+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Deputado Túlio Gadêlha quer suspender exploração de petróleo em Noronha

Para evitar um possível desastre ambiental na Ilha de Fernando de Noronha, o deputado federal Túlio Gadêlha, junto com o Partido Democrático Trabalhista, entrou com pedido de medida liminar de urgência no Supremo Tribunal Federal (STF).

O objetivo da manifestação conjunta – baseada no relatório técnico desenvolvido pelo Instituto Internacional Arayara em conjunto com o Observatório do Petróleo e Gás (OPG), além de outros pareceres oficiais que foram ignorados – é suspender o leilão de blocos de petróleo desta região e também da bacia de Pelotas, situada no extremo sul do País. A prática está prevista para ser realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pela União, sem nenhuma análise dos gravíssimos impactos ambientais nos locais.

As áreas ofertadas pela 17ª Rodada de Concessão incluem, além da bacia sedimentar marítima de Potiguar, em Pernambuco, a de Pelotas, já citada acima, a do Pará-Maranhão, Campos e Santos. Localizada a 100 quilômetros da costa pernambucana, a exploração à bacia de Potiguar atinge o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e a Reserva Biológica Atol das Rocas – dois patrimônios naturais e históricos dos brasileiros.

A bacia de Potiguar abrange 14 locais indicados para a exploração de petróleo e gás. Ela acomoda 89 espécies ameaçadas de extinção, sendo 32% criticamente em perigo; 20% em perigo e 48% vulneráveis.

CLIQUE AQUI E PARTICIPE DA CAMPANHA PARA SALVAR FERNANDO DE NORONHA E DEZENAS DE ESPÉCIES EM EXTINÇÃO

“O risco de vazamento em grandes proporções pode prejudicar atividades econômicas como turismo e a pesca, bem como causar um desequilíbrio ambiental imensurável. Em 2019 tivemos o maior desastre ambiental nas águas marinhas brasileiras, gerando prejuízos imensuráveis para o meio-ambiente, economia e turismo. Não podemos permitir que isto aconteça novamente”, argumentou o deputado federal. É necessário, portanto, que as Avaliações Ambientais de Áreas Sedimentares (AAAS) sejam adotadas antes de o leilão ser efetivado, fato que está sendo ignorado.

É igualmente importante considerar os riscos de acidentes ambientais que devem prejudicar de forma irreversível a biodiversidade, um dos maiores santuários naturais do Brasil. “Em razão do alto grau de lesividade ao meio ambiente, é necessário que todos os atos preliminares à efetivação do leilão sejam suspensos com urgência”.

O Instituto Internacional Arayara em conjunto com o Observatório do Petróleo e Gás (OPG), e com apoio da Coalizão Não Fracking Brasil (COESUS) e Observatório do Clima, já haviam entrado com duas Ações Civis Públicas – que deram entrada nas varas federais em Pernambuco (na 2ª Vara, Comarca de Recife) e Santa Catarina (na 6ª Vara, Comarca de Florianópolis) -, denunciando os graves erros no processo da 17ª Rodada de Concessão.

Conforme o diretor técnico da Arayara e do OPG, o engenheiro Juliano Bueno de Araújo, “a indústria do Turismo e a indústria da Pesca, bem como as centenas de animais marinhos em extinção e os biomas sensíveis, além dos impactos sentidos no derramamento de 2019 não ensinaram a ANP e o Governo a ter atitudes responsáveis em evitar danos irreversíveis e que poderão causar centenas de bilhões em prejuízos”.

“As falhas nos estudos e a falta deles nos traz uma situação de riscos inclusive junto aos investidores e financiadoras, bem como coloca as relações internacionais do Brasil em risco mais uma vez”, complementa o engenheiro.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: La Cop 30 tra delusioni e iniziative dal basso

Si è conclusa la Cop 30 (Conferenza Onu sul Clima) svoltasi a Belém, una delle città simbolo dell’Amazzonia, che avrebbe dovuto dare sistematicità ai temi di mitigazione, adattamento e investimenti ma che, ancora una volta, per l’influenza dei lobbisti (https://volerelaluna.it/ambiente/2025/11/21/cop-30-la-carica-de-lobbisti-delle-multinazionali-del-petrolio/) e dei paesi produttori di petrolio, arabi in testa, ha dato frutti deludenti, malgrado la forte spinta del Presidente Lula che, da metà Conferenza

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Após COP30, sanção da MP do carvão provoca críticas e expõe contradições na agenda climática brasileira

ARAYARA repudia manutenção de subsídios bilionários a térmicas a carvão até 2040 e alerta para impacto climático, econômico e regulatório A sanção integral da Medida Provisória 1.304, convertida na Lei nº 15.269/2025, reacendeu o debate sobre coerência climática e políticas públicas para o setor elétrico no Brasil. Publicada em 24 de novembro, no primeiro dia útil após o encerramento da COP30,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Governo veta ressarcimento a eólica e solar para não afetar tarifa, mas mantém incentivos ao carvão

Para setor, vetos não resolveram questões importantes incoerentes com o cenário atual de transição energética O governo federal vetou, pelo menos, 10 trechos da Medida Provisória nº 1304, de 11 de julho de 2025, que tem o objetivo de modernizar o marco regulatório do setor elétrico. Entre os pontos derrubados estão o dispositivo que previa ressarcimento, via encargos na conta

Leia Mais »