+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Festival Amazônia Terra Preta discute impactos da exploração de petróleo sobre a pesca

Durante o Festival Amazônia Terra Preta, realizado no fim de semana em Macapá (AP), a oceanógrafa e pesquisadora do Instituto Internacional ARAYARA, Kerlem Carvalho, participou do painel “Sistemas Alimentares e Clima: Desafios das Terras e das Águas”.

O evento, promovido pelo Instituto Mapinguari, reuniu especialistas, lideranças comunitárias e representantes do setor ambiental para discutir os impactos das mudanças climáticas e dos grandes empreendimentos sobre a produção de alimentos na região amazônica.

Carvalho apresentou os resultados do estudo “Impactos do Avanço do Petróleo na Pesca da Costa Amazônica”, alertando para os riscos trazidos pela expansão da indústria de petróleo e gás sobre áreas pesqueiras estratégicas. “Um dos pontos de maior preocupação é o leilão de 47 blocos de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, previsto para 17 de junho, que segue em trâmite apesar de recomendações do Ministério Público Federal pela sua suspensão devido aos riscos socioambientais envolvidos”, alertou Carvalho.

A pesquisadora também apresentou as ferramentas desenvolvidas pela ARAYARA para monitoramento em tempo real da atividade petrolífera: o Monitor Amazônia Livre de Petróleo e Gás, que acompanha os blocos exploratórios em toda a Pan-Amazônia, e o Monitor Oceano, voltado para o monitoramento da exploração offshore na costa brasileira. Segundo ela, essas plataformas visam ampliar a transparência, o acesso à informação e o engajamento da sociedade civil.

Políticas públicas e mudanças climáticas

Hannah Balieiro, diretora executiva do Instituto Mapinguari, destacou a relevância da agenda de negociações sobre agricultura e sistemas alimentares, a única temática setorial incluída nas discussões climáticas das COPs. “É fundamental que essa pauta seja debatida em conjunto com outras questões econômicas. Grandes empreendimentos impactam diretamente essa cadeia, que por natureza já é altamente sensível às variações de temperatura causadas pelas emergências climáticas — e que influenciam de forma direta o cotidiano das pessoas.”

O painel reforçou a urgência de políticas públicas que protejam os territórios e assegurem a participação efetiva das comunidades tradicionais nos processos decisórios, além da promoção de alternativas econômicas sustentáveis diante do agravamento das crises climáticas. A participação da ARAYARA reforça seu compromisso com a justiça socioambiental, a preservação dos ecossistemas e a segurança alimentar das populações amazônidas.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

“Xô Termelétrica”: audiência sobre UTE Brasília é suspensa após protestos e denúncias de irregularidades

Ato popular, falhas de segurança e ação judicial paralisam processo de licenciamento da termelétrica que ameaça o Rio Melchior e pode agravar a crise hídrica no DF. A audiência pública para apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Usina Termelétrica (UTE) Brasília, prevista para a última terça-feira (17), foi oficialmente suspensa pelo Instituto

Leia Mais »

NOTA DE REPÚDIO : jabutis da Lei das Eólicas Offshore

A Lei nº 15.097, de 10 de janeiro de 2025 que deveria disciplinar apenas sobre  o aproveitamento de potencial energético offshore no Brasil, hoje pode representar o maior retrocesso para a transição energética justa e sustentável em nosso país, caso o Veto nº 3/2025 (Marco Regulatório de Energia “Offshore”) seja integralmente derrubado no Senado Federal.  O Congresso incluiu a análise

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: ONGs questionam emissões de carbono e falta de consulta a indígenas em oferta de 172 áreas para exploração

Organizações ambientalistas e representantes de povos indígenas protestaram no Brasil e na Alemanha contra o leilão de concessão de áreas para exploração e produção de petróleo realizado no Rio de Janeiro nesta terça-feira (17). Com o slogan “o leilão do juízo final”, o Instituto Internacional Arayara reuniu lideranças de povos que podem ser afetados pela exploração, seguindo estratégia que incluiu denúncia à

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Sob críticas, ANP leiloa 19 blocos de petróleo na foz do Amazonas por R$ 844 milhões

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concedeu, nesta terça-feira (17), a exploração de 19 blocos petroleiros na foz do rio Amazonas a dois consórcios empresariais, em um leilão criticado por ambientalistas, enquanto o Brasil se prepara para sediar, em novembro, a COP30, a conferência climática da ONU. Dezenove dos 47 blocos petroleiros localizados na bacia da

Leia Mais »