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Importação de gás de fracking começa a ser descartada

Importação de gás de fracking começa a ser descartada

Mais uma vitória em direção ao fim do fracking no mundo. Essa semana a Irlanda – que baniu o fraturamento hidráulico em 2017 – se tornou o primeiro país com um plano para proibir a importação de gás de fracking.

O gás originado do fracking não deve mais ter papel no atendimento às necessidades de energia da Irlanda, de acordo com o Green Party (Partido Verde irlandês). Eles confirmaram que os planos de importação de gás de fracking dos Estados Unidos para a Irlanda através do Porto de Cork foram cancelados.

Em 2017, o Porto de Cork e a empresa norte-americana NextDecade, com sede em Houston, Texas, assinaram um memorando de entendimento para importar gás de fracking através do porto.

No entando, este memorando expirou a 31 de dezembro de 2020 e o Porto de Cork não tem nenhuma intenção de renovar.

Sabemos que temos que fazer a transição para uma economia de baixo carbono, mas o fracking e todas as suas consequências não têm lugar nessa agenda. Nem aqui, nem em lugar nenhum”, ressaltou Oliver Moran, membro do partido, ao The Irish Times.

De uma das principais portas de entrada desse gás para a Europa, a Irlanda passa a liderar a agenda ambiental que atinge a indústria de fracking em todo o mundo.

Esta vitória terá um impacto importante na redução das operações globais de fracking, servindo como inspiração para que o resto da Europa siga este exemplo até fechar completamente as portas deste mercado tão prejudicial para as terras e as pessoas.

No Brasil, estamos fazendo a nossa parte de conscientizar e lutar para que essa prática seja extinta. Três estados já proibiram o fracking, salvando mais de 50 milhões de pessoas, após campanha realizada pela Coalizão Não Fracking Brasil (COESUS) e o Instituto Internacional Arayara.

Hoje, por conta dos inúmeros riscos e consequências, o fracking é proibido no Paraná, em Santa Catarina e em mais de 400 cidades de todo o país.

Essa decisão do governo irlandês só aponta para o caminho que temos lutado para seguir. O fracking é um mal que precisa ser discutido e combatido. Vemos, cada vez mais, países optarem pela proibição e pela busca de outras alternativas de energia, que não proporcionam as consequências devastadoras do fraturamento hidráulico. Que essa pequena vitória na Irlanda sirva de exemplo para outros países – para o nosso país”, destaca o fundador da COESUS, o engenheiro Juliano Bueno de Araújo.

Veja só alguns exemplos de como a prática do fracking pode prejudicar tantos territórios e populações:

Consumo e contaminação da água pelo fracking

Cada poço de fracking utiliza aproximadamente de 7,8 a 15,1 milhões de litros de água. Geralmente, essa grande quantia é transportada para o local do fraturamento por vias terrestres, em caminhões movidos à diesel, representando um custo ambiental significativo – visto que vivemos em meio a uma crise hídrica.

Em West Virginia (EUA), são injetados aproximadamente 19 milhões de litros de fluido em cada poço fraturado e, de toda a água utilizada, apenas 8% retorna à superfície.

A água utilizada no procedimento é misturada com areia e cerca de 150 mil litros de até 600 produtos químicos, incluindo substâncias cancerígenas e toxinas conhecidas, tais como urânio, mercúrio, metanol, rádio, ácido hidroclorídrico, formaldeído, entre outras.

Esses produtos podem escapar e contaminar as águas subterrâneas em torno do local. Para se defender, a indústria sugere que os incidentes de poluição são resultados de má prática, em vez de se tratar de uma técnica inerentemente arriscada.

Mudanças Climáticas

Além de distrair a indústria geradora de energia e o governo da necessidade do investimento em fontes renováveis de energia, o processo de exploração por meio do fracking emite metano — gás 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2), contribuindo cada vez mais para o agravamento das mudanças climáticas.

Terremotos

O fracking provoca, habitualmente, microssismos que podem desencadear em tremores maiores, sentidos pelas populações locais. Por vezes, estes eventos são aproveitados para obter um registro vertical e horizontal da extensão da fratura.

