No Brasil, a oferta já dobrou em 30 meses e projeção espera que o movimento se repita ano a ano
No mês de maio, a geração de energia elétrica solar fotovoltaica tornou-se a segunda fonte de energia mais utilizada do mundo, atrás apenas da geração de energia hidráulica.
Todo o resultado é fruto de um crescimento acelerado: nos últimos três anos, a capacidade mundial dobrou, segundo dados do relatório “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, produzido pela SolarPower Europe, associação europeia do setor solar.
Este aceleramento irá se manter. A capacidade instalada chegou a um terawatt, e a projeção é de que esse número volte a dobrar nos próximos três anos. Esse novo patamar representaria mais que a soma de consumo de Alemanha e França, as duas maiores economias europeias.
No Brasil, o cenário é diferente: embora siga em crescimento acelerado, a fonte solar é apenas a quinta colocada na matriz energética e a terceira entre as renováveis, com 2,8% de participação, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico.
O que falta, para acelerar o crescimento da energia solar no Brasil, é que seja priorizada essa fonte nos leilões de energia elétrica promovidos pela ANEEL.
“A energia solar custa 10 vezes menos que as térmicas e vem crescendo de maneira exponencial. Em pouco tempo ultrapassaremos a biomassa e, em menos de cinco anos, a energia solar será a segunda da matriz energética brasileira. E a Bloomberg projeta que, em 20 anos, seremos a primeira. É a fonte que cresce mais rapidamente no mundo”, explica Koloszuk, o Presidente do conselho da Absolar.
Esses números, no entanto, não levam em conta a geração própria de energia solar em telhados e pequenos terrenos espalhados pelo país, que atingiu, em maio, um milhão de sistemas instalados, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para Koloszuk, o primeiro milhão de sistemas instalados precisa ser comemorado, mas é um número ainda tímido para as dimensões do setor energético no país, 13º maior produtor solar do mundo. Já a China lidera o ranking.
“É muito comum que tenhamos o sistema instalado em um ou dois dias nos telhados, mas frequentemente as distribuidoras demoram de três a quatro meses para ligá-los às redes. É um problema generalizado. Seria muito importante que a Aneel tomasse providências e fizesse cumprir a lei, para que esses sistemas possam logo produzir energia limpa. Todos seriam beneficiados com isso”, conclui.
O Diretor Técnico do Instituto Internacional Arayara, Dr Juliano Bueno, diz que os aumentos da conta de luz levam o país a um modelo de racismo energético, retirando milhões de brasileiros da rede elétrica, precarizando a vida e impedindo que pequenos negócios e atividades agrícolas familiares tenham acesso a uma energia barata e limpa.
Bueno diz ainda que “este movimento de se construir dezenas de novas termelétricas irá nos trazer danos permanentes, triplicarmos os custos da energia para todos e o aumento das emissões de GEE Gases de Efeito Estufa”.
Assista à mesa sobre ciência, tecnologia, inovação em energias alternativas renováveis em que a Arayara.org, participou.
Esta é a 1° edição do Seminário Regional de políticas de sustentabilidade do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI)
As falas de Marcos Lira (UFPI) e Nicole Figueiredo de Oliveira (Arayara.org) trazem informações, soluções e inovações que contrapõem a industria fóssil poluidora. Por uma transição justa para fontes de energia mais inteligentes e limpas!
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