+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Inclusão de comunidades tradicionais e coerência nos compromissos climáticos são debatidos em encontro preparatório para a COP 30

Na tarde de ontem (14), em encontro promovido pelo PSOL para reunir contribuições da sociedade civil aos encaminhamentos brasileiros na COP 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, abriu os trabalhos apresentando um panorama dos compromissos climáticos esperados para a conferência, com destaque para o fortalecimento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre.

Guajajara ressaltou que o financiamento climático deve priorizar os territórios indígenas e questionou se a falta de avanços para limitar o aquecimento global a 1,5°C estaria relacionada à destinação inadequada desses recursos.

O evento reuniu representantes de organizações da sociedade civil, coletivos e parlamentares de diferentes esferas. Representando o Instituto Internacional ARAYARA, a coordenadora de Advocacy, Renata Prata, defendeu a ampliação da participação no Círculo dos Povos, de forma a incluir comunidades quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos e demais povos e comunidades tradicionais. Ela também destacou a importância de garantir coerência entre os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil — como o acordo firmado na 3ª Conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC3) para o phase out dos combustíveis fósseis no mar, que precisa ser incorporado à pauta da COP — e o compromisso de eliminar a poluição plástica nos oceanos, atualmente ameaçado pelas pressões do lobby do petróleo e gás.

Durante sua fala, Prata enfatizou o papel estratégico da sociedade civil na mobilização para a COP 30, marcada para novembro de 2025, em Belém do Pará. Ela reforçou a urgência de integrar os debates sobre justiça climática à promoção da justiça e à superação da lógica de militarização, apontando que enfrentar a crise climática exige soluções populares.

Da esquerda para a direita: Juliano Medeiros, assessor do deputado Ivan Valente, Renata Prata, coordenadora de Advocacy da ARAYARA; Paula Coradi, presidenta do PSOL; e o deputado Ivan Valente.

 

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) alertou para a aprovação do chamado “PL da Devastação” no Congresso e denunciou os riscos de transformar a Foz do Rio Amazonas em uma nova fronteira para a exploração de petróleo e gás, em plena emergência climática. Em abril, Valente protocolou na Câmara o Projeto de Lei 1725/2025, que altera a Lei nº 9.478/1997, que regula a política energética nacional. A proposta proíbe a oferta de novos blocos de exploração na Amazônia, prevê a recuperação ambiental obrigatória nas áreas já em produção e estabelece um Plano de Transição Energética Justa, com prazos para encerrar atividades de petróleo e gás, requalificação profissional e incentivo à economia sustentável e às energias renováveis.

Contribuições foram realizadas pela presidenta do PSOL, Paula Coradi; pelo assessor do deputado Ivan Valente, Juliano Medeiros; por representantes da Executiva Nacional do PSOL e da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco (FLCMF); além de vereadores, deputados estaduais e representantes de movimentos e organizações da sociedade civil.

Inscrições para o Amazon Climate Hub

Prata também destacou o Amazon Climate Hub, espaço organizado pela ARAYARA e parceiros em Belém durante a COP 30, dedicado a discussões, oficinas e performances sobre justiça climática. Com entrada gratuita e programação diária das 7h às 23h ao longo dos 15 dias de conferência, a iniciativa busca reunir ONGs, lideranças indígenas, governos e pesquisadores, fortalecendo o debate público e a participação social na COP 30.

As inscrições estão abertas para que instituições, coletivos e ativistas proponham eventos na Amazon Climate Hub.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA debate com governo brasileiro e entrega estudo Candiota 2050 no Chile

O quarto dia da missão ao Chile foi marcado por encontros estratégicos da ARAYARA com representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e organizações da sociedade civil. O diálogo evidenciou o contraste entre o discurso do governo brasileiro e a ausência de ações concretas para o phase-out do carvão. Durante a Semana da Transição Energética Justa, a equipe da

Leia Mais »

ARAYARA reforça alianças latino-americanas por salvaguardas socioambientais

No dia 1º de outubro, a ARAYARA participou do evento “Salvaguardas para una Transición Energética Justa en Chile y Colombia”, promovido pela Alianza Potencia Energética. O encontro reuniu representantes de organizações da América Latina, como Emerger, Transforma, RedPE e Ecosur, em um diálogo sobre os princípios fundamentais de uma transição que coloque a vida no centro. Os debates ressaltaram a

Leia Mais »

ARAYARA cobra compromisso do Brasil com o fim do carvão durante Semana da Energia no Chile

Na Semana da Energia, realizada em Santiago, a ARAYARA marcou presença com uma intervenção direta no debate público sobre o futuro do carvão na América Latina. Durante a coletiva de imprensa de abertura, o gerente de Transição Energética da organização, John Wurdig, questionou o ministro de Energia do Chile, Diego Pardow, sobre os desafios do fechamento das usinas a carvão

Leia Mais »

Juventudes energéticas constroem pontes para a transição justa na América Latina

Entre os dias 29 de setembro e 8 de outubro, o Instituto Internacional ARAYARA deu início à Missão Transição Energética Justa e Sustentável Chile-Brasil, uma agenda estratégica de cooperação latino-americana. O primeiro dia foi marcado pela participação no I Encuentro de Juventudes de América Latina y el Caribe en Energía, em Santiago, reunindo lideranças jovens, pesquisadores e organizações que constroem

Leia Mais »