por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Energia limpa, Mundo |
Pesquisadores desenvolveram pela primeira vez uma molécula única que pode absorver energia de todo o espectro visível da luz do sol e agir como catalisador para produção de hidrogênio, combustível limpo que pode ser usado como alternativa ao petróleo e derivados.
A descoberta pode ajudar o planeta a realizar a urgente transição de combustíveis fósseis para fontes de energia mais limpas, que não gerem impactos negativos no meio ambiente. A combustão do hidrogênio não produz carbono ou dióxido de carbono. É sabido que o CO2 é o principal gás do efeito estufa e da aceleração das mudanças climáticas.
“A ideia dos pesquisadores é pegarmos os fótons da luz sol e transformá-los em hidrogênio. Em linhas gerais, estamos poupando a energia solar, armazenando-a em ligações químicas para que possa ser utilizada em um momento futuro”, disse Claudia Turro, líder do projeto.
A nova molécula, uma forma do elemento químico ródio, é capaz de absorver energia do infravermelho ao ultravioleta, coletando até 50% mais do que as células solares atuais.
Mesmo em estágio inicial, a pesquisa é uma excelente notícia!
por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo, Transição energética |
A transição energética é cada dia mais urgente. Precisamos abandonar a exploração e o uso dos combustíveis fósseis. Nesse caminho, a Scania apresentou mais um caminho na eletrificação de veículos comerciais: o uso de hidrogênio como combustível. Quatro caminhões movidos com energia fornecida pela queima de hidrogênio serão usados pela ASKO, uma empresa atacadista da Noruega.
“A Scania continua trabalhando com a tecnologia de ponta para uma mudança para o transporte livre de combustíveis fósseis. Uma parte importante disso é feita em conjunto com alguns de nossos parceiros mais progressistas, como a ASKO, no desenvolvimento mais próximo ao cliente”, diz Karin Rådström, chefe de vendas e marketing da Scania. “O hidrogênio é uma opção interessante para o transporte eletrificado de longa distância e os primeiros testes mostram que a tecnologia também funciona bem em climas mais frios”, acrescentou.
Além do uso de células de hidrogênio, a Scania produz veículos puramente elétricos com baterias, com sistema de catenárias, semelhante aos trólebus, e híbridos, com motores diesel e motores elétricos trabalhando em conjunto.
Os caminhões da ASKO são praticamente os mesmo que saem da linha de montagem tradicional da Scania, com a diferença que o motor a diesel é substituído por um motor elétrico, o tanque de diesel é trocado por células de hidrogênio e baterias recarregáveis. Os restante do trem de força é idêntico.
por Nicole Oliveira | 20, jan, 2020 | Carvão Mineral, Mudanças Climáticas, Mundo, ONU |
No Rio Grande do Sul, a proposta de instalação da maior mina de exploração de carvão a céu aberto do Brasil – Mina Guaíba – coloca em risco a vida de mais de 4,3 milhões de moradores da região metropolitana de Porto Alegre. O carvão é um combustível fóssil e, assim, um dos mais graves influenciadores das mudanças climáticas. As consequências de sua exploração são devastadoras. Abaixo, compartilhamos uma reportagem que fala sobre a exploração do carvão na Bósnia. Serve como alerta urgente à sociedade gaúcha e brasileira.
Confira:
Na Europa, ainda existe um lugar onde o carvão é transportado por uma locomotiva a vapor: a mina de Banovići, na Bósnia-Herzegovina.
Esta não é a única tecnologia obsoleta usada no setor de
energia dos países dos Balcãs: a Bósnia abriga três das dez usinas
termelétricas a carvão mais poluentes da Europa.
Apesar de seu impacto negativo no meio ambiente e na saúde,
associações e especialistas apontam que a Bósnia não está tentando reduzir sua
dependência de combustíveis fósseis, um dos tópicos mais importantes da
Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP25), em Madri. O
motivo? Dinheiro.
