O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) integrou o Seminário Preparatório para a COP30 da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (9), com a apresentação de dados e prioridades para a conferência do clima em Belém, de 10 a 21 de novembro.
“Estamos a 60 dias do que entendo ser o evento do século para a humanidade: a COP30 na floresta. Portanto, a visão da floresta torna-se ainda mais fundamental na discussão, afinal, não existe nenhuma possibilidade de o planeta cumprir com as metas climáticas sem a integridade da Amazônia garantida”, ressaltou André Guimarães, diretor executivo do IPAM e enviado especial da presidência da COP30 para a sociedade civil.
Guimarães lembrou os serviços ecossistêmicos oferecidos pela floresta amazônica para a regulação do clima, como a produção de chuvas que irrigam não só o Brasil, mas países do Cone Sul, América Central e até o sul dos Estados Unidos. Ainda, destacou o papel do bioma na manutenção da segurança alimentar global ao prover a chuva necessária para cerca de 90% da agricultura nacional.
“Priorizar florestas é uma decisão central da presidência da COP30. É importante ver a conservação para além da agenda ambiental, pois é também uma agenda estratégica para a estabilidade econômica do país. Assegurar a integridade da Amazônia é assegurar nosso futuro. Nós, brasileiros, temos a responsabilidade de fazer com que Belém tenha sucesso, em um papel delicado e cuidadoso para conduzir a humanidade ao paradigma da sustentabilidade e não ao paradigma da desarmonia”, defendeu o diretor.
Iniciativas como o TFFF (Fundo Florestas Tropicais Para Sempre) foram citadas por Guimarães como exemplo de caminhos para a valorização da Amazônia viva e saudável, com recursos para o desenvolvimento sustentável da região e seus povos.
Bruna Cerqueira, coordenadora-geral da Agenda de Ação da Presidência da COP30, elencou as principais agendas da conferência: “Nesta COP a gente tem três grandes prioridades: a primeira delas é trabalhar para avançar no multilateralismo; a segunda prioridade é acelerar a implementação, buscando uma virada de chave em todas as frentes; e a terceira é aproximar a discussão do clima da vida das pessoas”, disse.
“A gente tem um papel importante de chegar na COP com uma boa reputação do Brasil, mostrando nosso celeiro de soluções e como estamos avançando com o cumprimento da nossa NDC [Contribuição Nacionalmente Determinada], mas também com um olhar estratégico do que a gente quer com a comunidade internacional, nos colocando para a ação concreta junto a outros atores”, acrescentou Cerqueira.
Também participaram do seminário Eduardo Sfoglia, chefe da Assessoria Especial Internacional do Ministério da Pesca e Aquicultura; Murilo Amatneeks, coordenador de Advocacy da Plataforma Cipó; Alice Piva, jovem embaixadora do Movimento Escazú Brasil; Sara Ribeiro, gerente de Relações Institucionais do Instituto Arayara; Mariana Galdino, coordenadora de Incidência do Instituto Decodifica; e Neila Lameira, membro da Coalizão da COP das Baixadas.
A reunião conjunta das comissões de Legislação Participativa e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável foi presidida pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP) atendeu a requerimentos da Subcomissão Especial da COP30, do deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) e da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Fonte: Ipam Amazônia
Foto: Reprodução / Ipam Amazônia