por Comunicação Arayara - Nívia Cerqueira | 07, jan, 2025 | Energia |
A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), da qual o Instituto Internacional ARAYARA é membro fundador e ocupa uma cadeira no Conselho de Gestão, estima que até 2050 a tarifa de energia dos consumidores livres e regulados poderá bancar cerca de R$ 621 bilhões em subsídios e benefícios setoriais anunciados em 2024.
A cifra central, cerca de R$ 545 bilhões em 25 anos, foi calculada a partir das emendas inseridas no projeto de lei que estabelece o marco regulatório para produção de energia eólica em alto-mar.
O texto foi encaminhado à sanção presidencial com temas alheios à matéria central, incluindo a contratação de térmicas a gás natural e de usinas a carvão mineral. O setor espera veto do governo às emendas.
O cálculo feito pela FNCE também considera ações do Executivo, como as flexibilizações previstas em medida provisória para a recuperação da Amazonas Energia, ao longo de 15 anos.
A Justiça Federal do Amazonas obrigou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a aprovar o plano de transferência da Amazonas Energia para a Âmbar Energia, com custo de R$ 14 bilhões.
A FNCE aponta ainda para R$ 50 bilhões em impacto na tarifa ao longo de 25 anos com a medida prevista que prorrogou o acesso dos investidores de renováveis a subsídios, bem como um montante aproximado de R$ 12 bilhões como a manutenção da tarifa de Itaipu em US$ 16,7 por quilowatt ao longo de três anos, quando, segundo a entidade, a tarifa poderia ficar em US$ 11.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
por Comunicação Arayara - Nívia Cerqueira | 07, jan, 2025 | Arayara na mídia |
The development of the Just Energy Transition Plan for Rio Grande do Sul, contracted in October of the last year by the state government with the company WayCarbon and the Centro Brasil no Clima (CBC), is a matter of legal dispute. At the end of December, a preliminary court ruling suspended the agreement for conducting the study, which is expected to be concluded by November 2025.
The ruling was issued by Judge Patrícia Antunes Laydner, from the Regional Environmental Court of the State of Rio Grande do Sul, in response to a Public Civil Action (ACP) filed by the ARAYARA International Institute. The suspension will remain in place “until the technical committee being negotiated between the parties (ARAYARA International Institute and the state government) is effectively established or until some other measure is adopted by mutual agreement.”
The Public Civil Action indicates that ARAYARA requested a preliminary injunction to “compel the State of Rio Grande do Sul to establish a participatory committee for drafting the just energy transition plan, with the involvement of the state government, the municipality of Candiota, at least two civil society organizations active in energy transition, the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), and the State Public Prosecutor’s Office.” The municipality of Candiota is mentioned as it contains the largest coal reserve in the country.
Juliano Bueno de Araújo, a postdoctoral researcher in energy and director of the ARAYARA, argues that the government’s energy transition plan does not meet the real requirements for implementing such an important initiative. He highlights that the proposal does not include discussions about wind, solar, and biomass energy (energy generated from organic matter) or address issues of energy efficiency and the reduction of greenhouse gas emissions.
Araújo, who is also a doctor in environmental risks and emergencies, further emphasizes that the initial proposal presented by the state government focuses on maintaining coal-related activities. In her ruling, the judge noted that the contract includes scenarios that evaluate the continuation of activities involving coal use (such as thermoelectric generation), “which could compromise the decarbonization objectives Brazil committed to under the Paris Agreement, providing another reason for this type of decision to undergo broad social debate.”
Araújo argues that when discussing a transition, it means changing, altering, and modifying what currently exists, not extending the status quo. He claims that the government’s approach amounts to “greenwashing,” using terms that suggest action in a certain direction while the actual initiative does not align with the stated goals.
The ARAYARA representative also criticized the small budget allocated by the state government (R$ 2.3 million) for drafting its energy transition plan. He warns that Brazilian regions failing to reduce emissions will lose international market access and competitiveness, as importers are unwilling to buy products from areas contributing to environmental harm.
