+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Arayara assina manifesto “contra o fura-fila e pelo licenciamento compulsório das vacinas”

Quase meio milhão de mortos, 15 milhões de casos e uma média móvel de 2,3 mil mortos por dia na última semana. Completamos, ontem, 48 dias seguidos com a média móvel de óbitos acima dos 2 mil mortos por dia.

Os números, mais uma vez, revelam a desigualdade que nos agride. A vacinação tem atingido negros e brancos de forma desproporcional: duas vezes mais brancos foram vacinados, apesar de negros representarem 56% da população do país. E ainda não atingimos nem mesmo 5% da população vacinada com as duas doses.

A população negra, quilombola e indígena – que já sofrem historicamente com seus direitos violados – são os que detêm hoje maior índice de mortalidade por Covid-19.

Em meio a estes números cruéis que traduzem um pouco da tragédia que vive o Brasil, o poder público parece querer afundar ainda mais um país já devastado pela pandemia, pela desigualdade e pela completa ausência de responsabilidade.

“Em vez de atuar pela ampliação da vacinação, aprovando medidas que permitiriam ao país produzir mais imunizantes rapidamente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que permite que empresas furem a fila das vacinas. Em lugar de assegurar recursos para que as pessoas possam ficar em casa e garantir que o vírus não se dissemine, os parlamentares diminuíram o valor do auxílio emergencial para valores que não cobrem nem metade de uma cesta básica”.

O trecho acima é do manifesto escrito e assinado por organizações de todo o país, que pedem a aprovação de mecanismos que permitam o licenciamento compulsório de vacinas e outras tecnologias úteis ao enfrentamento da Covid-19 e rechaçam veementemente a proposta contida no PL 948/2021 e em textos similares.

O PL em questão, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 7 de abril, amplia a permissão para que empresas comprem vacinas, sem nem mesmo obrigá-las a atender aos requisitos legais mínimos de destinação de vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS).

A carta explica que “na prática, esta proposta implica que empresários e seus familiares poderão ser vacinados antes do cumprimento do calendário de vacinação dos grupos populacionais que apresentam maior risco de infecção e que deveriam ser, portanto, prioritários. Também significa que não estarão obrigados a doar 100% das vacinas compradas para o Sistema Único de Saúde, conforme previa a lei anterior. Finalmente, não obriga a vacinação de todos os profissionais, abrindo uma brecha para que o dono da empresa defina quem vai ser vacinado ou não”.

O manifesto conclama o Congresso a ajudar no combate à pandemia de forma a facilitar a vacinação do maior número de pessoas e aprovar o licenciamento compulsório, e não o fura-fila das vacinas. “O que pedimos é que, pelo menos nesse momento de catástrofe humanitária, as empresas farmacêuticas – e o Congresso brasileiro – coloquem as vidas acima do lucro”.

O Instituto Internacional Arayara, o Observatório do Petróleo e Gás (OPG), o Observatório do Carvão Mineral (OCM), juntamente com a COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e o movimento Fé, Paz e Clima, assinaram o manifesto.

Leia a carta na íntegra aqui.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Aviso de Convocação – Assembleia Geral Ordinária

O Instituto Internacional ARAYARA convoca os(as) associados(as) com filiação regular e quites com as taxas anuais e remidas, e que estejam em pleno gozo de seus direitos estatutários, para a Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em formato híbrido no dia 18 de dezembro de 2025, às 18h30 em primeira chamada e às 19h00 em segunda chamada. A participação poderá

Leia Mais »

Audiência pública sobre o fracking no STJ : uma das maiores ameaças à saúde humana e prejuízos ao agronegócio e às mulheres do Brasil

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) sedia, no dia 11 de dezembro de 2025, uma audiência pública de importância crucial para o futuro energético e ambiental do Brasil. O evento coloca em debate a exploração de gás de xisto (shale gas) por meio do fraturamento hidráulico (fracking), uma técnica não-convencional que, segundo dados e subsídios científicos compilados pelo Instituto Internacional

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Roteiro brasileiro para fim dos combustíveis fósseis começa a sair do papel

Lula dá 60 dias para os ministérios do Meio Ambiente, Fazenda e Minas e Energia, e Casa Civil apresentarem as diretrizes para a transição energética justa, mas condiciona financiamento à exploração de petróleo e gás O despacho publicado ontem no Diário Oficial da União onde o presidente Lula convoca os ministérios de Minas e Energia, Fazenda e Meio Ambiente e mais a

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Direitos humanos e violência política são temas de roda de conversa nesta quarta (10)

A atividade realizada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, acontece na sede da Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD) Nesta quarta-feira, 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, roda de conversa sobre Direitos Humanos e Violência Política, acontece às 9h, na Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), no Pelourinho. O encontro, iniciativa da vereadora Eliete Paraguassu (PSOL), tem como objetivo fortalecer a

Leia Mais »