Com um processo fechado, segregado e de quase nenhum acesso ao público, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vendeu, na última sexta-feira (04/12), quase 20 mil km² de terras – nossas terras, indígenas, agrícolas, que abrigam populações e biodiversidade em extinção – para empresas que, em sua maioria, contam com históricos de descaso ambiental e social.
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Projeção no prédio do INCRA, ao lado da Prefeitura de São José – SC
Mas nem o processo fechado, nem a pandemia usada como pano para blindar os questionamentos nos impediram. Fomos às ruas e manifestamos a indignação de toda uma população que tentaram calar. Através de projeções em monumentos emblemáticos de 7 estados brasileiros, mostramos a nossa voz.
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Projeção no Prégio Iguaçu (sede do governo do estado) em Curitiba – PR
Uma única audiência foi realizada para discutir o tema e a maioria dos presentes representava as próprias petroleiras. Uma audiência ‘pública’ que não contou, em nenhum momento, com a participação das populações diretamente impactadas.
Foi, ainda, desprezado o direito dos povos indígenas de serem consultados, como garante a Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho (OIT).
Projetamos mensagens importantes, que mostram a inconsequência desses leilões que vendem territórios para exploração de combustíveis fósseis poluentes em São Paulo, Santa Catarina, Sergipe, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Piauí.
Arcos da Lapa – Rio de Janeiro Centro de Aracaju São José/SC Barra – Salvador Teresina
Foram arrematados 17 blocos exploratórios, em seis bacias (Campos, Paraná, Amazonas, Espírito Santo, Potiguar e Tucano) e uma área com acumulações marginais (Juruá, da Bacia do Solimões).
Vamos continuar enfrentando os leilões de terras e combatendo iniciativas que colocam em risco o meio ambiente e a população, no Brasil e no mundo.