According to Araújo, ARAYARA’s goal is for Rio Grande do Sul to achieve clean and affordable electricity, as well as a climate adaptation plan that addresses its real needs. “The economic interests of a few cannot outweigh the interests of the people of Rio Grande do Sul,” he asserts. Contacted by the Jornal do Comércio (JC) for comment, the State Secretariat for the Environment and Infrastructure (Sema) stated through its press office that it would not comment while the case is ongoing.
Fonte: Jornal do Comércio
por Comunicação Arayara - Nívia Cerqueira | 07, jan, 2025 | Arayara na mídia |
A elevação das temperaturas da superfície do mar intensificou os ciclones tropicais e as secas na Bacia Amazônica e no sul da África, por exemplo
As ondas de calor e chuvas torrenciais de 2024 interferiram fortemente no ciclo global da água. Os extremos climáticos, que contribuíram para inundações violentas e secas devastadoras, mostram um novo relatório liderado pela Universidade Nacional Australiana (ANU), publicado ontem. O Relatório Global Water Monitor de 2024, que envolveu uma equipe internacional de pesquisadores liderada pelo professor Albert van Dijk da ANU, descobriu que o aumento das temperaturas globais está mudando a maneira como a água se move ao redor do planeta, “estragando” o ciclo desse elemento.
“A elevação das temperaturas da superfície do mar intensificou os ciclones tropicais e as secas na Bacia Amazônica e no sul da África. O aquecimento global também contribuiu para chuvas mais pesadas e tempestades mais lentas, como evidenciado por inundações repentinas mortais na Europa, Ásia e Brasil”, destacou o líder do estudo.
Para o trabalho, a equipe multidisciplinar usou dados de diversas estações terrestres e de satélites que orbitam a Terra para conseguir informações quase em tempo real sobre variáveis críticas da água, como precipitação, umidade do solo, fluxo de rios e inundações.
Em 2024, metade da população mundial — cerca de quatro bilhões de pessoas —, em 111 países, viveram o ano mais quente, até agora. “Em 2024, a Terra experimentou seu ano mais quente já registrado, pelo quarto ano consecutivo. Os sistemas de água em todo o globo suportaram o peso”, destacou Dijk.
Piores desastres
Os piores desastres relacionados à água em 2024 incluíram enchentes, inundações de rios, secas, ciclones tropicais e deslizamentos de terra. Esses eventos mataram mais de 8.700 pessoas, deslocaram 40 milhões e causaram perdas econômicas que excederam US$ 550 bilhões de dólares.
“Descobrimos que recordes de precipitação estão sendo quebrados com regularidade crescente. Por exemplo, totais recordes de precipitação mensal foram atingidos 27 por cento mais frequentemente em 2024 do que no início deste século, enquanto recordes diários de precipitação foram atingidos 52 por cento mais frequentemente. Os recordes de baixa foram 38% mais frequentes, então estamos vendo extremos piores em ambos os lados.
Enquanto algumas partes do mundo sofriam com as inundações, outras eram devastadas por grandes secas. “Na Bacia Amazônica, um dos ecossistemas mais importantes da Terra, níveis recordes de rios cortaram rotas de transporte e interromperam a geração de energia hidrelétrica. Incêndios florestais causados pelo clima quente e seco queimaram mais de 52 mil quilômetros quadrados somente em setembro, liberando vastas quantidades de gases de efeito estufa”, frisou van Dijk.
Conforme o relatório, no sul da África, uma seca intensa prejudicou a produção de milho em mais de 50%, 30 milhões de pessoas enfrentaram a escassez de alimentos. Os fazendeiros locais foram obrigados a abater o gado quando as pastagens secaram. A falta de chuva também reduziu a produção de energia hidrelétrica, o que causou apagões generalizados.
