+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Do desmatamento ao comércio de animais silvestres, crise climática contribui para o surgimento de pandemias

O que o desmatamento tem a ver com a aceleração no ritmo das epidemias e pandemias, como a atual de coronavírus? Tudo. E quem diz isso não faz parte de nenhum grupo ecologista radical. A afirmação está, por exemplo, em artigo publicado pelo Fórum Econômico Mundial, entidade que reúne uma vez por ano os líderes empresariais e políticos do mundo em Davos (Suíça). Segundo pesquisa, 31% dos 12.012 surtos em todo mundo entre os anos de 1980 e 2013 estão ligados diretamente a ambientes que foram devastados.

O cálculo é que 65% das doenças que surgiram nas últimas quatro décadas sejam zoonoses. Animais silvestres, seja por caça, comércio ou perda de habitat, entraram em contato com o homem, passando doenças que antes estavam restritas à selva. Foi assim com o ébola, zika, Aids e agora com o coronavírus.

A origem mais aceita cientificamente é que o Covid-19 contaminou humanos a partir do mercado de Wuhan, na China, que comercializava animais (vivos ou mortos) como morcegos, cobras, civetas, entre outros animais silvestres. E essa é uma história que se repete. O surto de ébola de 2014 na África Ocidental se deu por contato com macacos. Já as mortes pelo nipah em Bangladesh, em 2004, aconteceram pela proximidade com fluídos de morcegos chamados de “raposas voadoras”. Esses dois vírus têm letalidade bem maior que o coronavírus e são classificados como “bombas-relógio” que também podem causar pandemias.

Por outro lado, o aquecimento global está derretendo geleiras que preservaram vírus antigos que estavam encapsulados e eram desconhecidos até agora. “Esses desequilíbrios e desregulações criam fenômenos que depois a ciência tem que se preocupar e correr para resolver”, afirma Ricardo Abramovay, professor sênior do Programa de Ciência Ambiental da USP.

A crise climática torna-se ainda mais urgente.

Fonte: RODRIGO BERTOLOTTODE ECOA, EM SÃO PAULO

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Juventude debate transição energética justa e impactos do carvão no LCOY Brasília

No último sábado (16), o Instituto Internacional ARAYARA participou do Local Conference of Youth (LCOY), evento organizado pelos coletivos Jovens Pelo Clima Brasília e ONG A Vida no Cerrado, que reuniu jovens de diferentes regiões para discutir ações climáticas e justiça socioambiental. A LCOY, etapa preparatória da Conferência Global da Juventude (COY), busca dar visibilidade a perspectivas plurais e horizontais

Leia Mais »

Instituto ARAYARA participa do Podcast do Correio Braziliense sobre “Os riscos da nova lei de licenciamento ambiental e de usina termelétrica no DF

John Wurdig e Kerlem Carvalho destacaram pontos importantes do PL da Devastação e os riscos de seguir com a expansão da exploração de combustíveis fósseis no país. O Instituto Internacional ARAYARA esteve presente no episódio #216 do Podcast do Correio Braziliense, representado pelo Gerente de Transição Energética, John Wurdig, e pela Coordenadora de Oceanos, Kerlem Carvalho. A conversa, conduzida pelos

Leia Mais »

Arayara acompanha entrega de relatório para proteger a Foz do Amazonas de ameaças do petróleo

Estudo entregue ao MMA propõe Instituto Nacional da Foz do Amazonas e áreas marinhas protegidas como condição mínima antes de qualquer avanço na exploração de petróleo em uma das regiões mais sensíveis e biodiversas do planeta. O Instituto Internacional ARAYARA participou, nesta quarta-feira (20), do lançamento do relatório “Cenários Estratégicos para a Ampliação do Conhecimento Científico e Proteção da Biodiversidade

Leia Mais »

Sociedade civil participa de audiência da Câmara sobre racismo ambiental e justiça climática

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados promoveu, ontem (19), uma audiência pública para debater racismo ambiental e justiça climática. O encontro, solicitado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP), contou com a presença de representantes do governo, especialistas e movimentos sociais, além do Instituto Internacional ARAYARA. Nilto Tatto destacou a criminalização da população negra e indígena

Leia Mais »