+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra

A data marca um importante momento de ascensão do movimento de mulheres negras no Brasil

“Rainha Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, viveu na década de XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Ela liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados, aponta o Geledes, uma das mais importantes organizações do movimento de mulheres negras no Brasil. O Geledes recorda que “egundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770 – alguns dizem que a causa foi suicídio; outros, execução ou doença”.

A liderança de Tereza de Benguela se destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de defesa. Ali, era cultivado o algodão, que servia posteriormente para a produção de tecidos. Havia também plantações de milho, feijão, mandioca, banana, entre outros.

“Governava esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entravam os deputados, sendo o de maior autoridade, tido por conselheiro, José Piolho, escravo da herança do defunto Antônio Pacheco de Morais. Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executavam à risca, sem apelação nem agravo”
(Anal de Vila Bela do ano de 1770)
Após ser capturada em 1770, o documento afirma: “em poucos dias expirou de pasmo. Morta ela, se lhe cortou a cabeça e se pôs no meio da praça daquele quilombo, em um alto poste, onde ficou para memória e exemplo dos que a vissem”. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e o reconstruíram – mesmo assim, em 1777 foi novamente atacado pelo exército, sendo finalmente extinto em 1795.

O Dia Nacional de Tereza de Benguela serve de motivação para debater e atuar na defesa de políticas públicas que promova, recuperem e defendam as mulheres negras no Brasil infelizmente marcado por um ilegítimo governo misógino, racista e facista. A seguir, a enfermeira Juliana Mittelbach, coordenadora da Rede de Mulheres do Paraná, faz uma importante reflexão sobre este momento histórico.


A entrevista na íntegra está aqui.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: La COP 30 fue una nueva victoria de la industria fósil, mientras la humanidad avanza hacia la barbarie climática

La COP 30 fue una victoria más para la industria fósil, lo cual no sorprende a quienes siguen estas conferencias. Pero, esta vez, fue aún más frustrante porque, al inicio de la conferencia, hubo menciones a un supuesto “mapa del camino” para reducir gradualmente la quema de combustibles fósiles en los próximos años. Sin embargo, ese “mapa del camino” resultó

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Lobby predomina e compromete negociações sobre fim dos combustíveis fósseis

Com 1.602 representantes credenciados, indústria teve papel crucial para a exclusão do “roadmap” fóssil do texto final da COP30 Uma questão antiga, mas cada vez mais presente nas conferências do clima, marcou a COP30 em Belém: a atuação intensa dos lobistas dos combustíveis fósseis. Enquanto representantes da sociedade civil e diversos países pressionavam para que a “transição para longe dos

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Cresce litigância judicial contra projetos de petróleo na Amazônia

O Brasil tem registrado uma intensificação na litigância climática, com mais de 340 ações até novembro de 2025, segundo dados do Sabin Center for Climate Change Law, da Columbia University. Essa tendência evidencia a crescente mobilização de ONGs, movimentos sociais e sociedade civil contra projetos prejudiciais ao meio ambiente, como a licença ambiental para pesquisas de petróleo na Bacia da

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Jovens ativistas ambientais: a força que move a luta contra as mudanças climáticas

Durante a COP30, a presença e o protagonismo de jovens ativistas ambientais chamaram atenção para o avanço da participação da nova geração na luta contra o aquecimento global. Com trajetórias marcadas por desafios sociais e ambientais, esses ativistas carregam na bagagem a urgência de mudanças e a esperança de um futuro mais justo e sustentável. Juventude na linha de frente

Leia Mais »