Embora esses terremotos sejam crônicos, a injeção de água proveniente das operações de fracking pode causar tremores maiores, tendo-se registrado magnitudes de até 5,7 (Mw).

Fonte: Não Fracking Brasil

Cresce a lista de danos causados pelo fracking

Cresce a lista de danos causados pelo fracking

A cada dia, mais e mais estudos apontam para as consequências devastadoras causadas pela atividade do fracking. Abaixo, destacamos somente alguns dos danos para o meio ambiente, o clima e as populações que vivem em regiões onde o fraturamento hidráulico é praticado.

  • Destruição do abastecimento de água potável
  • Poluição contínua do ar
  • Causas de doenças como câncer
  • Contribuição para os gases de efeito estufa
  • Propensão a terremotos
  • Associação a partos prematuros e gravidez de risco

Recentemente, mais um estudo apontou que pacientes com insuficiência cardíaca que moram em regiões onde há fracking têm maior probabilidade de serem hospitalizados.

Pesquisadores das renomadas universidades de Drexel e Johns Hopkins estudaram registros médicos de mais de 12 mil pacientes cardíacos na Pensilvânia, nos Estados Unidos, entre 2008 e 2015.

Os autores relataram “chances significativamente maiores de hospitalização entre indivíduos com insuficiência cardíaca em relação ao aumento” da atividade de fraturamento hidráulico na área próxima a eles.

A insuficiência cardíaca inclui qualquer condição, como um ataque cardíaco, que leva à incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.

O estudo foi publicado no Journal of the American College of Cardiology.

Nossas descobertas sugerem que os indivíduos que vivem com insuficiência cardíaca, quando expostos a uma maior atividade de extração não-convencional de gás, têm maior probabilidade de serem hospitalizados, particularmente naqueles com insuficiência cardíaca mais grave”, disse ao canal da American College Tara McAlexander, PhD, pesquisadora de pós-doutorado da Drexel University e principal autora do estudo.

O estudo se encaixa em uma lista crescente que mostra problemas de saúde para pessoas que vivem perto de fraturamento hidráulico.

Esses problemas incluem aumento da incidência de asma, problemas cardíacos e problemas de saúde mental, bem como problemas de saúde relacionados à gravidez, como defeitos de nascença, parto prematuro e baixo peso ao nascer.

Zach Rhinehart, professor assistente de cardiologia da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, disse ao jornal State Impact da Pensilvânia, que há anos há pedidos de “evidências de alta qualidade” sobre o fraturamento hidráulico e os impactos na saúde.

Ele disse que o modelo estatístico do estudo é forte o suficiente para essencialmente descartar quaisquer outras causas além do fracking devido ao aumento de hospitalizações que os autores encontraram.

Leia também: Biden e o fracking: Uma responsabilidade que precisa ser assumida

Outros cientistas que estudam o assunto, como Brian Schwartz, professor do Departamento de Ciências da Saúde Ambiental da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, já se manifestaram publicamente contra o fraturamento hidráulico.

Já temos dados suficientes, de todo o mundo, para saber que o fracking não deveria acontecer e que está impactando negativamente as populações. O Brasil tem muitas oportunidades para desenvolver fontes renováveis ​​de energia. O que falta é desenvolver políticas públicas para desenvolver modelos sustentáveis de geração de energia”, ressalta Juliano Bueno de Araújo, fundador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, que há sete anos e meio vem realizando a campanha nacional para o banimento do fracking.

Biden e o fracking: Uma responsabilidade que precisa ser assumida

Biden e o fracking: Uma responsabilidade que precisa ser assumida

A eleição de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos traz importantes reflexões sobre sua política climática que, apesar de profundamente mais realista que a de Donald Trump, ainda apresenta contradições que não podem ser ignoradas.

Biden anunciou um plano de US$ 2 trilhões para criar empregos e alcançar eletricidade 100% limpa até 2035, além de defender o Green New Deal e sinalizar o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, dentro do planejamento de tornar a economia do país neutra em carbono até 2050.

