétrico – impactos à saúde da população e escassez de água no Rio Macaé – necessidade de uma avaliação ambiental estratégica”O evento foi requerido pela vereadora Iza Vicente para atender um pedido da comunidade local e de organizações ambientalistas, entre elas as ONGs internacionais,  Instituto ARAYARA, Observatório do Clima, Observatório do Petróleo e Gás e International Rivers. 

A instalação do complexo vai agravar ainda mais a falta de água na região, conforme já alertou o Ibama. Estão previstas a construção de 11 usinas termoelétricas; ampliação do terminal de processamento de gás natural da Petrobras em Cabiúnas; um loteamento industrial para receber as termelétricas; uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH); gasodutos que levarão o gás natural da Bacia de Campos para o Porto de Açú, em Campos e duas linhas de transmissão para conectar ao sistema integrado.

O diretor técnico da ARAYARA Juliano Bueno de Araújo, argumenta que há muitas falhas nos estudos apresentados e que a instalação seria uma tragédia para o município. “A população já vem sofrendo com a falta de água, o município de Macaé já é um dos mais poluídos do Brasil, imagina como ficará com um complexo desses? Não nos resta outro caminho se não a judicialização”.  Ele acrescenta que as ações serão apoiadas por organizações integrantes do Observatório do Clima e do Observatório do Petróleo e Gás.

Os empreendimentos colocam em risco a Bacia Hidrográfica do Rio Macaé e das Ostras. As duas usinas em operação no município, em conjunto com a UTE Vale Azul I, consumirão parcela importante de toda água da bacia. Só para ter uma ideia, o consumo de água da termoelétrica, por dia, é quase igual a quantidade consumida por toda cidade de Macaé. Vale lembrar, que pela Lei Federal 9.433/1997, a prioridade para o uso da água é para o abastecimento da população e a cidade já vem sofrendo com a falta do recurso.

Além disso, o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental indica que haverá danos em vários aspectos da região. O processo de licenciamento ambiental já dura cerca de sete anos. As termoelétricas emitem gases de efeito estufa (GEEs), assim como poluentes que causam sérios impactos na saúde humana. Ou seja, contribuem para agravar ainda mais a crise climática e prejudicam a saúde da população no seu cotidiano, especialmente crianças e idosos.  

Sobre a audiência

A audiência será de forma híbrida – presencial e por videoconferência – e contará com a participação de representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde, Fiocruz, Ministério Público Federal, professores e pesquisadores de universidades públicas que atuam na região, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Macaé e ex-secretários da Prefeitura Municipal de Macaé. Também estarão presentes ambientalistas de movimentos socioambientais locais, como SOS Rio Macaé; SOS Restinga do Barreto; Pastoral da Ecologia Integral – Diocese de Campos; Fórum das Entidades ambientalistas nas Bacias Hidrográficas (Fonasc); Irmane-C pela Paz (ligado à Universidade da Paz); Associação Adianto; Associação Pequena Semente;  Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (Confrem); e internacionais como Instituto ARAYARA e International Rivers.


Link para acompanhar a audiência online: canal do YouTube da Câmara de Vereadores de Macaé.

Foto: Prefeitura de Macaé

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Mutirão TecnoClima discute papel da tecnologia na crise climática e aponta exclusões estruturais

No último domingo (15), o Instituto Internacional ARAYARA marcou presença no “Mutirão TecnoClima na COP30: Agenda de Ciência e Tecnologia”, realizado em Brasília, na sede da WWF Brasil. O encontro reuniu especialistas, organizações da sociedade civil e representantes de povos tradicionais para discutir o papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) na governança climática internacional, destacando lacunas históricas que

Leia Mais »

Instituto ARAYARA integra Observatório da Governança das Águas

O Instituto Internacional ARAYARA agora compõe o Observatório da Governança das Águas (OGA Brasil), uma rede nacional dedicada a monitorar, produzir e disseminar informações sobre a gestão integrada e participativa dos recursos hídricos no país. No dia 04 de setembro, foi lançada a Plataforma de Monitoramento da Governança das Águas, ferramenta construída coletivamente pela rede de atores do OGA. O

Leia Mais »

Seminário na Câmara debate minerais críticos e riscos para a crise climática

No dia 11 de setembro, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizou o Seminário “Minerais Críticos e Crise Climática”, reunindo especialistas, parlamentares e representantes da sociedade civil. O encontro discutiu os impactos da corrida global pela exploração de minerais estratégicos, como lítio, cobalto e terras raras, no contexto da transição energética. O seminário foi

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Manual de Sobrevivência: BdF lança podcast que propõe caminhos para os desafios climáticos

Produção explora possibilidades de futuro sustentável em meio à crise ambiental Já está no ar o primeiro episódio do novo projeto sonoro do Brasil de Fato. O podcast Manual de Sobrevivência propõe uma jornada pelas complexidades da crise climática e pela busca de soluções viáveis para os desafios atuais. Com apresentação da ativista socioambiental Gabi Brasiliae e do historiador e cientista político Juliano Medeiros,

Leia Mais »