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Moradores do Vale do Paraíba dizem ‘xô termelétrica’ e garantem recuo da Natural Energia

Moradores do Vale do Paraíba dizem ‘xô termelétrica’ e garantem recuo da Natural Energia

Audiência pública em Caçapava é suspensa após mobilização conjunta entre entidades de proteção e população, mesmo após erro em divulgação sobre o local do evento. Arayara alertou para a troca de informações que prejudicou o acesso da população ao evento.

Aos gritos de “xô, termelétricas”, a população de Caçapava (SP) deu início ontem às mobilizações contra o licenciamento da Usina Termelétrica São Paulo durante a Audiência Pública que seria realizada no município. Cerca de 250 pessoas lotaram o espaço reivindicando a proteção do solo, do ar e das águas da região do Vale do Paraíba. A manifestação garantiu que a Audiência fosse suspensa, uma vez que a população não permitiu que as discussões fossem iniciadas.

Mesmo tendo sido contestada pelo Ministério Público Federal (MPF), por especialistas e pela sociedade civil, a 3ª Vara Federal de São José dos Campos decidiu manter as Audiências Públicas para discutir o Projeto UTE São Paulo. A próxima Audiência Pública com o mesmo tema está agendada para 4/7, em São José dos Campos.

O projeto prevê a construção de uma termelétrica movida a gás natural, com uma potência instalada de 1,74 gigawatts (GW). Os efeitos de um empreendimento com esta potência podem ser devastadores para a região, incluindo o uso intensivo de recursos hídricos e os impactos na saúde pública devido à emissão de poluentes, além dos impactos ambientais e sociais na região.

O engenheiro e diretor do Instituto Arayara, Juliano Bueno de Araújo, acredita que a segurança hídrica da cidade de São Paulo será diretamente prejudicada pela implementação da mega usina. “A criação de uma termelétrica dessa proporção coloca em risco os recursos hídricos da capital paulistana, uma vez que exige o uso excessivo de água para o funcionamento da termelétrica”, defende Juliano.

Para operar, a usina vai consumir até 1,56 milhões de litros de água por dia, entre captações subterrâneas e de um córrego local – isso em uma região onde as bacias hidrográficas já estão sobrecarregadas e pequenos produtores rurais relatam enfrentar falta de água.

“Quando falamos da poluição atmosférica e como ela afetará o ar e a saúde das pessoas, o problema se torna ainda maior”, complementa o diretor da Arayara. Caso seja instalada e entre em operação total, a usina emitirá até 6 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que aumentaria as emissões da matriz elétrica brasileira num momento em que se discute crise climática, catástrofes ambientais e a necessidade de se diminuir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Esse montante é 2.000 vezes maior do que todas as emissões da cidade de Caçapava entre 2000 e 2022.

Os dados citados fazem parte do relatório “Regressão energética: como a expansão do gás fóssil atrapalha a transição elétrica brasileira rumo à justiça climática”, lançado pela Coalizão Energia Limpa neste ano, como caso emblemático de empreendimento com “graves falhas no licenciamento e alto impacto socioambiental”.

Atrasos e erros

Ao longo da semana, a população foi impactada com informações equivocadas sobre o local onde seria realizada a Audiência Pública, que foi modificado dias antes da Audiência Pública para discutir sobre o pré-licenciamento da Usina Termelétrica São Paulo.

A confusão foi, inclusive, noticiada em veículos de comunicação nacionais e da região, causando sério prejuízo para a participação da sociedade civil no evento. Em seu canal nas redes sociais, o Instituto Arayara alertou para o erro e publicou vídeo onde pode-se confirmar que pessoas foram direcionadas para a localização errada, momentos antes da Audiência Pública ser iniciada.

Mobilização

ONGs, grupos, associações e pesquisadores têm organizado ações para alertar sobre os impactos que o empreendimento provocará ao meio ambiente, além de consequências devastadoras para as comunidades locais.

O Instituto ARAYARA, maior ONG de litigância técnica ambiental do Brasil e defensor de uma Transição Energética Justa, apresentou uma série de argumentos, incluindo um agravo de instrumento contestando a decisão de manter as audiências públicas. Diversas cidades do Vale do Paraíba também já aprovaram moções de repúdio à instalação da usina; inclusive, já houve outras 5 tentativas de instalação de usinas termelétricas nessa região, porém sem sucesso.

Na Ata da Audiência Pública, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama publicou que “houve forte reação contraria da população local, impedindo a realização da audiência pública”.

 

COESUS realiza capacitación sobre los impactos del fracking en el Quilombo de Faveira, en São João dos Patos, Maranhão

COESUS realiza capacitación sobre los impactos del fracking en el Quilombo de Faveira, en São João dos Patos, Maranhão

NOTA 

13 de septiembre de 2022

 

¿Qué es el fracking?

El fracking, también conocido como fracturamiento hidráulico, es un proceso que implica la inyección de grandes volúmenes de agua, productos químicos y arena a alta presión en capas de roca subterránea para liberar el gas natural atrapado. Aunque es una técnica utilizada en varios países, es controvertida debido a los daños ambientales y ecológicos que causa, como la contaminación de las aguas subterráneas, la liberación de gases de efecto invernadero, los terremotos inducidos, entre otros.

