+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Entenda a COP30: o essencial para quem vai acompanhar a conferência de perto ou de longe

Com a proximidade da COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém, cresce a busca por informações sobre o evento que deve reunir líderes de quase 200 países para discutir o futuro das políticas climáticas globais. O tema da conferência é complexo e decisivo para o futuro do nosso planeta, e entender seu funcionamento ajuda a assimilar melhor as discussões.

Acompanhar a COP será uma oportunidade de compreender como decisões internacionais podem impactar a política climática brasileira e a transição energética no mundo inteiro. Para acompanhar negociações e debates, há diversas fontes oficiais e especializadas que oferecem informação qualificada. Mas além das salas oficiais de negociação, há muitos saberes e soluções climáticas surgindo em todos os cantos da capital paraense.

Canais oficiais

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) mantém uma página dedicada à COP 30 com agenda, documentos de negociação, comunicados e instruções para participantes. Também já está no ar o site oficial da COP 30 no Brasil, que reúne informações sobre logística, credenciamento, hospedagem e programação de eventos paralelos. A Secretaria Extraordinária da Presidência da República para a COP 30, criada para coordenar a preparação do país, divulga nesses canais atualizações sobre infraestrutura e articulações institucionais.

Veículos de comunicação nacionais e internacionais dedicam seções especiais ao tema. No Brasil, jornais como O Globo, Folha de S.Paulo e Valor Econômico devem enviar  correspondentes, assim como outros veículos que acompanham tanto as negociações oficiais quanto as atividades paralelas. Durante o evento, as redes sociais da COP 30, da UNFCCC e de organizações parceiras serão constantemente atualizadas, permitindo que o público acompanhe de perto os desdobramentos.

Blue Zone e Green Zone

Os espaços oficiais da UNFCCC nas COPs se dividem entre a Blue Zone (Área Azul) e a Green Zone (Área Verde). A primeira concentra as negociações oficiais, onde os textos de acordo são debatidos e definidos. O acesso é restrito a negociadores das delegações dos países, imprensa e organizações da sociedade civil credenciadas como observadoras.

A imprensa não pode entrar nas salas de negociação, mas organizações observadoras têm esse acesso garantido. É o caso do Instituto Internacional ARAYARA, que há anos acompanha as COPs como representante da sociedade civil, publicando análises, relatórios e balanços diários. Além de comunicação e análise, a organização exerce papel de monitoramento para garantir que as decisões se alinhem às metas climáticas necessárias para assegurar a justiça climática.

Para Sara Ribeiro, Gerente Especial COP 30 do Instituto, a agenda principal defendida neste ano é a da transição justa: “Precisamos garantir que seja em todos os âmbitos, principalmente a energética, como forma de mitigação de emissões mundiais. Os direitos territoriais de povos tradicionais também são essenciais, e para isso é necessário que estas comunidades tenham maior participação e protagonismo social nas negociações”, afirma.

A presença de representantes da indústria fóssil e de outros setores poluidores é cada vez mais marcante nas negociações. Até agora, o texto-base da conferência incluiu a menção à necessidade do “afastamento gradual dos combustíveis fósseis”, mas sem prazos ou caminhos definidos. Nessa disputa, a presença da sociedade civil é essencial para pressionar pela inclusão do tema na agenda oficial e pela construção de uma transição energética justa.

Na Green Zone, o acesso é aberto a todos, mesmo sem credenciamento. Esse espaço reúne estandes e eventos paralelos organizados por países, instituições e movimentos, promovendo um ambiente mais democrático para o debate das políticas climáticas.

O clima em toda a cidade

Além dos espaços oficiais, iniciativas autônomas ocuparão diversos pontos de Belém, aproximando os debates da população mais afetada pela crise climática e valorizando a sabedoria tradicional como chave para soluções. O Comitê COP30 e organizações socioambientais têm se destacado como vozes importantes na mobilização local. Nesse contexto, a Cúpula dos Povos se consolida como espaço tradicional de resistência, reunindo movimentos sociais, povos indígenas, comunidades tradicionais e organizações ambientalistas em defesa da justiça climática. A ARAYARA marcará presença na programação, reforçando a luta contra os combustíveis fósseis e pela transição energética.

Para a sociedade civil, um dos espaços de maior relevância será o Amazon Climate Hub, iniciativa do Instituto Internacional ARAYARA. Localizado no bairro Reduto, de Belém, o Hub funcionará como um ponto de encontro e um laboratório vivo de inovação climática e tecnologia ancestral. O espaço vai abrigar debates, exposições artísticas e intervenções culturais, funcionando como uma “embaixada” das comunidades amazônicas. O objetivo é discutir a transição energética, a proteção da floresta e os direitos dos povos tradicionais, oferecendo ao público uma perspectiva local do evento e fortalecendo redes de articulação socioambiental.

Belém além da COP

Belém, cidade profundamente impactada pela crise climática, também se revela pela sua cultura, gastronomia e território. Visitar o tradicional Mercado Ver-o-Peso é mergulhar em uma diversidade única de frutas como açaí, cupuaçu e bacuri, além de peixes e ervas que expressam a riqueza da floresta e dos rios. A culinária paraense, com pratos típicos como pato no tucupi, maniçoba e tacacá, traduz a identidade local. Restaurantes renomados como Remanso do Bosque e Remanso do Peixe reinventam essa tradição. O açaí, consumido de forma autêntica, sem açúcar e acompanhado de peixe frito ou camarão, é uma verdadeira paixão da região.

Com toda essa diversidade, a COP 30 em Belém será mais que um encontro para discutir o futuro climático do planeta. Será também a oportunidade de vivenciar a cultura amazônica e reforçar a urgência de proteger seus territórios e comunidades.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: E o carvão? Brasil quer liderar na COP30, mas não avança em planos de transição e segue subsidiando térmicas

País gasta mais de R$ 1 bi por ano com térmicas no Sul, e planos de transição energética justa para os trabalhadores ainda engatinham, indicando que pagamento de incentivo pode se estender. A energia do carvão é a mais poluente. Com uma matriz elétrica bem mais limpa do que a média mundial e um sistema interligado, que permite transferir energia

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Por que gás natural não é alternativa sustentável

Petrobras celebra importação de gás natural da Argentina como de menor impacto ambiental. Porém, combustível fóssil polui mais do que dióxido de carbono e uso do fracking para extração causa danos socioambientais.A Petrobras comemorou no início de outubro a primeira importação de gás natural da Argentina como um compromisso com o “desenvolvimento sustentável”. No entanto, o uso deste tipo de

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brazil – Petition filed to suspend or cancel the offering of several oil and gas exploration blocks, alleging violations of Indigenous consultation rights

Brazil: Petition filed to suspend or cancel the offering of several oil and gas exploration blocks, alleging violations of Indigenous consultation rights In May 2025, the Arayara International Institute of Education and Culture filed a Public Civil Action (ACP) against the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) due to the inclusion of Blocks PRC-T-54, PRC-T-100, PRC-T-101, PRC-T-117,

Leia Mais »

ARAYARA: Foz do Amazonas: ONGs vão à Justiça para suspender perfuração da Petrobras

Um grupo de ONGs protocolou na noite de quarta-feira (22) na Justiça Federal do Pará uma ação civil pública na qual pedem a paralisação imediata da perfuração da Petrobras na bacia da Foz do Amazonas. A ação pede que a licença emitida nesta semana pelo Ibama seja anulada. A ação foi protocolada às 21h04 na 9a Vara Federal Ambiental e Agrária da Justiça Federal do Pará e é assinada

Leia Mais »