+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Rio Grande do Sul é alvo de ação na Justiça que pede transição energética

O Instituto Internacional Arayara defende que o setor termelétrico movido a carvão mineral deixe de existir no estado

Caroline Oliveira
Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Plano deve ser incluído no processo de reconstrução da região após as fortes chuvas do primeiro semestre – Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

O estado do Rio Grande do Sul foi alvo de uma ação civil pública protocolada pelo Instituto Internacional Arayara, que exige a elaboração de um plano de transição energética no processo de reconstrução da região após as fortes chuvas do primeiro semestre. A entidade defende que o planejamento seja apresentado em, no máximo, trinta dias.

A organização, que atua na defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e da justiça social, pediu que seja realizado o descomissionamento progressivo do setor termelétrico movido a carvão mineral, ou seja, que o recurso deixe de ser utilizado.

“Buscamos com essa ação fomentar um conjunto de ações, políticas e transformações que não somente permitam que territórios se recuperem dos impactos climáticos, mas que também contribuam para a transformação econômica regional e a eliminação da crise climática em uma única geração”, afirma a diretora-executiva da Arayara, Nicole Figueiredo de Oliveira.

Hoje, o Rio Grande do Sul tem algumas instalações termelétricas, como a Candiota III, abastecida pela maior mina de carvão a céu aberto do Brasil, e a usina Pampa Sul. Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), essas instalações são classificadas como as menos eficientes e as que mais emitem gases de efeito estufa por unidade de energia no país.

Rio Grande do Sul, no final do ano passado, chegou a lançar o ProClima 2050, que tem como um dos objetivos a transição energética. A organização questiona, no entanto, se as demandas para esse processo estão bem definidas no programa, ainda mais diante da catástrofe sem precedentes que ocorreu este ano.

A coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, afirma que a reconstrução do estado deve incluir “a transição energética como componente importante e também a garantia de que as decisões nesse campo ocorram de forma participativa”. “A prioridade para termelétricas movidas a combustíveis fósseis não é aceitável em um estado que sofreu as gravíssimas consequências da crise climática.”

Edição: Martina Medina

Fonte: Brasil de Fato

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

COP30 em Belém tem nos combustíveis fósseis o principal impasse das negociações, afirmam especialistas

China, EUA e Índia lideram emissões, enquanto países vulneráveis sofrem impactos desproporcionais da crise climática A COP30 carrega um elefante na sala das negociações em Belém: os combustíveis fósseis. Para especialistas, o tema deve se consolidar como o principal ponto de impasse entre os países e ameaça comprometer o consenso necessário para um acordo global. Enquanto algumas nações defendem e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Instituto ARAYARA lança estudo inédito sobre os impactos da pesquisa sísmica na pesca e na vida marinha brasileira

O oceano brasileiro — fonte de vida, cultura e sustento para milhões de famílias — está sob uma ameaça silenciosa e devastadora. O Instituto Internacional ARAYARA apresenta “Do Mar à Mesa: Como a pesquisa para a exploração de petróleo ameaça a vida”, um estudo profundo sobre os impactos da pesquisa sísmica offshore que expõe riscos nunca antes vistos para o

Leia Mais »

Estudo lançado em audiência na Câmara expõe ameaça da indústria fóssil à pesca e à vida marinha

Brasília foi palco, nesta terça-feira (02/09), de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados que escancarou os riscos da expansão da indústria do petróleo sobre a pesca, a biodiversidade e a segurança alimentar do país. O evento, solicitado pelo deputado Raimundo Costa (Pode-BA), marcou o lançamento do estudo técnico inédito “Do

Leia Mais »