Nova versão da plataforma do Instituto Internacional Arayara traz avanços em transparência e mostra expansão preocupante de empreendimentos de petróleo e gás em regiões prioritárias para conservação marinha
O Instituto Internacional Arayara acaba de lançar uma atualização da plataforma Monitor Oceano, ferramenta geoespacial que acompanha a expansão da indústria de petróleo e gás sobre áreas ambientalmente sensíveis do território oceânico brasileiro. A nova versão traz dados atualizados sobre blocos de petróleo, campos de produção, esforço de pesca comercial e unidades de conservação, além de uma inovação importante: a classificação dos empreendimentos de Exploração e Produção (E&P) por fase — Estudo, Oferta, Exploração e Produção.
Segundo George Mendes, gerente de Geociências do Instituto, essa nova camada de informação permite uma análise de risco mais precisa e antecipa pressões futuras sobre a biodiversidade marinha. “A reestruturação dos dados reforça o papel do Monitor Oceano como instrumento estratégico para gestores públicos, pesquisadores e sociedade civil. Agora, é possível visualizar cenários detalhados de sobreposição entre atividades fósseis e áreas prioritárias de conservação”, explica.
A plataforma foi lançada originalmente em 2024, como parte das ações para lembrar os cinco anos do maior desastre ambiental causado por petróleo no Brasil, quando óleo cru atingiu 130 municípios em 11 estados da costa brasileira. Os dados atuais mostram que, apesar das lições do passado, os riscos continuam altos.
Principais atualizações por área
Transparência e monitoramento como aliados da conservação
Com a nova versão do Monitor Oceano, o Instituto Arayara pretende ampliar o debate público sobre a exploração de petróleo e gás em regiões ambientalmente estratégicas e pressionar por uma transição energética justa e sustentável.
“A ciência e a transparência são nossas maiores aliadas para proteger os oceanos. O Monitor Oceano é mais do que uma plataforma de dados — é uma ferramenta de defesa da vida marinha e da justiça climática”, afirma Mendes.
A plataforma pode ser acessada gratuitamente e serve como referência técnica e política para órgãos de controle, pesquisadores, imprensa e organizações da sociedade civil.
Acesse : www.monitoroceano.org/app