+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Cidade de Parnarama recebe a campanha Não Fracking Brasil

O município do maranhão participou de uma palestra da técnica em Fracking, Esmeralda Gusmão

 

O que é o fracking?

O fracking – também chamado de fraturamento hidráulico – é um processo que envolve a injeção de grandes volumes de água, produtos químicos e areia, a alta pressão, em camadas de rocha do subsolo para liberar o gás natural que está preso. Apesar de ser uma técnica já utilizada em vários países, ela é controversa por causar danos ambientais e ecológicos, incluindo contaminação da água subterrânea, liberação de gases de efeito estufa, terremotos induzidos etc.

 

A beira do grande rio Parnaíba, dona de belas praças e de várias carnaúbas. A carnaúba, abundante na região, é uma palmeira que produz cera, óleo e outros produtos valiosos. Essa é uma breve descrição do que é o município de Parnarama, no Maranhão. A cidade é famosa por suas festas juninas, durante as festividades, há apresentações de danças típicas, quadrilhas, barracas de comidas e bebidas, além de outras atividades.

Margens do rio Parnaíba

A equipe da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pela Água e Vida, uma campanha do Instituto Internacional Arayara, realizou uma capacitação com o sindicato de trabalhadores rurais de Parnarama, que, com seus dirigentes presentes, escutaram as falas da técnica Esmeralda Gusmão sobre os riscos que o “Gás da Morte” (o termo popular para o gás de xisto explorado pelo fracking) causa na agricultura e os impactos socioambientais oferecidos aos trabalhadores.

O fracking é um grande problema para todos os setores, mas é trazido para os municípios como uma forma de desenvolvimento. Essa técnica tem efeito oposto do que é dito nas comunidades pelas empresas. A exemplo, pode-se analisar a situação da província de Neuquén, na Argentina, onde o fracking já está instalado a muito anos e ver o efeito de declinação no setor de fruticultura, em específico o da maçã.

 

Maçãs chilenas com o selo “Frack Free” (Livre de Fracking)

A equipe foi recebida na câmara municipal pelo vereador Miguel, que conversou com a COESUS para o planejamento de uma audiência pública sobre o fracking. Os principais danos causados pelo fracking são:

Contaminação química: o fracking envolve o uso de uma mistura de produtos químicos, água e areia injetada sob alta pressão no solo para liberar gás natural. Esses produtos químicos podem contaminar a água subterrânea e superficial, causando danos à saúde humana e ao meio ambiente.

Escassez de água: o processo de fracking requer grandes quantidades de água, o que pode levar à escassez de água, principalmente em áreas com escassez de recursos hídricos.

Contaminação bacteriana: o aumento da atividade industrial, incluindo o fracking, pode aumentar a concentração de bactérias nocivas na água, aumentando o risco de doenças.

Vazamentos de gás natural: os vazamentos de gás natural durante o processo de ingestão podem contaminar a água e o ar, além de representar um risco de explosões.

Risco de terremotos: a injeção de água e produtos químicos sob pressão no solo pode causar terremotos, o que pode afetar a qualidade da água subterrânea.

A indústria do fracking é uma grande consumidora de água, concorrendo diretamente com a agricultura, comércio, indústria e com a água destinada para o consumo da população. São milhões de litros de água para cada poço perfurado. A água que retorna do fraturamento é conhecida como flowback, após a separação do gás o flowback é armazenado em piscinas a céu-aberto onde sua evaporação é realizada por estar diretamente recebendo a energia solar e ocasionando chuvas ácidas que contaminam plantações e contaminação de toda a região que se arrastar.

Piscina de flowback a céu aberto

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Exploração de petróleo no Brasil ameaça acordos do Fundo Amazônia

A diretora executiva do Instituto Internacional Arayara, Nicole Oliveira, e representantes da Fundação Urgewald reúnem-se esta semana, de 7 a 9 de outubro, em Berlim, com gestores do Fundo Amazônia. A agenda prevê ainda visitas aos membros do parlamento e articulação com outras instituições europeias. O objetivo da visita é discutir as contradições entre o discurso de preservação ambiental do

Leia Mais »

Convenção histórica contra a poluição plástica global pode ser negociada em evento previsto para o fim do ano, na Coréia

O Instituto Internacional Arayara participou do Webinar Plastics Treaty Talks, um painel virtual no contexto dos Diálogos de Genebra sobre Poluição Plástica, evento co-organizado pelo Instituto pelo Desenvolvimento Sustentável (IISD) e a Rede Ambiental de Genebra (Geneva Environment Network). Intitulado “Estrada Para Busan: Conversas do Tratado do Plástico – Atualizações e a Linha de Chegada à Vista”, reuniu embaixadores, acadêmicos,

Leia Mais »

Publicação reúne artigos de advogados que participaram de ações históricas nos últimos quatro anos

O Observatório do Clima lança nesta quarta-feira (9/10), no auditório da OAB, em Brasília, o livro Litígio Estratégico Climático em Rede – Experiências contra retrocessos ambientais por meio do Judiciário no período de 2020-2024. São nove artigos, escritos por advogados de organizações da sociedade civil e de partidos políticos que participaram de mais de uma dezena de ações na Justiça

Leia Mais »

ACP que denuncia maior ilícito de contaminação radioativa do país é destaque na Plataforma de Litigância Climática no Brasil

A Juma, Plataforma de Litigância Climática no Brasil, cadastrou no seu banco de dados a ação civil pública que o Instituto Internacional Arayara protocolou, em agosto deste ano, contra a Usina Termelétrica (UTE) Figueira, uma das mais antigas do Brasil. A ação denuncia irregularidades no licenciamento ambiental da usina e possíveis impactos à saúde pública e ao meio ambiente após

Leia Mais »