As abundantes reservas subterrâneas de carvão da Bósnia e a
lucratividade do modelo de negócios – exportando eletricidade produzida em
usinas antigas – tornam praticamente impossível para o país cumprir qualquer
uma das metas de emissão estabelecidas pelo acordo de Paris.
O negócio de carvão é cada vez mais lucrativo para alguns –
mas prejudicial para muitos.
Lucro comercial para saúde
Todas as cinco usinas de energia localizadas na Bósnia são movidas a carvão. Isso faz do país o único exportador de energia nos Balcãs.
Tuzla, a terceira cidade da Bósnia, abriga uma das maiores
usinas de carvão da região. A fábrica Termoelektrana, em combinação com o
tráfego intenso de carros, as indústrias e o uso doméstico de carvão para
aquecimento, faz de Tuzla a cidade com a pior qualidade do ar nos Balcãs
Ocidentais.
A poluição de Tuzla é 6,5 vezes acima do nível recomendado
pelos padrões da Organização Mundial da Saúde.
De acordo com os dados fornecidos pela Aliança Global para o Clima e a Saúde, a usina de carvão de Tuzla emite 896 toneladas de PM2,5 anualmente e é a maior fonte de PM2,5 do país. PM10 e PM2.5 são partículas poluentes presentes no ar que respiramos. As partículas podem absorver substâncias tóxicas como sulfatos, nitratos, metais e compostos voláteis.
“Os poluentes aumentaram a incidência de câncer nas
áreas próximas”, diz Denis Zisko, gerente de projetos do Centro Nacional
Bósnio de Ecologia e Energia.
Um relatório do Bankwatch divulgado em junho de 2019 aponta que 8 das 41 mortes por câncer de pulmão e 29% das mortes por acidente vascular cerebral são causadas pela poluição por PM2,5. A mesma pesquisa destacou que 136 mortes prematuras foram causadas por PM2,5, 17% de todas as mortes de adultos acima de 30 anos.
O ativista local Goran Stojak explica que as crianças nascidas em Tuzla e seus arredores sofrem de problemas respiratórios desde que nascem. O relatório do Bankwatch afirma que a poluição por PM2,5 é responsável por 23% da bronquite infantil – 160 em 695.
“As cinzas são armazenadas em um lago artificial ao ar
livre, sem proteção para evitar a poluição do ar e do solo. Durante a estação
seca, a água evapora e a poeira, cheia de metais pesados, é transportada pelo
vento diretamente para a cidade ”, explica Stojak.
Um estudo do Center for Ecology and Energy Tuzla estima que
a queima de carvão pode ter um forte impacto na população de Tuzla: 4.900 anos
a menos de expectativa de vida, 131.000 dias úteis perdidos e mais de 170
internações por problemas cardíacos e respiratórios.
De acordo com um estudo de 2016 realizado pela ONG
ambientalista local Heal, o impacto na saúde das usinas a carvão da Bósnia tem
um custo entre 390 milhões e 1,134 milhão de euros para o estado.
No entanto, como os poluentes do ar se movem através das
fronteiras, Heal calcula que eles contribuem para uma conta total entre 1,1
bilhão e 3,1 bilhões de euros na Europa.
Política piora a situação
A Bósnia de hoje luta para lidar com o complexo sistema que herdou dos chamados “acordos de Dayton”, encerrando a guerra que devastou o país nos anos 1990.
As decisões dificilmente são tomadas, pois a política local
está em constante busca de um equilíbrio entre as três principais etnias
(croata, sérvia e bósnia). Em um país liderado por três presidentes rotativos,
apresentar uma estratégia ambiental viável parece impossível, argumenta o
professor Samir Lemeš, da universidade de Zenica.
O sistema de carvão
Embora improdutivas, as usinas de energia e as minas de
carvão não estão fechadas porque incorporam o pilar do “sistema de
carvão” da Bósnia.
