O Instituto Internacional ARAYARA, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), o Sindipetro Rio de Janeiro, Sindipetro Pará/ Amazonas/ Maranhão/ Amapá, Sindipetro Sergipe/ Alagoas e Sindipetro Litoral Paulista lançaram uma carta conjunta convocando sindicatos, movimentos sociais e ambientalistas a se mobilizarem contra a 3ª Oferta Permanente de Partilha (OPP), cuja sessão está marcada para o dia 22 de outubro.
O ato popular será realizado nessa mesma data, ao meio dia, em frente ao prédio da Agência Nacional do Petróleo (ANP) / Transpetro(RJ).
As entidades denunciam que o novo ciclo de leilões aprofunda a dependência brasileira dos combustíveis fósseis e entrega áreas estratégicas do pré-sal a grandes petroleiras internacionais. Entre as empresas inscritas e aptas a participar do 3º Ciclo estão Chevron, CNOOC, Qatar Energy, Shell e Total, conglomerados que simbolizam a concentração do poder energético nas mãos de multinacionais.
Em meio ao enfraquecimento do já limitado modelo das OPPs, à privatização parcial da Petrobras e à expansão dos leilões de reservas nacionais, as entidades alertam que a renda do pré-sal não tem sido revertida em investimentos na transição energética nem em benefícios concretos para o povo brasileiro.
A situação de Macaé (RJ) ilustra esse modelo de desigualdade: mesmo com bilhões arrecadados em royalties do petróleo, o município segue vulnerável às oscilações do mercado internacional, com crescimento concentrado, destruição ambiental e agravamento das desigualdades sociais.
Assine a Carta e confira a nota técnica da ARAYARA
De acordo com o relatório “The Money Trail Behind Fossil Fuel Expansion in Latin America and the Caribbean”, elaborado pelo Instituto Internacional ARAYARA em parceria com a Urgewald, quatro novos campos exploratórios estão sendo abertos no pré-sal próximo a Macaé — Marlim Azul (Petrobras), Raia Pintada e Raia Manta (Equinor) e Maromba (BW).
Além disso, os dois maiores terminais de GNL da América Latina estão em construção no Brasil: o Porto Norte Fluminense e o Tepor Macaé, com capacidade conjunta de regaseificação de 5,63 milhões de toneladas por ano. Esses empreendimentos, somados à expansão das termelétricas fósseis, representam um retrocesso ambiental e uma contradição com os compromissos climáticos assumidos pelo país.
Juliano Bueno, diretor técnico da ARAYARA, doutor em Urgências e Emergências Ambientais e também conselheiro do CONAMA, ressalta que em vez de avançar na transição energética, o Brasil continua preso a um modelo fóssil que subordina a política energética nacional aos interesses das grandes corporações. “ É urgente que a sociedade se mobilize contra esse retrocesso e em defesa da soberania energética, da justiça climática e da proteção socioambiental.
Precisamos conter a expansão da indústria de petróleo e gás e acelerar uma verdadeira transição energética, capaz de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações”, destacou o especialista.
Serviço
O quê: Ato contra a 3ª Oferta Permanente de Partilha (OPP)
Quando: 22 de outubro (terça-feira), às 12h
Onde: Em frente ao prédio da ANP/Transpetro, no Rio de Janeiro.














