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Arayara e ANDA se unem em prol de animais ameaçados por leilão de petróleo

Arayara e ANDA se unem em prol de animais ameaçados por leilão de petróleo

Ao longo destes 29 anos, o Instituto Internacional Arayara participou de diversas campanhas nacionais e internacionais que defendem a vida em todas as suas formas. Em meio a tantos eventos que expõem a falta de responsabilidade e consciência humana, iniciamos uma colaboração conjunta com a Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) e demos mais um passo na luta para defender aqueles que não têm voz.

Como uma organização que preza pela seriedade e comprometimento, defendendo a vida e a importância de lutar através da informação, o Instituto Internacional Arayara entende que a ANDA desenvolve um trabalho consistente, profundo e fundamental em um país onde o direito dos animais é visto como uma luta secundária – quando o tema deveria estar no centro de todos os debates que envolvem meio ambiente, sustentabilidade e justiça.

É fundamental o trabalho da primeira agência de notícias do mundo com foco em direito dos animais e proteção ambiental, que não só informa a sociedade sobre o tema, mas denuncia e provoca as autoridades à prática de ações concretas que apontem para a mudança e evolução em cima do assunto.

“Antigamente, não se discutia os interesses e direitos dos animais. Viemos para revelar na mídia os bastidores dessa realidade. Quando colocamos o debate na grande imprensa, também ajudamos a elevar o assunto e, com isso, novas leis foram solicitadas, se abriram discussões sobre esse tema que não eram debatidas. E passamos ao jornalismo de ação, para além do fato noticiado, também atuando no combate do foco da notícia, através da judicialização e ações públicas”, ressalta Silvana Andrade, jornalista, fundadora e presidente da ANDA, criada há 13 anos.

“O trabalho desenvolvido pela Arayara é de extrema importância e absolutamente sério, e vejo essa nossa soma de forças a geração de resultados multiplicados. É uma parceria com uma perspectiva muito promissora”, complementa

A luta contra a 17ª Rodada de blocos da ANP

A parceria com a ANDA se inicia com a campanha em defesa da baleia-azul, que surgiu a partir dos relatórios técnicos produzidos pela Arayara em conjunto com o Observatório do Petróleo e Gás, referentes à 17ª rodada do leilão de blocos para a exploração de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP), prevista para ser realizada no dia 7 de outubro.

Verificamos que a baleia-azul está entre as dezenas de animais criticamente em perigo de extinção e que serão diretamente impactados por este leilão. Entendemos que existia uma necessidade de realizar uma campanha específica para dar voz à baleia e às espécies marinhas, muitas delas tão raras, ameaçadas pela 17ª rodada.

Quando falamos da baleia-azul, estamos falando do maior animal do planeta. Um ser majestoso que emite pulsos e gemidos para se comunicar com sua espécie e navegar nas profundezas do oceano. As baleias-azuis podem ouvir umas às outras a até 1.600 km de distância.

Grandes mamíferos, como a baleia-sei. a baleia-azul, a baleia-comum e o cachalote, são espécies sensíveis à atividade sísmica.

Por estarem ameaçadas de extinção e terem suas zonas de ocorrência expostas à exploração de petróleo, a ANP admite a responsabilidade de agravar o risco e a Arayara assume – agora com ANDA – a frente de combater essa ameaça aos nossos seres marinhos, que não têm como se defender da depredação causada pelo ser humano.

“A ANDA é referência em notícias quando se trata de proteção aos direitos dos animais, e por isso para nós não há nenhum parceiro melhor para divulgar e informar sobre os riscos que a baleia-azul e outros mais de 60 animais marinhos estão sofrendo com a 17a Rodada e outras rodadas de oferta de blocos de petróleo e gás no Brasil. Esperamos que nossa parceria seja longa, e que juntos possamos salvar milhares de animais do sofrimento e uma possível extinção”, ressalta Nicole Oliveira, diretora da Arayara.org.

Conheça mais sobre o trabalho realizado pela ANDA acessando o siteInstagramFacebookLinkedInYouTube e Twitter da organização.FacebookTwitterEmailShare

“Estão nos atacando noite e dia. A Polícia Federal não chegou. Pedimos ajuda há cinco dias”, afirmam Yanomamis em Roraima

“Estão nos atacando noite e dia. A Polícia Federal não chegou. Pedimos ajuda há cinco dias”, afirmam Yanomamis em Roraima

“Os bandidos e os garimpeiros estão nos atacando noite e dia. Não queremos viver desse jeito. A Polícia Federal até agora não chegou. Estamos pedindo há cinco dias ajuda para nos defender. Vocês, autoridades de Brasília, a Funai também, têm de olhar para nós”, pede em vídeo o líder indígena Timóteo Yanomami, na aldeia Palimiú, que fica a cerca de 230 quilômetros de Boa Vista, capital de Roraima.

Timóteo gravou na tarde desta quarta (19) um vídeo de um minuto e 36 segundos para o Instituto Arayara, em que relata a continuidade dos ataques à sua aldeia. Palimiú e outras localidades na terra Yanomai estão sob ataque de grupos armados desde 28 de abril.

A fala de Timóteo Yanomami foi editada no primeiro parágrafo para resumir o teor do apelo do líder indígena. No vídeo, ele aparece armado de arco e flecha, à frente de vários guerreiros, e à beira do rio Uraricoeira, que margeia Pailimiú.

Em 10 de maio, os ataques – de tiros de fuzil e metralhadora, como pode ser visto no vídeo abaixo – resultaram em um número ainda incerto de mortes entre indígenas e de membros dos grupos armados. Duas crianças indígenas apareceram mortas após os ataques.

O Instituto Arayara também recebeu áudios, atribuídos pelas lideranças yanomami a garimpeiros e membros de outros grupos armados, em que são relatados os resultados dos ataques aos indígenas (Ouça aqui, aqui e aqui), em que teriam sido empregados pelo menos 20 homens armados de fuzis e metralhadoras. Ouça abaixo:

Em um dos áudios, uma voz de homem adulto diz que pelo menos dois atacantes e oito índios teriam morrido em um dos ataques.

É ilegal o garimpo nas terras Yanomami. Informações dão conta que membros da facção criminosa paulista PCC estão infiltrados entre os garimpeiros e também teriam participado dos ataques aos indígenas, conforme informou a agência de notícias Amazônia Real.

No dia 11 de maio, agentes da Polícia Federal estiveram em Palimiú e chegaram a trocar tiros com os atacantes, mas desde então os policiais não voltaram ao local.

A reportagem do Instituto Arayara tentou contato com a Superintendência da PF entre 18 e 20 de maio, mas não recebeu qualquer in formação sobre ações de proteção aos Yanomami.

Fontes da PF informaram que o efetivo da força não respondeu à reportagem porque se encontrava na festividade de posse no novo superintendente do órgão no estado. O delegado José Roberto Peres assume nesta quinta (21) o lugar de Richard Murad Macedo, que estava no cargo desde maio de 2018.

Contactado, o Ministério Público Federal em Roraima também não se manifestou.