 

La COESUS – Coalición No al Fracking Brasil por el Agua y la Vida, una campaña del Instituto Internacional Arayara, estuvo presente en el Quilombo de Faveira, ubicado en São João dos Patos, en el estado de Maranhão, para llevar a cabo una importante capacitación con 32 residentes. El objetivo del encuentro fue informar y concientizar a la comunidad sobre los impactos del fracking.

Durante la capacitación, representantes de COESUS presentaron información y evidencia científica que demuestra los riesgos asociados al fracking, además de compartir experiencias de otras regiones donde la técnica ya está en funcionamiento. El objetivo fue proporcionar herramientas para que los residentes del Quilombo de Faveira puedan comprender los impactos potenciales y tomar decisiones informadas sobre la preservación de sus territorios.

COESUS destacó la importancia de la unidad y movilización de la comunidad para enfrentar los desafíos planteados por el fracking, enfatizando que la defensa del hogar común y la protección del medio ambiente son responsabilidades de todos. Los residentes del Quilombo de Faveira mostraron un gran interés y compromiso durante la capacitación, demostrando su determinación en proteger su territorio y garantizar un futuro sostenible para las generaciones futuras.

El intercambio de información y experiencias fortaleció los lazos entre la comunidad y COESUS, reafirmando la importancia de las alianzas para construir un movimiento cada vez más sólido en defensa del medio ambiente.

COESUS realiza capacitación sobre los impactos del fracking en el Quilombo de Faveira, en São João dos Patos, Maranhão

COESUS conducts training on the impacts of Fracking in Quilombo de Faveira, in São João dos Patos, Maranhão

NOTA 

Date: September 13, 2022

 

What is fracking?

Fracking – also called hydraulic fracturing – is a process that involves injecting large volumes of water, chemicals and sand at high pressure into underground rock layers to release trapped natural gas. Despite being a technique already used in several countries, it is controversial because it causes environmental and ecological damage, including contamination of groundwater, release of greenhouse gases, induced earthquakes, etc.

 

COESUS – Coalition No Fracking Brazil for Water and Life, a campaign by the Arayara International Institute, was present at Quilombo de Faveira, located in São João dos Patos, in the state of Maranhão, to carry out an important training course with 32 residents. The objective of the meeting was to inform and make the community aware of the impacts of Fracking.

During the training, COESUS representatives presented information and scientific evidence that demonstrate the risks associated with Fracking, in addition to sharing experiences from other regions where the technique is already in operation. The aim was to provide subsidies so that the residents of Quilombo de Faveira could understand the potential impacts and make informed decisions about the preservation of their territories.

COESUS highlighted the importance of uniting and mobilizing the community to face the challenges brought by Fracking, emphasizing that defending our common home and protecting the environment are everyone’s responsibility. Residents of Quilombo de Faveira showed great interest and engagement during the training, demonstrating their determination to protect their territory and ensure a sustainable future for generations to come.

The exchange of information and experiences strengthened the ties between the community and COESUS, reaffirming the importance of partnerships for building an increasingly solid movement in defense of the environment.

 

COESUS realiza capacitación sobre los impactos del fracking en el Quilombo de Faveira, en São João dos Patos, Maranhão

COESUS realiza capacitação sobre os impactos do Fracking no Quilombo de Faveira, em São João dos Patos, Maranhão

NOTA 

Data: 13 de setembro de 2022

 

O que é o fracking?

O fracking – também chamado de fraturamento hidráulico – é um processo que envolve a injeção de grandes volumes de água, produtos químicos e areia, a alta pressão, em camadas de rocha do subsolo para liberar o gás natural que está preso. Apesar de ser uma técnica já utilizada em vários países, ela é controversa por causar danos ambientais e ecológicos, incluindo contaminação da água subterrânea, liberação de gases de efeito estufa, terremotos induzidos etc. 

 

A COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pela Água e Vida, uma campanha do Instituto Internacional Arayara, esteve presente no Quilombo de Faveira, localizado em São João dos Patos, no estado do Maranhão, para realizar uma importante capacitação com 32 moradores. O objetivo do encontro foi informar e conscientizar a comunidade sobre os impactos que o Fracking.

Durante a capacitação, representantes da COESUS apresentaram informações e evidências científicas que demonstram os riscos associados ao Fracking, além de compartilhar experiências de outras regiões onde a técnica já está em operação. O intuito foi fornecer subsídios para que os moradores do Quilombo de Faveira possam compreender os impactos potenciais e tomar decisões informadas sobre a preservação de seus territórios.

A COESUS destacou a importância da união e mobilização da comunidade para enfrentar os desafios trazidos pelo Fracking, ressaltando que a defesa da casa comum e a proteção do meio ambiente são responsabilidades de todos. Os moradores do Quilombo de Faveira manifestaram grande interesse e engajamento durante a capacitação, demonstrando sua determinação em proteger seu território e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. 

A troca de informações e experiências fortaleceu os laços entre a comunidade e a COESUS, reafirmando a importância de parcerias para a construção de um movimento cada vez mais sólido em defesa do meio ambiente.