+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: FUP aciona Justiça contra leilão de blocos na Foz do Amazonas

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos do setor protocolaram ação popular contra a ANP na segunda-feira (2/6) para suspender o leilão de 47 blocos exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas, marcado para 17 de junho.

A ação aponta uma contradição institucional. O grupo questiona a legalidade do processo, já que a Petrobras — controlada pela União — não obteve licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para operar na mesma região.

Enquanto isso, “a ANP autoriza a oferta de blocos a empresas privadas e estrangeiras — muitas delas sem vínculo com o interesse nacional e a soberania energética”, conforme a petição inicial.

“A iniciativa tem por objetivo suspender a realização do leilão de blocos exploratórios previsto para o próximo dia 17, no âmbito do 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, que inclui 47 blocos localizados na região da Bacia da Foz do Amazonas.”

A ação judicial movida pela FUP destaca três principais irregularidades no processo de leilão dos blocos exploratórios.

Segundo a entidade, não foi realizada consulta prévia às comunidades tradicionais indígenas, ribeirinhas e tradicionais localizadas na região da Foz do Amazonas, o que viola a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tratado internacional com força legal no Brasil.

Margem Equatorial

Além disso, o leilão está sendo conduzido sem a apresentação de “estudos de impacto ambiental e social abrangentes, que é uma exigência da legislação ambiental”.

Por fim, a FUP alega que a ANP está desconsiderando recomendações técnicas do Ministério Público Federal ao seguir com o processo licitatório.

O advogado Ângelo Remédio, representante da FUP, critica a condução do leilão pela falta de transparência e debate público adequado em áreas ambientalmente sensíveis, como a Foz do Amazonas.

“O leilão está sendo conduzido de forma apressada e opaca, sem o debate democrático e amplo, violando princípios da administração pública, da soberania energética e do interesse nacional”, afirma.

Ações da Arayara contra leilão de concessão

O Instituto Arayara entrou com cinco ações civis públicas para barrar o leilão da ANP, previsto para 17 de junho, buscando excluir ao menos 117 dos 172 blocos ofertados, por conta de Manifestações Conjuntas desatualizadas.

Na Foz do Amazonas, 47 blocos estão incluídos, sendo que 14 se sobrepõem a áreas prioritárias de conservação. A Arayara critica a falta de consulta às comunidades e alerta para riscos à biodiversidade e terras indígenas.

O instituto também questiona o avanço do licenciamento do bloco FZA-M-59, que a Petrobras tenta explorar há mais de uma década. O Ibama aprovou o plano de emergência para fauna e avalia a realização da avaliação pré-operacional.

Ambientalistas apontam ainda pressões políticas, especialmente após Davi Alcolumbre (União/AP) assumir o Senado, e criticam o novo marco do licenciamento ambiental, que flexibiliza exigências e amplia o poder do governo para definir projetos prioritários.

Na terça-feira (3/6), o Ibama marcou para quarta-feira (4/6) a vistoria da Sonda NS-42, da Foresea, contratada pela Petrobras para a perfuração de poço exploratório no bloco FZA-M-59.

Fonte: Eixos

Foto: reprodução/ Eixos/ Ocyan

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: STJ:audiência pública discute fracking e impactos ambientais na exploração de gás de xisto

Por Gabriela da Cunha Rio, 8/12/2025 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisará nesta quinta-feira, 11, a possibilidade de uso do fraturamento hidráulico (fracking) na exploração de óleo e gás de xisto, durante audiência pública convocada pela Primeira Seção sob relatoria do ministro Afrânio Vilela. No primeiro bloco, apresentarão argumentos o Ministério Público Federal, a Agência Nacional do Petróleo,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: After COP30, Brazilian oil continues its rush towards the global market

A decision to drill at the mouth of the Amazon drew criticism at the UN summit. But Brazil’s oil production still soars, as it hopes to consolidate its role as an exporter decision to approve oil exploration off the coast of Brazil weeks before the country hosted the COP30 climate conference signals the country’s intention to increasingly target the international market, despite

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brasil escolhe trilhar o mapa do caminho do carvão mineral

Enquanto defende no plano internacional a transição para longe dos combustíveis, o Brasil segue aprovando medidas que dão sobrevida à indústria do carvão mineral Segunda-feira, 24 de novembro, primeiro dia útil após o fim da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas. Dois dias depois de lançar ao mundo o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis, o Brasil sancionou a Medida

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Leilão expõe contradição da política energética e afasta Petrobras da transição justa

Oferta de áreas do pré-sal pela PPSA ignora tendência global de queda do petróleo e compromete estratégia climática brasileira O Primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do pré-sal representa mais um passo na contramão da transição energética que o Brasil afirma liderar, ampliando a entrega de recursos estratégicos a empresas privadas nacionais e estrangeiras. Enquanto o mundo se prepara para

Leia Mais »