+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

O Dia Internacional da Mulher em um ano de muitos desafios

*Texto: Priscila Marotti e Tiago Bernardino

Hoje é dia de força, garra, luta e resiliência. Neste mês de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, que surgiu em homenagem a 129 operárias de uma fábrica de tecido que morreram carbonizadas, vítimas de um incêndio no dia 8 de março de 1957, em Nova York.

Somente a partir de 1921, durante uma Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, que ocorreu um reconhecimento oficial da luta, em referência aos acontecimentos de 1917. Ainda há muito o que se conquistar.

O Dia da Mulher este ano chega com mais desafios, quando a pandemia escancara ainda mais a desigualdade social, de gênero e racial que vivemos.

Sete de cada 10 profissionais na linha de frente do combate à Covid-19 são mulheres, segundo uma análise feita pela ONU no final de 2020. Mas ainda são elas as que mais sofrem com os impactos econômicos e sociais da pandemia.

Uma pesquisa da Pnad Contínua, do IBGE, apontou que, no terceiro trimestre de 2020, a taxa de desocupação no país foi de 12,8% entre os homens e de 16,8% entre as mulheres.

Uma análise da empresa de serviços profissionais PwC mostra que a conquista das mulheres no local de trabalho nos últimos anos deve ser revertida devido à pandemia. O estudo aponta que a pandemia está retrocedendo o progresso em direção à igualdade de gênero no local de trabalho de volta aos níveis de 2017.

No Brasil, neste ano de 2021 a representatividade nas prefeituras teve um resultado de pouco mais que 12% . As mulheres vereadoras ocupam 18% do total das cadeiras nas capitais brasileiras.

Luta pela igualdade de gêneros

Um estudo internacional recente, realizado pela Women Deliver e Focus 2030, apontou que a população de 17 países quer um mundo com mais igualdade de gênero. Há também uma pressão para que os governos e líderes empresariais tomem medidas para reduzir as diferenças entre homens e mulheres.

As mulheres conquistaram seu espaço na sociedade, reivindicando aquilo que é seu por direito, liberdade e equidade salarial no emprego, na família. Conseguiram ser independentes e pagar suas próprias contas. Na comunidade onde vivem, se tornaram representatividade.

Mas caminho ainda é longo. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). No nosso país, apenas 3% das mulheres ocupam cargos de liderança no mercado.

Precisamos lembrar das lutas já conquistadas pelo movimento e unir forças para enfrentar o que está por vir. Celebrado em países e culturas diferentes, esta data é parte de uma idealização ainda maior que é preciso ser reivindicada dia após dia.

Mulheres fortes

Na última semana, a revista Forbes Brasil listou as 20 Mulheres de Sucesso do Brasil, entrevistando pessoas de diferentes áreas como a literatura, a música, a luta pela igualdade, negócios, ciência, dispostas a mudar o mundo em defesa da vida.

O destaque foi para a filósofa e escritora negra Djamila Ribeiro, como capa da matéria, que fechou o ano de 2020 com o livro mais vendido pela Amazon, e que se prepara para a quarta obra, trazendo uma particularidade dos fatos.

O Instituto Internacional Arayara ressalta a importância da luta pela igualdade em todas as esferas, reforçando que defender a vida é defender igualdade de direitos e um mundo mais justo para todos.

“Que esse 8 de março nos dê força para enfrentar os desafios e continuar seguindo neste compromisso de transformar a sociedade. Quando falamos de preservação do meio ambiente, de transição energética, de combate à exploração de terras e vidas, de igualdade de gênero, raça e em todos os setores, estamos falando de um só objetivo: nos tornarmos uma sociedade sustentável, consciente e justa”, ressalta Nicole Oliveira, diretora do Instituto Arayara.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

MPE é contrário à cassação de registro de Comandante Nádia

Destinado a diversificar a matriz energética brasileira com incentivo a fontes limpas, o projeto de lei que regulamenta a exploração de energia eólica a partir de unidades instaladas no mar, o chamado PL das Eólicas Offshore, foi aprovado ontem pela Comissão de Infraestrutura do Senado. Os parlamentares aprovaram na íntegra o relatório do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que, além de

Leia Mais »

Terra Indígena Rio dos Pardos: da luta à conquista

O povo indígena Xokleng, conhecido por sua profunda conexão com a natureza, ocupou uma vasta área do Planalto Norte Catarinense, porém, quase desapareceu devido à colonização no início do século 20. Os indígenas sobreviventes foram confinados em pequenas parcelas de terra, estabelecidas pelo Estado em 1914, medida que seguiu marginalizando esse povo em prol do desenvolvimento econômico predatório. Entre as áreas concedidas

Leia Mais »

Estudo sobre Carvão Mineral tem lançamento em Candiota (RS), região que abriga 90% das reservas do Brasil

Plataforma reunirá dados sobre impacto da exploração subsidiada do mineral, a pior fonte de energia para potencializar os eventos climáticos extremos No próximo dia 16 de dezembro, o Instituto Internacional Arayara lançará oficialmente o Monitor de Energia, plataforma online com estudos, dados, infográficos e legislações sobre a matriz energética do Brasil. Na ocasião será apresentado o estudo UTE Candiota 2050 –

Leia Mais »

Marco regulatório de energia offshore passa pela Comissão de Infraestrutura do Senado

A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado aprovou aprovou aprovou nesta terça-feira (10) o projeto de lei (PL) 576/2021, conhecido como o marco regulatório para a exploração de energia elétrica offshore (no mar). O texto deve passar nesta quarta-feira (11) no Plenário da Casa para depois seguir para

Leia Mais »