+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Ação Civil Pública pede a paralisação imediata da Usina de Candiota III

O Instituto Internacional Arayara protocolou uma Ação Civil Pública pedindo a paralisação imediata e definitiva das atividades da Usina Termelétrica (UTE) Candiota III. A iniciativa tem como base denúncias de crimes ambientais supostamente cometidos pelos operadores da planta. A ação é movida contra a empresa Âmbar Sul Energia S.A., responsável pela operação da usina, além da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da União.

Segundo o documento, elaborado a partir de estudos realizados por especialistas vinculados ao Instituto, a usina apresenta um histórico de irregularidades ambientais, baixa eficiência operacional e sistemáticas violações à legislação brasileira. Entre os impactos apontados estão prejuízos à saúde da população, danos à biodiversidade e agravamento das mudanças climáticas.

As atividades da UTE Candiota III vêm sendo alvo de questionamentos há anos. No final de 2024, a usina teve seus contratos de comercialização de energia encerrados com a ANEEL e paralisou as operações. No entanto, após um período de 90 dias, as atividades foram retomadas.

Leia mais:
Fim da Usina de Candiota III aprofunda disputa entre economia e meio ambiente no RS
Mesmo fechada, Usina de Candiota III deve seguir recebendo subsídio de R$ 12 milhões mensais

Em uma nova etapa desse processo, a ação protocolada no dia 11 de julho, afirma que a decisão pela judicialização ocorreu após a produção de um parecer técnico que revela, com base em dados públicos e documentos oficiais, a “fragilidade estrutural do modelo de monitoramento e responsabilização ambiental no Brasil”.

Entre os principais elementos do pedido está o volume de poluição emitido pela usina. De acordo com o Instituto, a UTE Candiota III é uma das maiores fontes de emissões de poluentes do ar na região Sul do país. Só em 2019, a planta teria ultrapassado os limites estabelecidos pela Licença de Operação em 4.746 ocasiões. “Esses poluentes estão diretamente ligados a doenças respiratórias e cardiovasculares graves, além de agravar casos de asma, sobretudo em crianças e idosos”, afirma o texto.

A ação também denuncia supostas fraudes em relatórios ambientais entre 2017 e 2022, com o objetivo de dificultar a fiscalização. Conforme o documento, entre 2011 e 2016, o Ibama aplicou 13 multas ao complexo termelétrico, somando R$ 233,5 milhões em sanções. Para o Instituto, os números revelam “um padrão de impunidade e negligência institucionalizada”.

O documento também resgata a trajetória da usina. Em setembro de 2023, a UTE, que até então era administrada pela CGT Eletrosul, subsidiária da antiga Eletrobras, foi adquirida pela Âmbar Uruguaiana Energia S.A., posteriormente renomeada para Âmbar Sul Energia S.A. Segundo o Arayara, a nova operadora “comprou a usina sabendo que ela acumulava anos de problemas não resolvidos com o Ibama — e ao invés de corrigir, manteve o mesmo modelo poluente e ultrapassado”.

Por fim, o Instituto também contesta a eficiência da usina. De acordo com a ação, além dos danos ambientais e à saúde, a usina se mostra tecnicamente obsoleta e economicamente questionável. Segundo dados reunidos no documento, desde que entrou em operação, em 2011, a UTE Candiota III passou 24,75% do tempo inoperante, totalizando 1.265 dias sem geração de energia, o que corresponde a 3,5 anos, até o final de 2024. “Isso significa que a planta, mesmo altamente poluente, não cumpre com sua principal função, que seria fornecer energia de forma estável ao sistema elétrico nacional”, afirmam.

Fonte: Sul 21

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Na Mídia: Audiência sobre fraturamento hidráulico acontece no dia 11 de dezembro

Em audiência pública marcada para 11 de dezembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai reunir entidades e especialistas para discutir a exploração de recursos energéticos de fontes não convencionais (óleo e gás de xisto ou folhelho) por meio da técnica conhecida como fraturamento hidráulico (fracking). O evento, que acontecerá a partir das 9h, no auditório da Primeira Seção, poderá

Leia Mais »

Na Mídia: ARAYARA repudia manutenção de subsídios bilionários a térmicas a carvão até 2040 e alerta para impacto climático, econômico e regulatório

A sanção integral da Medida Provisória 1.304, convertida na Lei nº 15.269/2025, reacendeu o debate sobre coerência climática e políticas públicas para o setor elétrico no Brasil. Publicada em 24 de novembro, no primeiro dia útil após o encerramento da COP30, realizada em Belém, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a contratação compulsória e a prorrogação de

Leia Mais »

Protagonismo LGBTQIA+ se destaca na defesa dos manguezais na Amazônia

O ARAYARA Amazon Climate Hub iniciou nesta quinta-feira (20) sua programação com o painel “Protagonismo LGBTQIA+ na defesa dos Manguezais no Estado do Pará”, reunindo representantes de redes e organizações amazônidas para debater a proteção ambiental e a preservação cultural na região. O evento trouxe relatos de jovens e lideranças que enfrentam desafios diários enquanto lutam pelo reconhecimento e pela

Leia Mais »

Jovens e líderanças indígenas destacam papel da Amazônia na COP30 e alertam sobre ameaças à vida e aos territórios

Enquanto a imprensa internacional discutia nesta quarta-feira (19/11) o rascunho da carta final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que reforça a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, jovens e lideranças indígenas participaram de um painel no ARAYARA Amazon Climate Hub para debater o papel central da Amazônia na implementação dessas metas. O evento

Leia Mais »