*Texto: Priscila Marotti e Tiago Bernardino
Hoje é dia de força, garra, luta e resiliência. Neste mês de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, que surgiu em homenagem a 129 operárias de uma fábrica de tecido que morreram carbonizadas, vítimas de um incêndio no dia 8 de março de 1957, em Nova York.
Somente a partir de 1921, durante uma Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, que ocorreu um reconhecimento oficial da luta, em referência aos acontecimentos de 1917. Ainda há muito o que se conquistar.
O Dia da Mulher este ano chega com mais desafios, quando a pandemia escancara ainda mais a desigualdade social, de gênero e racial que vivemos.
Sete de cada 10 profissionais na linha de frente do combate à Covid-19 são mulheres, segundo uma análise feita pela ONU no final de 2020. Mas ainda são elas as que mais sofrem com os impactos econômicos e sociais da pandemia.
Uma pesquisa da Pnad Contínua, do IBGE, apontou que, no terceiro trimestre de 2020, a taxa de desocupação no país foi de 12,8% entre os homens e de 16,8% entre as mulheres.
Uma análise da empresa de serviços profissionais PwC mostra que a conquista das mulheres no local de trabalho nos últimos anos deve ser revertida devido à pandemia. O estudo aponta que a pandemia está retrocedendo o progresso em direção à igualdade de gênero no local de trabalho de volta aos níveis de 2017.
No Brasil, neste ano de 2021 a representatividade nas prefeituras teve um resultado de pouco mais que 12% . As mulheres vereadoras ocupam 18% do total das cadeiras nas capitais brasileiras.
Luta pela igualdade de gêneros
Um estudo internacional recente, realizado pela Women Deliver e Focus 2030, apontou que a população de 17 países quer um mundo com mais igualdade de gênero. Há também uma pressão para que os governos e líderes empresariais tomem medidas para reduzir as diferenças entre homens e mulheres.
As mulheres conquistaram seu espaço na sociedade, reivindicando aquilo que é seu por direito, liberdade e equidade salarial no emprego, na família. Conseguiram ser independentes e pagar suas próprias contas. Na comunidade onde vivem, se tornaram representatividade.
Mas caminho ainda é longo. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). No nosso país, apenas 3% das mulheres ocupam cargos de liderança no mercado.
Precisamos lembrar das lutas já conquistadas pelo movimento e unir forças para enfrentar o que está por vir. Celebrado em países e culturas diferentes, esta data é parte de uma idealização ainda maior que é preciso ser reivindicada dia após dia.
Mulheres fortes
Na última semana, a revista Forbes Brasil listou as 20 Mulheres de Sucesso do Brasil, entrevistando pessoas de diferentes áreas como a literatura, a música, a luta pela igualdade, negócios, ciência, dispostas a mudar o mundo em defesa da vida.
O destaque foi para a filósofa e escritora negra Djamila Ribeiro, como capa da matéria, que fechou o ano de 2020 com o livro mais vendido pela Amazon, e que se prepara para a quarta obra, trazendo uma particularidade dos fatos.
O Instituto Internacional Arayara ressalta a importância da luta pela igualdade em todas as esferas, reforçando que defender a vida é defender igualdade de direitos e um mundo mais justo para todos.
“Que esse 8 de março nos dê força para enfrentar os desafios e continuar seguindo neste compromisso de transformar a sociedade. Quando falamos de preservação do meio ambiente, de transição energética, de combate à exploração de terras e vidas, de igualdade de gênero, raça e em todos os setores, estamos falando de um só objetivo: nos tornarmos uma sociedade sustentável, consciente e justa”, ressalta Nicole Oliveira, diretora do Instituto Arayara.