+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA.org repudia a PEC 03/2022 e defende a proteção dos Terrenos de Marinha

O Instituto Internacional Arayara – ARAYARA.org expressa seu repúdio ao avanço da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 03/2022, atualmente em tramitação no Senado. A organização também destaca a importância de abordar questões relacionadas aos Terrenos de Marinha por meio da Lei Geral do Mar e do Planejamento Espacial Marinho.

Esta PEC propõe a transferência da propriedade desses terrenos para estados, municípios e os atuais “ocupantes”. Atualmente, de acordo com o artigo 20 da Constituição Federal de 1988, os “terrenos de marinha e seus acrescidos” são de propriedade da União. Terrenos de marinha são definidos, conforme estabelecido pela Lei 9.760/1946, como as áreas costeiras situadas às margens de rios, ilhas, manguezais e lagoas, até a faixa de 33 metros a partir da Linha Preamar Média de 1831 – média do terreno onde se localiza a maré cheia – em direção ao continente.

A ARAYARA destaca que a PEC 03/2022 traz a possibilidade de privatização desses terrenos, acarretando um potencial cenário de ocupação por grandes empreendimentos imobiliários. Tal desenvolvimento pode alterar drasticamente a paisagem costeira e resultar na exclusão de povos e comunidades tradicionais que dependem dos ecossistemas marinhos.

O Instituto salienta que a preservação dos terrenos de marinha sob a administração e regras da União é crucial para proteger os ecossistemas costeiros e marinhos, que desempenham um papel vital na absorção de carbono, na proteção da costa e na estabilidade das margens. Esses ecossistemas contribuem para a resiliência costeira frente aos desafios das mudanças climáticas, tirar o controle da União é o mesmo que corroborar com o agravamento das consequências dessas mudanças.

Além disso, os terrenos de marinha atuam contra a erosão e o avanço do mar, proporcionando proteção para comunidades costeiras e demais infraestruturas presentes em áreas próximas. A entrega desses territórios – que está proposta para ser feita de forma gratuita – à iniciativa privada pode agravar essas ameaças devido à possível flexibilização das regras federais, limitando a capacidade de resposta a eventos climáticos extremos, como inundações.

A ARAYARA lembra aqui a importância de manter essas áreas como patrimônio público, garantindo acesso equitativo à costa e a preservação de praias e ecossistemas naturais como um bem comum. A privatização poderia levar a disputas legais, desalojamento de comunidades e perda de meios de subsistência para aqueles que historicamente ocuparam essas terras. Além disso, afeta diretamente o turismo nas regiões costeiras, gerando um enorme prejuízo nas arrecadações deste setor.

A PEC em questão, ao propor a extinção dos terrenos de marinha e a transferência de propriedade, traz grandes consequências para o ambiente, a sociedade e a justiça climática. O Instituto Internacional Arayara reforça sua posição contra a PEC 03/22 e em defesa da preservação dos terrenos de marinha como bens públicos. Além disso, reitera  que a Lei Geral do Mar e o Planejamento Espacial Marinho devem ser os instrumentos utilizados na abordagem dessas questões.

 

Mais informações podem ser encontradas na Nota técnica colaborativa GT-Mar, da Frente Parlamentar Ambientalista, clicando aqui e no site do senado.

Diga NÃO para essa PEC, vote aqui e entre em contato com seu senador. Acompanhe a #SALVEMNOSSASPRAIAS

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

5 Comentários

  1. Maila Guilhon

    Não à PEC 03/22

    Responder
  2. Paulo gambale

    NÃO A PEC

    Responder
  3. Marisa

    NÃO À ESSA PEC!

    Responder
  4. Maria Angela Oliveira de Castro

    Isso é.loucura, irresponsabilidade, desrespeito com a constituição, como cidadã brasileira eu repúdio e não aceito a PEC03/22
    Eu digo não, não não não não não e não

    Responder
  5. Maria Angela Oliveira de Castro

    Não , não , não não e não a PEC 03/22
    Sou totalmente contra
    É muita irresponsabilidade, desrespeito, como cidadã brasileira eu digo Não

    Responder

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA fortalece representação da sociedade civil no Conama com presença ativa em câmaras técnicas

O Instituto Internacional ARAYARA amplia sua atuação no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) ao integrar oficialmente duas câmaras técnicas fundamentais para a formulação de políticas públicas ambientais no Brasil. A decisão foi aprovada por consenso pela Bancada de Entidades da Sociedade Civil durante a 146ª Reunião Ordinária do Plenário, realizada em 11 de junho na sede do Ibama, em

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brazilian activists vow to fight Amazon oil auction in court, hail ‘partial victory’ over unsold blocks

Brazil has faced criticism over last week’s auction of exploration blocks just months before it hosts COP30 talks focused on shifting away from fossil fuels   Amanda Magnani Editing: Helen Popper and Sebastián Rodríguez   A controversial auction of oil blocks in the Amazon by COP30 host Brazil drew bids on only 20% of the areas offered, a result that

Leia Mais »

Denúncia na CPI Rio Melchior revela graves impactos ambientais e sociais da UTE Brasília

Na véspera da oitava reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior, marcada para esta quinta-feira (26/06) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o Instituto Internacional ARAYARA protocolou um ofício à presidência da comissão solicitando a inclusão, no inquérito, da Ação Civil Pública e da liminar que suspenderam as outorgas de uso de recursos hídricos — nº 337/2023

Leia Mais »

Sociedade civil brasileira denuncia riscos da indústria fóssil durante a UNOC

A participação da sociedade civil brasileira na 3ª Conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC3) contou com a presença marcante do Instituto Internacional ARAYARA, que levou pautas urgentes sobre justiça climática, transição energética e o protagonismo das comunidades tradicionais na proteção dos oceanos. Com atividades realizadas entre os dias 7 e 12 de junho, em Nice, na França, a organização

Leia Mais »