+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ALESC convocará audiência para debater perigos da exploração de petróleo no litoral catarinense

Em reunião online nesta segunda (12), 30 representantes de governos municipais e estadual de SC e de organizações da sociedade civil debateram os impactos negativos que a extração de petróleo pode trazer à pesca e ao turismo em SC.

A Comissão de Economia da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) vai convocar nos próximos dias uma audiência pública para discutir os perigos ao litoral catarinense da 17ª Rodada de Licitações de áreas marinhas para exploração de petróleo, informou agora à tarde a deputada estadual Paulinha (Sem partido – SC), em reunião online convocada em parceria com o Instituto Internacional Arayara e com o Observatório do Petróleo e Gás (OPG).

Participaram da reunião cerca de 30 representantes de governos municipais e do governo estadual catarinense, além de representantes da sociedade civil.

A 17ª Rodada deve acontecer em 7 de outubro, data marcada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), pertencente ao governo federal. Parte do leilão foi suspenso pela justiça federal em Santa Catarina, mas a decisão é preliminar e pode ser revertida a qualquer momento, possibilitando que novamente os blocos retirados voltem à 17ª Rodada, sejam licitados e em poucos meses comecem as atividades petroleiras no litoral do Estado.

Em 25 de junho, a juíza Marjôrie Cristina Freiberger, da 6ª Vara da Justiça Federal em Florianópolis (SC), excluiu da 17ª Rodada a oferta dos blocos localizados no litoral catarinense, até que sejam elaboradas Avaliações Ambientais de Áreas Sedimentares. A decisão atendeu pedido do Instituto Arayara, em ação civil pública com participação do OPG, Observatório do Clima e da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil.

“Nem consigo imaginar que daqui a cinco anos não teríamos mais a pesca da tainha e passaríamos a ter a economia pesqueira e turística comprometida para sempre”, assustou-se a deputada. “Os possíveis impactos provocados são irreversíveis”, afirmou a deputada Paulinha, mencionando os dados levantados pelo Instituto Arayara.

“Pelo que já vimos do que aconteceu com a economia das cidades “petrolíferas” no Rio de Janeiro e o derrame de petróleo acontecido no nordeste brasileiro em 2019, quando as perdas econômicas dos estados impactados atingiram dezenas de bilhões de reais, podemos estimar que, em caso de desastre semelhante no litoral de Santa Catarina, até 700 mil empregos seriam atingidos”, projetou o engenheiro Juliano Bueno, presidente do Instituto Arayara.

(Em anexo, a apresentação de Juliano Bueno na reunião)

Bueno também observa que há outros impactos em potencial na exploração de petróleo,como por exemplo: atividade sísmica (que atingiria principalmente golfinhos e baleias); colisão com embarcações ocasionando vazamentos de óleo; introdução de espécies exóticas invasoras; impacto na fauna e flora marinha.

“A sociedade catarinense não sabe o que está acontecendo, pois apenas uma audiência pública online foi realizada pela ANP, em fevereiro, durante a pandemia, em uma sala fechada no Rio de Janeiro e com várias restrições de participação para organizações da sociedade civil”, destaca Bueno.

Segundo levantamentos do Instituto Arayara, a exploração de petróleo no litoral catarinense pode atingir uma série de cidades.

Entre as cidades particularmente impactadas em caso de acidente estão:

  • Araquari
  • Araranguá
  • Balneário Arroio do Silva
  • Balneário Barra do Sul
  • Balneário Camboriú
  • Balneário Gaivota
  • Balneário Piçarras
  • Barra Velha
  • Biguaçu
  • Bombinhas
  • Florianópolis
  • Garopaba
  • Garuva
  • Governador Celso Ramos
  • Içara
  • Imaruí
  • Imbituba
  • Itajaí
  • Itapema
  • Itapoá
  • Jaguaruna
  • Joinville
  • Laguna
  • Navegantes
  • Palhoça
  • Passo de Torres
  • Penha
  • Porto Belo
  • Santa Rosa do Sul
  • São Francisco do Sul
  • São João do Sul
  • São José
  • Sombrio
  • Tijucas

Ato na ponte Hercílio Luz

No sábado (10), cerca de 200 pessoas protestaram na ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, contra o leilão de petróleo. Na ocasião, foi estendida uma faixa gigante e distribuídos folhetos explicativos sobre a 17ª Rodada.

Contatos para a imprensa:
Suelita Racker (Dir.Inst. Arayara – 41- 98887-2352) e Marcos Espíndola (Assessor – 48- 99919-1525).
Assessoria de imprensa – Carlos Tautz – 21-99657-8835

#MarSemPetróleo #LeilãoFóssilNão #ObservatóriodoPetróleo #InstitutoArayara #EmDefesaDaVida

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

POSICIONAMENTO: TFFF, uma das iniciativas mais ambiciosas e controversas no financiamento climático global

Proposto pelo Brasil e lançado oficialmente durante a COP 30 em Belém. Este mecanismo busca mobilizar recursos permanentes para conservação de florestas tropicais através de um modelo financeiro que combina capital público e privado. O atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou essa iniciativa pela primeira vez durante a COP 28 em Dubai (2023). Liderado pelo Brasil

Leia Mais »

Especialistas discutem o avanço da litigância climática na  defesa povos e meio ambiente

A independência do judiciário e o livre exercício da profissão jurídica continuam sob ameaça em muitos países. Juízes, promotores e advogados enfrentam ataques, intimidações, detenções arbitrárias e até assassinatos. A declaração de Margaret Satterthwaite, Relatora Especial da ONU, abriu a “Oficina de Litigância Climática: da Investigação aos Casos Práticos”, realizada nesta terça-feira (18/11) no Amazon Climate Hub, marcando um debate

Leia Mais »

Quem Paga a Conta da Crise Climática? pesquisa evidencia peso da crise climática sobre mulheres

Para revelar o trabalho feito pelas mulheres e traduzir em números e propostas de políticas públicas, a Hivos, em parceria com o WRI e com pesquisadores da Rede Vozes pela Ação Climática (VAC), lançou os resultados da pesquisa “Custos Sociais e Econômicos da Mudança do Clima sobre Domicílios liderados por mulheres: Evidências do Brasil e da Zâmbia (2022–2025)”. A apresentação

Leia Mais »

Além da Impunidade: COP30 Debate Responsabilidade Estatal e Reparação Climática na Amazônia

A crise climática na Amazônia não é apenas uma questão de desmatamento, mas um resultado direto da impunidade empresarial e da omissão estatal frente à expansão extrativista. O evento “Responsabilidades de los Estados frente a la impunidad de las empresas para garantizar un clima seguro y una transición justa fuera de fósiles y con justas reparaciones para países amazónicos”, realizado

Leia Mais »