O plano de mudança climática de Biden visa atingir emissões líquidas de gases de efeito estufa, mas não envolve o enfrentamento ao fracking, um dos grandes responsáveis pelas emissões desses gases. Além das questões que cercam a contaminação e destruição do meio ambiente, das águas subterrâneas e da atmosfera, já foi comprovado que emissões fugitivas sequer chegam aos inventários.

“Eu descarto a proibição do fracking porque (…) precisamos que outras indústrias façam a transição para chegar a uma emissão zero completa”, disse Biden em um dos debates durante a eleição.

Diversos países do mundo, inclusive o Brasil, constroem termelétricas a gás, sendo este gás importado dos Estados Unidos e originado do fracking. É uma responsabilidade de Joe Biden — como presidente de um país influente e fornecedor de um combustível fóssil que continua estimulando termelétricas fósseis pelo mundo — fazer a transição energética, deixar o gás de xisto em seu lugar, ou pelo menos encontrar outras formas de fraturar poços para sua extração, e providenciar outras formas de energia.

“Já é muito importante que Biden esteja alinhado com uma agenda climática concreta, mas o que as pessoas, em todo o planeta, estão apoiando é a necessidade de energia limpa e de políticos que estejam dispostos a enfrentar as grandes petrolíferas. Criar um plano para diminuir a emissão dos gases e não combater um dos principais causadores dessas emissões enfraquece qualquer iniciativa de mudança climática”, ressalta o engenheiro Juliano Bueno de Araújo, fundador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, que há sete anos e meio vem realizando a campanha nacional para o banimento do fraturamento hidráulico, também conhecido como Fracking.

O fracking, junto com as discussões sobre extinção de postos de trabalho locais, se tornou uma das questões decisivas na disputa pelos votos da Pensilvânia, que foram para Obama em 2012 e importantes na vitória de Trump em 2016.

Vale dizer que a maioria dos habitantes da Pensilvânia se opõe ao fracking. De acordo com uma pesquisa da Climate Power 2020, 73% dos eleitores da Pensilvânia apoiam os planos de transição dos EUA para uma economia de energia limpa até 2050 e menos da metade (40%) apoia a indústria de fracking.

Os danos causados pelo fracking são decisivos para as mudanças climáticas. Um estudo divulgado pela Universidade Cornell, nos Estados Unidos, aponta que o aumento da concentração de gás metano — 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2) — vem, em grande parte, da exploração do gás de xisto por meio do fracking.

A água utilizada no procedimento é misturada com areia e cerca de 150 mil litros de até 600 produtos químicos, incluindo substâncias cancerígenas e toxinas conhecidas, tais como urânio, mercúrio, metanol, rádio, ácido hidroclorídrico, formaldeído, entre outras.

Esses produtos podem escapar e contaminar as águas subterrâneas em torno do local. No condado de Washington, por exemplo, poluentes do fracking deixaram a água acima dos níveis de radioatividade. Dentro do processo de extração, esses elementos são despejados em aterros sanitários, enviados para estações de tratamento de água e devolvidos para o rio local.

Cada poço de fracking utiliza aproximadamente de 7,8 a 15,1 milhões de litros de água. Geralmente, essa grande quantia é transportada para o local do fraturamento por vias terrestres, em caminhões movidos à diesel, representando um custo ambiental significativo – visto que vivemos em meio a uma crise hídrica.

Em West Virginia, são injetados aproximadamente 19 milhões de litros de fluido em cada poço fraturado e, de toda a água utilizada, apenas 8% retorna à superfície.

Por estes e tantos outros impactos, muitas vezes permanentes, reforçamos que não é possível construir uma agenda de mudança climática com ações concretas sem que se pense em formas de combater o fracking e investir em novas formas de energia não agressivas.

