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Jovens promovem Greve Pelo Clima em várias cidades brasileiras

Com o tema “Ruína ou Revolução essa é a escolha da nossa geração”, o movimento destaca a urgência de ações práticas

Cerca de 20 cidades no Brasil realizaram manifestações para chamar a atenção sobre a emergência climática. Boa parte das ações foi realizada na sexta e em outras no sábado.

Em Curitiba, uma série de atividades foram realizadas no sábado, dia 26. Entre elas, foram promovidas oficina de cartazes, panfletagem com interação com o público na Praça Santos Andrade, em frente a Universidade Federal do Paraná. Em torno de 30 manifestantes dos movimentos Araucária pelo Clima, Ecoar, Juntos, União Estadual de Estudantes, do PSol e Instituto ARAYARA e outros participaram da manifestação.

Uma marcha pela rua 15 de novembro, no Centro de Curitiba chamou a atenção do público. Os manifestantes gritaram as  palavras de ordem: “ruína ou revolução, essa escolha da nossa geração” e “enquanto a floresta some, o povo passa fome”. Depois da caminhada, os participantes fizeram uma roda de conversa onde o tema foi  sobre como conscientizar a sociedade sobre a urgência climática. “As pessoas precisam se dar por conta de que é nossa própria espécie que está em perigo, a natureza vai se adaptar, mas e os seres humanos, como ficam diante da mudança tão brusca do clima?”, aponta Dálcio Costa, do movimento Araucária. 

Dálcio acrescenta que o movimento também visa a conscientização sobre os problemas que os combustíveis fósseis acarretam. “Uma das maiores ameaças que temos é o fracking, onde são perfurados poços para extração de gás de xisto”.  Ele lembra que a ARAYARA integra a campanha Não Fracking Brasil. Clique aqui e saiba mais.

Fridays For Future no Brasil

A atividade de Curitiba integra as ações do movimento Greve Pelo Clima, que reúne ativistas de aproximadamente mil cidades, em 80 países, para exigir o fim do modelo econômico atual e por uma justiça socioclimática e ações ambientais honestas e eficientes por parte dos líderes mundiais. A manifestação é organizada pelo Fridays For Future (“Sextas-Feiras Pelo Clima”) e pela Marcha Mundial por Justiça Climática.

No Brasil, as ações aconteceram na sexta-feira em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, Altamira, Mossoró, Pelotas, Santo André, Viamão, Volta Redonda entre outras. Em documento, os organizadores da greve retificam o histórico colonial dos países do Norte Global sobre os países do Sul Global e os impactos do modelo econômico extrativista. 

Ativismo Jovem

A Greve Pelo Clima é resultado da mobilização global de jovens ativistas. Em 2018, a adolescente Greta Thumberg sentou-se, diariamente, por três semanas na frente do parlamento sueco com a placa “Greve Escolar Pelo Clima”. O intuito era protestar contra a inércia dos líderes diante da crise climática. Greta divulgou a ação via redes sociais e a mobilização ganhou rapidamente a adesão de outros estudantes, se espalhando por outros países. Logo, a manifestação se concentrou na sexta-feira, com a criação do Fridays For Future. 

O ativismo jovem já é destaque em eventos climáticos mundiais, como a Conferência das Partes e a Cúpula do Clima. Em 2021, jovens como Txai Suruí e Alice Pataxó representaram as vozes de milhares de indígenas brasileiros, denunciando a política anti-indigenista do governo Bolsonaro. Incêndios florestais, secas prolongadas, inundações são eventos climáticos extremos sentidos com maior intensidade e frequência dos últimos anos. 

“A manifestação nas ruas e nas redes é fundamental para barrar as iniciativas de políticas destruidoras do ambiente”, lembra Dálcio.  O Brasil se comprometeu em acordos mundiais, como o Acordo de Paris, a reduzir em 37% suas emissões até 2025, no entanto, o país registrou aumento de 9,5% na pandemia. Temas como transição energética justa são fundamentais para a redução do desmatamento e melhora na qualidade de vida da população. 

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