Segundo Juliano Bueno de Araujo, doutor em riscos e emergências ambientais e diretor técnico do Instituto Internacional Arayara, são essenciais políticas públicas robustas em infraestrutura hídrica resiliente. “Investindo, portanto, na recuperação de bacias hidrográficas, em infraestrutura de armazenamento de água e reúso da água com novas tecnologias. Temos que realizar o restauro ecológico e ecossistemas, como reflorestamento e conservação de árvores.”
Além disso, Araújo destaca que a transição energética para fontes limpas, sustentáveis e baratas deve ser acelerada. “Não faz sentido mantermos, por exemplo, a queima de carvão mineral para geração de energia elétrica ou até mesmo o gás natural. Pois são grandes emissores de gases de efeito estufa que são geradores e sustentadores da crise hídrica.”
“Precisamos nos preparar e nos adaptar a eventos extremos inevitavelmente mais severos. Isso pode significar defesas mais fortes contra inundações, desenvolvimento de produção de alimentos e suprimentos de água mais resistentes à seca e melhores sistemas de alerta precoce”, finalizou Dijk.
Fonte: Correio Braziliense
Foto reprodução Correio Braziliense/ (crédito: AFP)
por Comunicação Arayara | 07, jan, 2025 | Arayara na mídia, Carvão Mineral |
Ato em defesa da continuidade da usina foi realizado nesta segunda-feira (6)
Por Jefferson Klein – Jornal do Comércio
Mesmo com a termelétrica Candiota 3 tendo sido desligada em 1º de janeiro, depois do término do seu acordo de comercialização de energia, a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) formalizou a prorrogação do contrato de fornecimento de carvão para a usina por mais 60 dias, com validade de 31 de dezembro de 2024 a 28 de fevereiro de 2025. Em média, a térmica gaúcha consome aproximadamente 1,5 milhão de toneladas ao ano do mineral.
Essa medida possibilita que se ganhe mais tempo para observar qual será o encaminhamento que será dado para Candiota 3. Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), pasta à qual a CRM é vinculada, ressalta que, “atualmente, o futuro das usinas termelétricas a carvão, incluindo a Candiota 3, está condicionado à sanção do Projeto de Lei (PL) aprovado em meados de dezembro de 2024, que regulamenta a exploração de energia eólica offshore (em alto-mar). Este PL prevê a extensão dos contratos das termelétricas a carvão até 2050, e a sanção está prevista para ocorrer até 10 de janeiro de 2025, pelo presidente Lula”.
O projeto em questão trata-se do PL 576 e a situação das térmicas foi inserida no texto – o chamado ‘jabuti’, quando um assunto é colocado em uma matéria que inicialmente não tinha relação com aquele tema. Existe a probabilidade do artigo 22, que interessa às térmicas a carvão, ser vetado por Lula, o que faria a discussão retornar ao Senado. Para demonstrar apoio à sanção sem vetos, centenas de pessoas fizeram uma manifestação nesta segunda-feira (6) na cidade de Candiota.
O diretor de Comunicação do Sindicato dos Mineiros do município, Hermelindo Ferreira, considerou como positiva a ação. “Tivemos a participação dos trabalhadores e da comunidade também, que entenderam o problema que estamos passando”, enfatiza o dirigente. Ele acrescenta que a continuidade de Candiota 3 também é tema de reunião, em Porto Alegre, no Palácio Piratini, na tarde desta segunda-feira com o governador em exercício, Gabriel Souza. O objetivo é solicitar que Souza entre em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir que o PL 576 seja sancionado sem vetos.
Já o engenheiro ambiental do Instituto Internacional Arayara, John Fernando de Farias Wurdig, considera que manifestações como as feitas em Candiota vêm em um momento tardio para o contexto do panorama atual. “O que realmente precisava ter era uma articulação para uma transição ambiental, não tem condição de continuar operando. Segundo ele, se for sancionado o PL, com o apoio às termelétricas a carvão, o Brasil vai passar uma péssima imagem para o cenário internacional, em um ano que recebe a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP – que será realizada em novembro, na cidade de Belém, no Pará).