2 milhões de libras de resíduos radioativos são descarregados ilegalmente no aterro sanitário do Oregon

Um aterro de resíduos químicos no Oregon tem recebido milhões de quilos de resíduos radioativos – resultado da prática do fracking – de Dakota do Norte, violando os regulamentos ambientais do Oregon.

De acordo com o Bend Bulletin, funcionários do Departamento de Energia do Oregon emitiram recentemente uma “notificação de violação” ao aterro sanitário da Chemical Waste Management perto da pequena cidade de Arlington por aceitar um total de 2 milhões de libras de resíduos de campos petrolíferos que foram entregues por via férrea em 2016, 2017 e 2019.

Alguns dos resíduos, quando testados, registraram rádio 300 vezes acima do limite do estado de Oregon. Mesmo com as violações, o aterro não será multado porque, segundo o Magic Valley, as autoridades estaduais acreditam que os operadores entenderam mal as diretrizes estaduais.

Os proprietários e gestores de aterros sanitários devem agora criar uma avaliação de risco e um plano de ação para lidar com a violação do despejo.

Leia o artigo original aqui.

Rio Grande do Sul poderá ter lei anti-fracking

Depois de dois dos três estados da região Sul do Brasil garantirem por legislação estadual a proibição do fracking (fraturamento hidráulico), uma técnica utilizada para a extração de gás de xisto ou folhelho que ficam a mais de 800 metros de profundidade, chegou a vez do Rio Grande do Sul. O fracking é uma técnica considerada não-convencional e, por seus riscos e consequências, foi proibido no Paraná, em Santa Catarina e em mais de 400 cidades de todo o país. O país vizinho dos gaúchos, Uruguai, está discutindo uma lei nacional para proibir a técnica.

De acordo com a minuta do projeto de lei que deve tramitar na Assembleia Legislativa gaúcha no mês de março, fica proibido, no território do Estado do Rio Grande do Sul, a exploração e a produção de óleo e gás de xisto (óleo e gás de folhelho) pelos métodos de fratura hidráulica (fracking) e de mineração convencional com retortagem e pirólise, ou outros métodos que possuam riscos efetivos ou potenciais de danos a tais métodos atributos. A iniciativa é da deputada Luciana Genro, que espera ter mais colegas como co-autores.

De acordo com o geógrafo e pesquisador do Instituto Internacional ARAYARA, Luciano Henning, atualmente pós-doutorando da UFRGS, no Rio Grande do Sul existem pelo menos 190 municípios com potencial de exploração de gás de xisto por fracking. As cidades ficam nas regiões noroeste, centro-ocidental e sudoeste.

Como funciona

Através de perfurações no solo, são injetadas grandes quantidades de água com solventes químicos comprimidos. Alguns possuem, inclusive, potencial cancerígeno. A enorme pressão gerada pela água provoca explosões que fragmentam a rocha.

Fraturada a rocha, é preciso garantir que o buraco não se feche novamente. Para isso, é inserida uma quantia elevada de areia que, supostamente, evita que o terreno ceda e, ao mesmo tempo, por sua porosidade, permite a migração do gás a ser extraído. Esse processo pode criar novos caminhos para a liberação do gás ou pode ser usado para ampliar os canais já existentes.

Os resultados são desastrosos: estudos mostram que mais de 90% de fluidos resultantes do fracking podem permanecer no subsolo. Já o flowback, ou seja, o fluído do fraturamento que retorna à superfície e que normalmente é armazenado em lagoas abertas ou tanques no local do poço, também causa impactos como a contaminação do solo, ar e lençóis de água subterrânea.

Renan Andrade, gestor ambiental e representante da 350.org no Rio Grande do Sul alerta que a prática do fracking gera danos irreparável ao meio ambiente e à produção agrícola. “Na Argentina, país que faz fronteira com o Rio Grande do Sul, o faturamento hidráulico comprometeu a cultura da maçã, por exemplo. Onde é praticado o fracking no mundo, dá errado. Por isso o trabalho da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS) é tão importante: é preciso alertar a sociedade antes que os danos aconteçam”, afirmou.

