+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org
nota apib contra repressão

Nota da Apib sobre a repressão contra manifestação pacífica em frente a sede da Funai

Foto: Apib |

Estamos mobilizados em Brasília desde o dia 8 de junho, já somos mais de 850 indígenas de 43 povos reunidos no acampamento Levante Pela Terra. Estamos ocupando Brasília em manifestação à agenda anti-indígena do Governo Federal. Jamais assistiremos as violações e a retirada dos nossos direitos sem resistência.

Contudo, nossa luta se faz de diferentes formas e nenhuma delas é pela violência, como setores do Governo querem fazer acreditar para deslegitimar nossas reivindicações. Nos organizamos e nos manifestamos sempre de forma pacífica, participamos de audiências e dialogamos com representantes do poder público.

Por isso, em relação ao episódio envolvendo a Polícia Militar ocorrido nesta terça-feira (16) em frente à sede da Funai, cabem algumas considerações:

1- A recepção na Funai foi completamente hostil por parte da Polícia Militar, a mando do Marcelo Xavier. Mesmo a Secretaria de Segurança Pública tendo sido avisada previamente do ato PACÍFICO, os militares estavam incitando o confronto antes da chegada do responsável pela operação, o Tenente Coronel Rezende. Naquele momento, um dos policiais foi para cima de um repórter que estava cobrindo a manifestação e teve que ser contido pelo referido tenente. Foi este tensionamento desnecessário provocado pela PM que motivou ataques aos manifestantes.

2- Não havia qualquer indicativo de reunião com o presidente da Funai. Foram diversos pedidos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), de parlamentares e de outras organizações parceiras sem nenhum retorno. Estamos na segunda semana de mobilização, em Brasília, com a representação de mais de 40 povos de todas as regiões do Brasil e, ainda assim, a Funai insiste em ignorar ou hostilizar nossa presença;

3 – O único contato feito foi agressivo e racista. Por meio do ouvidor da fundação, que recebeu os advogados da Apib no hall do edifício, a Funai informou que “o papel do presidente não é atender índio” (expressão de cunho pejorativo), deixando evidente a agressividade e o preconceito com que nos tratam. É a primeira vez que um presidente da Funai se recusa a receber o movimento indígena, desde a criação da extinta SPI.

Por fim, reiteramos que a violência, a intimidação e a opressão não partem dos povos indígenas. Nossa luta é pela vida. O intuito da manifestação foi o mesmo dos outros dias, apenas ir até o órgão e protestar até que uma delegação seja recebida e ouvida, tendo tido resultados positivos com o presidente da Câmara dos Deputados, com a presidência do Senado, com a presidência do Supremo Tribunal Federal e com o Secretário Executivo do Ministério da Justiça. A Funai, cuja missão é proteger os povos indígenas, é o único órgão que vai no sentido totalmente contrário às demais instituições e ataca os povos indígenas.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib
16 de junho de 2021

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Relatório internacional aponta estatal argentina como principal destino de investimentos em combustíveis fósseis

Documento foi produzido pelas organizações ambientais Instituto Internacional Arayara e Urgewald, em parceria com as ONGs latinas Conexiones Climaticas, Amazon Watch e FARN,   Por: Avenida Comunicação O relatório Urgewald, divulgado no dia (29/09), traz dados inéditos sobre o financiamento da expansão de combustíveis fósseis na América Latina e no Caribe (ALC). O estudo, intitulado O Rastro do Dinheiro por

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Projeto de Lei que beneficia usina Candiota 3 é alvo de críticas

*Com agências O Instituto Internacional Arayara, o Observatório do Carvão Mineral e a Frente Nacional dos Consumidores de Energia manifestaram nota em repúdio ao Projeto de Lei 1.371/2025 que prevê a prorrogação, até 2050, da operação de termelétricas a carvão mineral. Em comunicado, as entidades criticaram particularmente a medida afirmando que a ação visa “manter a operação subsidiada para compra

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Instituto ARAYARA destaca que a menos de 30 dias da COP30, Comissão de Minas e Energia vota prorrogação de subsídios ao carvão até 2050

O Instituto Internacional ARAYARA, o Observatório do Carvão Mineral e a Frente Nacional dos Consumidores de Energia manifestaram nota em repúdio ao Projeto de Lei nº 1.371/2025 protocolado na Câmara dos Deputados, que prevê a prorrogação, até 2050, da operação de usinas termelétricas a carvão mineral, particularmente visando manter a operação subsidiada para compra de carvão mineral da Companhia Riograndense de Mineração

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Congresso vota Orçamento e avalia veto à Lei do Licenciamento Ambiental

Sessão conjunta desta quinta-feira (16/10) deve reacender debates sobre metas fiscais e o equilíbrio entre crescimento econômico e proteção ambiental O Congresso Nacional realiza nesta quinta-feira (16/10) uma sessão conjunta para votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 e analisar o veto parcial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei Geral do Licenciamento

Leia Mais »