+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Dia do Cerrado: Bioma enfrenta ameaças de termelétricas e gasoduto

Instituto Arayara denuncia impactos ambientais, climáticos e sociais de quatro usinas e um gasoduto no coração das águas do Brasil.

 

Cerrado, conhecido como o berço das águas por alimentar oito das doze grandes bacias hidrográficas brasileiras, enfrenta uma nova e grave ameaça: a expansão acelerada da indústria fóssil sobre o bioma. Um levantamento inédito da Plataforma Monitor Energia, desenvolvido pelo Instituto Internacional Arayara, revela que estão em andamento obras de grande porte, como gasodutos e usinas termelétricas a gás natural, que podem causar impactos ambientais e sociais irreversíveis.

Projetos que ameaçam o bioma

Entre os empreendimentos identificados estão o Gasoduto Brasil Central (TGBC), com mais de 900 km de extensão, ligando São Carlos (SP) a Brasília (DF), e quatro grandes usinas termelétricas a gás: a UTE Brasília (1.470 MW), a apenas 35 km da Praça dos Três Poderes; a UTE Bonfinópolis (299 MW) e a UTE Centro-Oeste (1.250 MW), ambas em Bonfinópolis (GO); e a UTE Brasil Central (1.250 MW), em Abadiânia (GO). Somados, esses projetos devem ocupar mais de 2 mil hectares: o equivalente a 2 mil campos de futebol.

O relatório aponta múltiplos riscos: a implantação de gasodutos e usinas pressiona áreas de recarga de aquíferos, compromete a segurança hídrica de milhões de brasileiros e aumenta as emissões de gases de efeito estufa em plena crise climática. Além disso, as obras colocam em risco a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais, que dependem diretamente do Cerrado para alimentação, renda e preservação cultural.

As ameaças incluem destruição de vegetação nativa, aumento da poluição atmosférica e sonora, deslocamento forçado de famílias, sobrecarga em áreas já pressionadas pelo agronegócio e mineração, e consequente perda de biodiversidade. O Cerrado, que já teve mais de 50% de sua vegetação original destruída, corre risco de acelerar o processo de degradação que compromete suas funções ecológicas, como a regulação do regime de chuvas em todo o país.

Transição energética é urgente

O gerente de transição energética do Instituto Internacional Arayara, John Wurdig, reforça que investimentos em megaprojetos fósseis contrariam os compromissos climáticos assumidos pelo Brasil em acordos internacionais e comprometem as metas de transição energética.

“Estamos diante de um ponto crítico. O Cerrado já é um dos biomas mais ameaçados do Brasil e o avanço da indústria fóssil pode representar um colapso irreversível para suas águas, sua biodiversidade e seus povos. Precisamos inverter a lógica de expansão do gás e direcionar investimentos para energia limpa e sustentável, afirma.

O Instituto Internacional Arayara tem atuado de forma contínua para monitorar e denunciar os riscos desses empreendimentos fósseis. Entre as medidas adotadas, destacam-se a solicitação urgente ao IBAMA para a realização de estudos cumulativos e sinérgicos das quatro usinas térmicas, considerando suas emissões de gases de efeito estufa, uso de recursos hídricos e impactos regionais. Além disso, a Arayara moveu ação civil pública que resultou na suspensão das outorgas de captação de água para a UTE Brasília, protegendo a Escola Classe Guariroba e garantindo a segurança das comunidades locais. Essas iniciativas reforçam a importância da participação da sociedade civil na fiscalização de projetos que ameaçam o Cerrado e seus ecossistemas.

Fonte: Energia Limpa

Foto: reprodução/ Energia Limpa/ Freepik

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Arayara lança programa de proteção a defensores ambientais em Salvador no Dia do Cerrado

Evento na Assembleia Legislativa da Bahia reuniu parlamentares, movimentos sociais e comunidades tradicionais em defesa da vida, dos territórios e da justiça climática. No Dia do Cerrado (11/09), o Instituto Internacional Arayara realizou em Salvador, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o lançamento do programa “Defensores dos Defensores”, iniciativa de proteção a ativistas ambientais que enfrentam ameaças em seus territórios.

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Programa de apoio a ambientalistas chega à Bahia nesta semana

O Instituto Internacional Arayara irá expandir o apoio que dá a ativistas ambientais por meio do programa Defensores dos Defensores. As atividades, que já foram apresentadas em Brasília e em São Paulo, chegam nesta quinta-feira (11) a Salvador. Por meio dele, defensores dos direitos humanos e do meio ambiente que estejam sofrendo ameaças recebem gratuitamente auxílio psicológico, financeiro, jurídico e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Dia do Cerrado: Bioma enfrenta ameaças de termelétricas e gasoduto

Instituto Arayara denuncia impactos ambientais, climáticos e sociais de quatro usinas e um gasoduto no coração das águas do Brasil.   O Cerrado, conhecido como o berço das águas por alimentar oito das doze grandes bacias hidrográficas brasileiras, enfrenta uma nova e grave ameaça: a expansão acelerada da indústria fóssil sobre o bioma. Um levantamento inédito da Plataforma Monitor Energia, desenvolvido pelo Instituto Internacional Arayara, revela que

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia:Programa de apoio a ambientalistas chega à Bahia nesta semana

O Instituto Internacional Arayara irá expandir o apoio que dá a ativistas ambientais por meio do programa Defensores dos Defensores. As atividades, que já foram apresentadas em Brasília e em São Paulo, chegam nesta quinta-feira (11) a Salvador. Por meio dele, defensores dos direitos humanos e do meio ambiente que estejam sofrendo ameaças recebem gratuitamente auxílio psicológico, financeiro, jurídico e humanitário.   Agência Brasili

Leia Mais »