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ARAYARA na Mídia: Linha de impedimento

Instituto ARAYARA protocola Ação Civil Pública contra preços abusivos para hospedagem na COP30

Na quinta-feira, 7 de agosto, o Instituto Internacional ARAYARA entrou em campo contra um adversário nada sustentável: os preços abusivos da hospedagem para a COP30, a ser realizada em Belém. A instituição protocolou uma Ação Civil Pública no Tribunal de Justiça do Pará para tentar frear a escalada especulativa de hotéis e pousadas na região que fizeram da COP uma espécie de final de Champions League… com ingressos acessíveis a poucas carteiras milionárias. Até o presidente da Áustria desistiu de ir a Belém pelo alto custo da viagem.

O objetivo do ARAYARA é impedir a exclusão da sociedade civil, dado que as diárias subiram de R$ 200 para R$ 5 mil – um aumento de 2.400% no período da COP. A escalada de preços ameaça deixar de escanteio grupos essenciais como povos indígenas e comunidades tradicionais, que detêm saberes essenciais para a preservação da floresta. Além deles, delegações de países do Sul Global, historicamente responsáveis pela preservação ambiental, e organizações da sociedade civil, pesquisadores e movimentos sociais correm o risco de não comparecer à COP. A alta dos preços afeta também a economia local, com moradores de Belém enfrentando despejos, especulação imobiliária e o aumento do custo de vida, enquanto pequenos comerciantes e empreendedores da região estão sendo deixados de fora da cadeia econômica gerada pelo evento.a

O objetivo do ARAYARA é impedir a exclusão da sociedade civil, dado que as diárias subiram de R$ 200 para R$ 5 mil – um aumento de 2.400%

“Como vamos pautar justiça climática na ONU enquanto o país-sede é conivente com a exclusão dos mais vulneráveis?”, questiona Nicole Oliveira, diretora executiva da ARAYARA. “Ao restringir a diversidade de vozes no debate ambiental e sinalizar despreparo logístico e social, o Brasil corre o risco de manchar sua imagem internacional e frustrar as expectativas de um evento histórico”.

A estratégia por trás da Ação Civil é impedir, em caráter liminar, o aumento abusivo, determinando um teto temporário para as tarifas. A ideia é que o teto seja obedecido por todos, desde gigantes como Booking.com e Airbnb até hotéis e pousadas locais que resolveram cobrar preço de suíte presidencial em quartos com ventilador de teto.

Lucas Kannoa, diretor jurídico da ARAYARA, afirma: “É inadmissível que a COP30, um evento que deve ser inclusivo e global, seja capturada pela lógica do lucro e da exclusão.” Ele diz que, com a ação, a ARAYARA espera que o Judiciário cumpra seu papel de garantir a função social da cidade, proteger os direitos coletivos e assegurar que a COP30 em Belém seja um marco de inclusão, justiça climática e responsabilidade global.

No fim das contas, o que deveria ser um jogo decisivo – com os povos da Amazônia no centro do debate – está se tornando um evento elitista, com arquibancada VIP e gramado inacessível para quem realmente defende o planeta. (NÍVIA CERQUEIRA)

Fonte: Central da COP

Imagem: reprodução/ Central da Cop

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