Para Andrade, o RS precisa aprovar a legislação sob pena de ter penas econômicas significativas. “Os gaúchos vivem uma crise financeira muito grave. Em poucos anos, se nada for feito pelos parlamentares gaúchos, a crise pode piorar porque Paraná, Santa Catarina, Chile e outros locais terão preferência na exportação de produtos agrícolas com o selo ‘fracking free’. Ainda é tempo de os gaúchos agirem”, alertou.

Otimista com a aprovação da pauta, Juliano Bueno, diretor da COESUS, lembra que o tema é suprapartidário. “No Paraná, o texto foi proposto por parlamentares do PSC, do PDT e do Cidadania; e foi sancionado pelo Governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSB). No PR, foram quase seis anos de campanhas de mobilização com o apoio de cooperativas, autoridades, ONGs e sociedade; realizamos pesquisas científicas, trabalhos com legisladores e especialistas. Já o projeto catarinense foi proposto por um parlamentar do MDB, e sancionado pelo Governador Carlos Moisés da Silva (PSL)”, explicou. “Tenho plena convicção que os deputados gaúchos legislarão para garantir aos milhões de cidadão que vivem em solo gaúcho saúde, produção agrícola sustentável e disponibilidade de águas limpas”, acrescentou.

Mas afinal, quais são os danos gerados pelo fracking

Mudanças Climáticas
Além de distrair a indústria geradora de energia e o governo da necessidade do investimento em fontes renováveis de energia, o processo de exploração por meio do fracking emite metano — gás 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2), contribuindo cada vez mais para o agravamento das mudanças climáticas.

Consumo de água
Cada poço de fracking utiliza aproximadamente de 7,8 a 15,1 milhões de litros de água. Geralmente, essa grande quantia é transportada para o local do fraturamento por vias terrestres, em caminhões movidos à diesel, representando um custo ambiental significativo – visto que vivemos em meio a uma crise hídrica. Em West Virginia (EUA), são injetados aproximadamente 19 milhões de litros de fluido em cada poço fraturado e, de toda a água utilizada, apenas 8% retorna à superfície.

Contaminação
A água utilizada no procedimento é misturada com areia e cerca de 150 mil litros de até 600 produtos químicos, incluindo substâncias cancerígenas e toxinas conhecidas, tais como urânio, mercúrio, metanol, rádio, ácido hidroclorídrico, formaldeído, entre outras. Esses produtos podem escapar e contaminar as águas subterrâneas em torno do local. Para se defender, a indústria sugere que os incidentes de poluição são resultados de má prática, em vez de se tratar de uma técnica inerentemente arriscada.

Terremotos
O fracking provoca, habitualmente, microssismos que podem desencadear em tremores maiores, sentidos pelas populações locais. Por vezes, estes eventos são aproveitados para obter um registro vertical e horizontal da extensão da fratura. Embora esses terremotos sejam crônicos, a injeção de água proveniente das operações de fracking pode causar tremores maiores, tendo-se registrado magnitudes de até 5,7 (Mw).

Além disso, os sismos têm se tornado cada vez mais frequentes. Em 2018, por exemplo, a cidade de Lancashire (UK) apresentou 17 terremotos em apenas nove dias – fato ocorrido após a cidade ter retomado as atividades de fraturamento hidráulico. Entre janeiro de 2010 e maio de 2017, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) mediu 8.908 terremotos ocorridos no estado de Oklahoma, com uma média de 218 sismos por mês.

OCUPAÇÃO DE TERRAS
Outra consequência causada pelo fracking é o alto índice de ocupação de terras devido às plataformas de perfuração, áreas de estacionamento e manobra de caminhões, equipes, instalações de processamento e transporte de gás, bem como estradas de acesso, que em casos de poços na Amazônia, podem ser vetores do desmatamento.

Por esses e muitos outros motivos, a Coalizão Não Fracking Brasil está nesta luta ampliada contra o gás da morte, dedicando-se no desinvestimento do hidrocarboneto garantindo, portanto, que as mudanças climáticas não sejam ainda mais solidificadas.