+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Produzir etanol de cana pode emitir menos do que se pensava

As emissões associadas ao etanol são parte da base do Renovabio e determinam o volume de CBIOs que o produtor recebe e, portanto, as receitas obtidas com sua venda. E essa conta pode estar sendo subestimada.

As emissões da produção da maior parte do etanol brasileiro vêm das operações da plantação de cana-de-açúcar, dos processos na destilaria e do destino dado a resíduos, principalmente o bagaço da cana e o vinhoto. Sabia-se que a fase agrícola emite mais do que a destilaria e, na maioria dos casos, do que no destino dado aos resíduos. Na plantação, uma parte significativa das emissões decorre da aplicação de fertilizantes nitrogenados. Normalmente, adota-se uma relação direta entre a quantidade de fertilizante aplicado e seu teor de nitrogênio com as emissões de óxido nitroso (N2O). Quanto mais fertilizante ou quanto maior o teor de nitrogênio na composição, maior a emissão do N2O, um gás cujo impacto no efeito estufa é quase 300 vezes maior do que o CO2.

Pesquisadores brasileiros do Laboratório Nacional de Biorrenováveis e do Instituto Agronômico de Campinas mostram que a relação está superestimada. Eles publicaram um trabalho na Renewable and Sustainable Energy Reviews, analisando a literatura sobre análises de ciclo de vida para diversos cenários de aplicação de fertilizantes, levando em conta a interação com as aplicações de vinhoto e de torta de filtro. Em média, o fator de emissão do N2O é cerca de 20% menor do que o preconizado até agora.

O programa Renovabio aloca um volume de CBIOs a partir da comparação das emissões ao longo do ciclo de vida do etanol com aquele da gasolina. Os pesquisadores estimam que o volume de CBIOs deveria ser pelo menos 7% maior do que está ocorrendo no programa. O Valor comentou o trabalho.

Fonte: Clima Info

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Ibama nega licença para usina térmica bilionária de “rei do gás”

Projeto da UTE Brasília, da Termo Norte, prevê 1.470 MW de potência instalada; autarquia ambiental citou impactos para escola e para rio no DF Com 1.470 MW (megawatts) de potência e usando gás natural, o projeto é orçado em R$ 6,5 bilhões e tem como sócio o empresário baiano Carlos Suarez, conhecido como “rei do gás”. Com o indeferimento, a UTE Brasília fica impedida

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Ibama nega licença para usina termelétrica em Brasília por inviabilidade ambiental

A poucos dias da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu a Licença Prévia da Usina Termelétrica (UTE) Brasília, planejada para funcionar com gás natural fóssil e potência de 1.470 MW no Distrito Federal. A decisão, fundamentada no Parecer Técnico nº 132/2025-Coert/CGTef/Dilic, apontou a inviabilidade ambiental e

Leia Mais »

Workshop da presidência da COP30 discute soluções climáticas baseadas no oceano

No dia 15 de outubro de 2025, o Instituto Internacional ARAYARA participou do workshop “Mutirão Azul: Acelerando Soluções Climáticas Baseadas no Oceano”, organizado pela presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O encontro reuniu representantes da sociedade civil, povos indígenas, comunidades tradicionais, academia, investidores e órgãos governamentais envolvidos com as agendas de oceano e clima, e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Ibama barra usina que ameaçava escola rural e rio no DF

Parecer aponta inviabilidade ambiental do projeto da UTE Brasília O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou um parecer nesta quarta-feira (15) indeferindo a licença prévia para a instalação da Usina Termelétrica de Brasília (UTE). A decisão reconheceu a inviabilidade ambiental e locacional do empreendimento. O projeto previa a construção da UTE  na Fazenda Guariroba, localizada entre

Leia Mais »