“O setor de energia se beneficia de grandes subsídios
governamentais que compensam as perdas das minas e mantêm os preços da
eletricidade artificialmente baixos”, acrescenta Lemeš. “Os partidos políticos
controlam a indústria e apontam seus capangas para os cargos executivos, além
de conceder oportunidades de emprego a seus membros comuns”.
Como as receitas das exportações de energia são
compartilhadas por poucos, a população suporta o preço desse sistema de lubrificação
em termos de impostos e doenças.
“Paradoxalmente”, Žisko afirma, “o estado da Bósnia está atualmente endividando-se com empréstimos consideráveis para construir novas usinas termelétricas a carvão. Espera-se que esses investimentos sejam devolvidos apenas em um futuro distante, possivelmente quando a Bósnia já for membro da UE ”.
O país será forçado a fechar suas fábricas nesse período, já
que a Bósnia terá que descarbonizar sua economia para ingressar na UE.
Essa falta de visão de longo alcance contrasta com a presença de várias fontes alternativas de energia em todo o país. Segundo o ex-representante da ONU na Bósnia-Herzegovina: “Seus rios poderiam ser facilmente explorados para a construção de usinas hidrelétricas, por exemplo. É necessária uma mudança radical de mentalidade para desistir do carvão ”.
Fonte: EuroNews
por Nicole Oliveira | 16, jan, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo |
Problemas relacionados às mudanças climáticas dominam as preocupações de especialistas do Fórum Econômico Mundial para a próxima década. O “Relatório de Riscos Globais 2020”, publicado nesta quarta-feira (15), trouxe, pela primeira vez, a questão ambiental em todos os cinco pontos de atenção para governos e mercados.
Ao todo, para a compilação deste documento, foram ouvidos 750 especialistas e tomadores de decisão globais que chamaram a atenção para cinco riscos ambientais que podem transformar o mundo nos próximos dez anos.
É a primeira vez, em 15 edições do relatório, que todos os problemas apontados têm relação com as mudanças climáticas.
Os 5 maiores riscos globais são:
- Eventos climáticos extremos, como enchentes e tempestades
- Falhas nos combates às mudanças climáticas
- Perda de biodiversidade e esgotamento de recursos
- Desastres naturais, como terremotos e tsunamis
- Desastres ambientais causados pelo homem
Eventos extremos
O relatório destacou os riscos de eventos climáticos extremos, como inundações ou tempestades como os mais preocupantes a longo prazo. Entre os outros pontos levantados pelos especialistas do Fórum estão o fracasso de governos e mercados em se adaptar adequadamente às mudanças climáticas.
Segundo os analistas, possíveis desastres ambientais causados pelo homem – como derramamentos de óleo ou acidentes nucleares – são outro ponto de atenção. Além disso, apontam para os riscos econômicos que podem ser afetados por desastres naturais, como terremotos ou tsunamis.
“As mudanças climáticas são uma ameaça muito real e séria para a sociedade”, disse Alison Martin, porta-voz do Zurich Insurance Group, uma das instituições consultadas pelo Fórum. “Eventos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações, estão se tornando mais comuns e graves, fazendo com que as comunidades enfrentem custos humanitários e econômicos muitas vezes devastadores.”
Riscos
O Fórum Econômico ressaltou também os riscos econômicos desta emergência climática, e citou uma pesquisa de 2018 que estimou em mais de US$ 3 milhões (cerca de R$ 12 milhões) as perdas impactadas pelo desmatamento na Amazônia.
A questão ambiental também se destacou entre as preocupações dos especialistas a curto prazo. Das cinco mais citadas, duas eram relacionadas à questão ambiental.
“O cenário político é polarizado, o nível do mar sobe, e os incêndios relacionados ao clima são devastadores”, disse o presidente do fórum, Borge Brende. “Esse é o ano em que os líderes mundiais devem trabalhar com todos os atores da sociedade para reparar e recuperar nossos sistemas de cooperação, e não apenas no curto prazo, mas para lidar com riscos profundamente arraigados.”
