+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Ibama nega licença para térmica a gás em Brasília

Após uma audiência pública adiada e outra suspensa por pressão de ambientalistas, Ibama indefere pedido de licença para UTE Brasília

BRASÍLIA — O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou, na quarta (15/10), o pedido de licença prévia para a instalação da Usina Termelétrica Brasília (UTE Brasília), da Termo Norte, geradora que tem como sócio o empresário Carlos Suarez

O projeto prevê a construção e conexão de uma térmica a gás natural de 1.470 MW, ao gasoduto Brasil Central, da TGBC. É um projeto que vem sendo desenvolvido há mais de 20 anos, sem sair do papel. O traçado prevê a conexão de São Carlos (SP) à capital do país, onde não há suprimento do combustível.

despacho assinado pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, cita a “dependência de gasoduto com licenciamento vencido há mais de seis anos”, entre as justificativas para indeferir o pedido de licença.

De acordo com o documento, parecer técnico da Diretoria de Licenciamento Ambiental (Dilic) identificou lacunas de informação e “aspectos de inviabilidade ambiental e locacional”.

Cita, por exemplo, que a construção da usina teria impacto “direto e irreversível sobre a Escola Classe Guariroba, instituição pública que atende cerca de 560 estudantes em situação de vulnerabilidade”, por entender que a remoção prejudicaria a comunidade.

É uma questão, no entanto, que a Termo Norte já havia indicado que estaria disposta a mitigar, com a construção de uma nova escola ou manutenção da estrutura, caso a comunidade desejasse.

Já as justificativas ambientais para a negativa do Ibama incluem “inadequação locacional da área da Fazenda Guariroba” — que teria relevância ecológica para espécies migratórias —, pressão sobre o já comprometido rio Melchior e a suspensão judicial de outorgas prévias de uso de recursos hídricos na região.

Em nota enviada à agência eixos, a UTE Brasília informa que recebeu o parecer técnico da Dilic/Ibama e “está avaliando detalhadamente seu conteúdo, bem como os fundamentos apresentados pelo órgão”.

“A partir desta análise, a companhia irá definir as medidas cabíveis dentro do prazo legal e, caso necessário, apresentará recurso conforme previsto na legislação vigente. A empresa reafirma seu compromisso com a transparência, o diálogo institucional e o cumprimento da legislação ambiental brasileira”.

Pressão ambiental

A negativa do Ibama foi comemorada por organizações ambientais que desde o início do ano mobilizam contra o licenciamento da UTE.

Instituto Arayara, que conseguiu adiar e depois impedir a realização de audiência pública para apresentação dos estudos de impacto do projeto, divulgou uma nota avaliando que o indeferimento da licença deve repercutir também sobre outras três termelétricas (UTE Bonfinópolis, UTE Centro-Oeste e UTE Brasil Central) no traçado Brasil Central da TGBC.

Fonte: Eixos

Foto: Renata Sembay/ ARAYARA.org

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

“O nosso mangue tem valor com gente”

Grito de  povos extrativistas e comunidades costeiras do litoral amazônico ecoa na COP30   Comunidades da costa amazônica lançaram neste sábado (15/11) o  documento “O GRITO DO MANGUE PELO CLIMA”. Elaborado por organizações e redes representativas de povos extrativistas e comunidades costeiras do litoral amazônico, o material reúne análises e reivindicações de populações que vivem na linha de frente da

Leia Mais »

Territórios indígenas sob pressão: impactos de petróleo, mineração e agronegócio são debatidos durante a COP30

No dia 14 de novembro, o Arayara Amazon Climate Hub sediou a mesa-redonda “Territórios indígenas na mira de grandes empreendimentos: do petróleo à mineração”, organizada por organizações de base indígena de diversas regiões e biomas do Brasil. O encontro reuniu lideranças de diferentes regiões do país para debater os impactos de empreendimentos de desenvolvimento — como mineração, petróleo, gás, hidrelétricas

Leia Mais »

Risco de Sacrifício: Amazônia Debate a Mineração Estratégica e a Corrida por Minerais na Transição Energética

A crescente demanda global por minerais essenciais à descarbonização coloca a Amazônia diante de uma encruzilhada perigosa. O painel “Amazonía y Transición Energética Justa: Propuestas para Abordar la Minería y los Derechos de Pueblos Indígenas y Comunidades Locales”, realizado no ARAYARA Amazon Climate Hub, reuniu lideranças pan-amazônicas e especialistas para debater como garantir que a busca por cobre e lítio

Leia Mais »

Workshop no Amazon Climate Hub debate impactos do fracking e pressiona setor de petróleo e gás por responsabilidade ambiental

Oito países entre Europa e América Latina já aboliram a técnica de extração por fracking. Na Colômbia, ambientalista e sociedade civil  tentam extinguir a prática, mas País continua vulnerável e sob pressão do governo que defende o fracking como ferramenta de soberania energética.  O Arayara Amazon Climate Hub sediou, na manhã desta sexta-feira (14/11), o workshop “Making Polluters Pay: How

Leia Mais »