Fonte: G1
Foto: Gonzalo Gaudenzi/AP: Casas foram completamente destruídas pela passagem do furacão Dorian em área de Abaco, nas Bahamas
por Nicole Oliveira | 16, jan, 2020 | Carvão Mineral, Mudanças Climáticas, Mundo |
A Alemanha deve se tornar o primeiro país a abandonar simultaneamente a energia nuclear e a carvão sob um acordo histórico para compensar trabalhadores, empresas e governos regionais, ao desligar as usinas a carvão mineral até 2038.
O governo fechou um acordo no valor de mais de € 40 bilhões (o equivalente a US$ 44,7 bilhões) nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira com as autoridades das regiões de mineração de carvão da Alemanha. O montante será distribuído a empresas e trabalhadores afetados.
Há um ano, a Alemanha anunciou que abandonaria o carvão o mais tardar em 2038. Essa data pode ser adiantada em três anos, de acordo com o balanço a ser feito pelas autoridades em 2026 e 2029.
As usinas mais antigas e ‘sujas’, algumas datadas da década de 1950, serão as primeiras a serem desligadas, começando por uma usina de 300 MW na Renânia, que deve ser fechada ainda este ano. Nos próximos 18 anos, as 29 restantes terão suas atividades encerradas.
Foto: Wolfgang Rattay / Reuters
por Nicole Oliveira | 14, jan, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo |
As temperaturas nos oceanos do nosso planeta atingiram um novo recorde, mostrando sinais de um aquecimento “irrefutável e acelerador”. Os oceanos são a forma mais clara de medir a atual emergência climática, dado que absorvem mais de 90% do calor retido pelos gases de efeito estufa emitidos pela queima de combustíveis fósseis, destruição de florestas e outras atividades humanas.
As conclusões do estudo conduzido por 14 cientistas, publicado na revista “Advances In Atmospheric Sciences” e citado, esta terça-feira, pelo jornal britânico The Guardian, informam que os últimos dez anos foram os dez mais quentes para os oceanos registados até agora e revelam ainda que o aquecimento ocorreu principalmente entre a superfície e os 2 mil metros de profundidade.
Oceanos mais quentes levam a tempestades mais severas e a uma interrupção do ciclo da água, o que significa mais inundações, secas e incêndios florestais, além de um aumento inexorável do nível do mar. Temperaturas mais altas prejudicam, também, a vida nos mares, com o número de ondas de calor marinhas a aumentarem acentuadamente.
Para demostrar a brutalidade das conclusões, o líder deste estudo comparou a subida da temperatura no mar com a energia libertada pela bomba atómica de Hiroxima. Garante que a quantidade de calor que foi colocada nos oceanos nos últimos 25 anos é igual à explosão de 3,6 mil milhões bombas atómicas iguais às que explodiram na cidade japonesa em 1945.
“Os oceanos são quem dizem realmente a que velocidade a Terra está a aquecer”, disse o professor John Abraham, da Universidade de St Thomas, em Minnesota, EUA, e um dos membros da equipa por trás da nova análise. “Através dos oceanos, vemos uma taxa de aquecimento contínua, ininterrupta e acelerada do planeta Terra. Esta é uma notícia terrível”, lamentou.
“Descobrimos que 2019 não foi apenas o ano mais quente já registado, mas também demonstrou o maior aumento de um ano em toda a década, um lembrete preocupante de que o aquecimento causado pelo homem no nosso planeta continua inabalável”, argumentou Michael Mann, outro membro da investigação e professor na Universidade Estadual da Pensilvânia.
Ainda assim, os cientistas acreditam que a situação se pode reverter. Os investigadores garantem que a mudança é possível, mas que o oceano vai levar mais tempo a recuperar do que o ar ou a terra. Para isso as fontes de energia devem ser sustentáveis e diversificadas, e a forma como a usamos tem que ser mais inteligente.
Fonte: Jornal Economico